3. Cigarros e pesadelos da meia noite

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Edward não quis sequer pisar na escola. Não queria ver Jacob, não queria fazer algo que o desse razão.  Então pegou seus óculos escuros e agarrou, de cima de seu guarda roupa vitoriano, seu prazer secreto.

Acendeu seu cigarro, e antes de ligar o carro, deu uma profunda tragada, iluminando seu rosto no meio da penumbra da madrugada e infectando seus pulmões impermeáveis. Pisou o pé no acelerador e foi com tudo pela rua, que lentamente foi se transformando em estrada vazia ao ponto que o carro corria e deslizava na pista.

Fumou outro e outro. A medida que a fumaça entrava, pior saia. Tragava, e junto com seus pensamentos vazios, lentamente intoxicavam seu ser.

Quando foi perceber já era noite. Por um momento passou por que cabeça que sua irmã, ou sua mãe poderiam estar preocupadas, mas antes que isso se infiltrasse em sua mente, avistou um bar. Já estava em uma cidadezinha que não conhecia e só agora havia percebido o quão perdido estava.

Decidiu entrar na balada com as luzes fortes e frias o bombardeando ao abrir a porta. Os feiches de luz piscavam freneticamente e a música alta fazia seu peito vibrar.

Na minha época não era assim, Edward brincou olhando em volta.

Se encostou no balcão e fez apenas um sinal com a mão para o barman, que logo trouxe qualquer bebida, qual Edward bebeu de uma vez. Batendo o copinho no balcão de madeira com força como em uma competição.

Havia muito tempo que não ia em uma festa e nunca gostou muito desse tipo de evento, já havia ido em muitas com objetivos específicos, porém hoje, ele ignorava as apostadas que as mulheres davam para cima dele, se jogando em cima de seu rosto perfeitamente simétrico.

Em poucos minutos se foi um copo e outro e outro, e mais um até as cores e os rostos se misturarem e sua cabeça pesasse cada vez mais.

Jacob sempre ia com os amigos naquele mesmo bar dançar e beber, e agora ele realmente precisava se distrair da catástrofe que foi seu primeiro dia, que foi recheado de olhares e fofocas. Ele realmente esperava que as pessoas esquecessem desse incidente com o Edward, mas não tinha tanta certeza.

Quando viu pela primeira vez Edward no balcão, revirou os olhos e ignorou. Talvez ele estivesse alucinando. Mas olhou de novo e de novo, só poderia ser ele! 

Será que ele sabe que eu estou aqui? Não! Não cruze o caminho dele, Jacob, ele mesmo avisou. Estaria pedindo para apanhar se fosse lá.

Jacob tentou curtir ao máximo a música e as luzes, não podia beber hoje, pois era sua vez de ser a "babá do grupo", como é chamado aquela pessoa que não bebe para cuidar daquelas que adoram encher a cara.

Mas não deixou de notar que toda vez que olhava para Edward, ele estava pior, mais mole, lerdo e rodando a cabeça com mais frequência.

De repente Edward levantou, todo molengo -Jacob sabia que vampiros eram bem resistentes a álcool, algo realmente não estava bem- Edward tirou umas chaves de carro do bolso, brincando com o som.

Isso não é problema meu...Jacob pensou antes de virar, e logo depois ouviu algo arrastando atrás de si e virou novamente; era Edward se apoiando nas coisas enquanto andava com uma grande garrafa de bebida em uma das mãos e as chaves na outra.

Jacob não resistiu, estava prestes a ir ajudar Edward, mas então lembrou de seus amigos risonhos e loucos.

-Ei, Max! Não é você que vai pra aula amanhã e não bebeu? -Jacob perguntou de supetão.

EDWARD & JACOB- DROGA DE SANGUEOnde histórias criam vida. Descubra agora