Amanhã é o aniversário de 13 anos de Karin Kurosaki, e como manda a antiga tradição, ao completar tal idade as bruxas devem sair de sua terra natal para ir em busca de outra cidade - no intuito de iniciar o ciclo de maturidade mágica. Porém, a garot...
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As noites daquela semana não estavam sendo nada tranquilas para a jovem Karin Kurosaki, que se encontrava ansiosa para o dia 06 de maio — quando ela e sua irmã completariam treze anos. Para qualquer bruxa, chegar a essa faixa etária significaria a melhor coisa do mundo: independência, uma casa nova, praticamente outra vida.
— Acorda, Karin! — disse Yuzu, balançando a irmã de um lado para o outro na cama.
— An? Que horas são? — perguntou a morena, sonolenta. Para que a irmã tivesse acordado assim, deveria ter ultrapassado o horário do café da manhã.
— São 09:00 horas. O papai pediu para eu lhe acordasse, o café já está pronto. — Yuzu parou de focar na irmã e andou até a janela do quarto, abrindo as cortinas.
Karin sentou-se na cama, colocando as pernas para o lado de fora e se espreguiçou. Levantou-se em silêncio e caminhou para fora do quarto com a gêmea, descendo vagarosamente os degraus da escada.
A casa, como sempre, encontrava-se iluminada e com flores frescas espalhadas por cada cômodo — capricho apenas de Yuzu, pois se dependesse de Karin e seu pai, as flores seriam de plástico, ou nem ao menos existiriam. O aroma do campo invadia as janelas abertas e se misturava com o cheiro de ovos mexidos, bacon e torradas recém-tiradas do forno.
— Parece que hoje vocês capricharam — disse a morena, sentando-se à mesa.
— Esse vai ser o penúltimo dia que eu vou poder cozinhar para a minha Karinzinha — Isshin falou em um tom choroso, beijando o topo da cabeça da filha. — Preciso caprichar para que você sinta saudades de casa.
— Não precisava disso tudo para me fazer sentir isso, pai — a garota o respondeu, pegando uma torrada.
— Mas é claro que sim, filha, se não, você vai ficar igual ao seu irmão. Aquele moleque... — Isshin não conseguiu terminar a sua frase, pois fora interrompido pelo som do correio flamejante.
— Uma carta? Faz tempo que não recebemos uma — comentou Yuzu.
A garota levantou-se da mesa e andou em direção a uma pequena caixa de correios negra, localizada perto do fogão. As labaredas ainda eram nítidas nas dobradiças do objeto, e quando cessaram Yuzu retirou um envelope bege do seu interior.
— É do Ichigo para você, Karin — disse sorrindo e entregou a carta à irmã.
A morena segurou o envelope, que se encontrava morno, e o abriu. Ela passou os olhos rapidamente pelo conteúdo e em seguida leu em voz alta.
"Prezada Karin,
Eu realmente acho desnecessário ter que escrever uma carta, já que você tem um celular, mas infelizmente o meu quebrou no meio de uma luta. Enfim, amanhã é a sua partida e como seu irmão mais velho, tenho que lhe avisar algumas coisas, para não ter tantas dificuldades como eu tive.
