Barco a vela

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   Hoje automaticamente verifiquei se minha porta estava trancada, nosso cérebro tem ações automáticas logo ele se esquece de executá-las  com esse pensamento me levo a crer que esqueci os fatos do qual escrevi anteriormente, o passado para mim é como um borrão logo é indolor e incolor

  Então resolvi seguir em frente esquecer de tudo e de meus erros; agora é noite e o cais está vazio, aqui ninguém me verá,  o vento chicoteia em meu rosto indelicado e cheio de si, o cheiro da água é um misto de pureza e poluição assim como tudo a nossa volta, os barcos a vela estão amarrados com cordas molhadas e pesadas das quais os ratos já conheceram, barcos esses que são usados de geração para geração na pesca sua pintura já descascou a décadas mas ninguém tem vontade de os repintar.

  Está frio e agora percebo que minha luvas teriam sido de bom uso, andar por essas ruas cobertas de folhas é como andar no quintal de casa , casa essa onde nasci, um lugar afastado com pessoas religiosas e cruéis , para ser mais exato o orfanato onde cresci , não me lembro de nada antes daquele lugar porém queria também não me lembrar de lá,  daquela merda de lugar .

  Se fosse de minha escolha preferia morrer no frio na caixa de papelão onde fui deixado , viver com aqueles ratos era como viver em uma prisão uma prisão física e psicológica, talvez isso tenha afetado meu subconsciente de maneira errônea ao invés de sair como um padre de lá sai como comida de ratos apenas .

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