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Todos me descrevem como alguém comunicativa, de fácil convivência e sociável. E durante muito tempo eu acreditei nesse meu potencial de conquistar a todos rapidamente, mas agora acho que esse dom pode ser aplicado na maioria das pessoas que entram na minha vida, exceto com ele.

Quando fiquei sabendo que eu tinha conseguido entrar para o quadro de professores da SÇK University, ele foi uma das primeiras pessoas que conheci ao pesquisar sobre meus futuros amigos de trabalho. Quando cheguei na SÇK University ele foi a primeira pessoa que encontrei, mas também a primeira pessoa que quebrou minhas expectativas.

Sua aparência bem humorada nas imagens e seu currículo invejável, não me preparou para conhecer um cara distante. Na verdade, por um momento ele me olhou e eu pude sentir calor nos seus olhos, mas logo sumiu e ele só se preocupou em dizer rapidamente que qualquer informação que eu quisesse, que eu fosse procurar na secretaria, me dando as costas em seguida e limitando qualquer chance de uma apresentação.

Todas as mulheres sabem o quanto é difícil conquistar seu espaço profissional, em qualquer área que seja, mas é ainda pior quando justo no seu primeiro dia a pessoa parece não te perceber como alguém em potencial. Mas eu sou Eda Yıldız, tenho trinta anos, sou Doutora em Antropologia e a nova professora queridinha dos alunos.

E foi assim que a rivalidade foi criada, não por culpa minha, mas por mérito de Serkan Bolat, o arrogante e mais bonito cientista político da nossa universidade.

Mas ele vai ter que aprender a lidar comigo, goste de mim ou não, porque vamos ter mais momentos juntos...

Você já está sabendo, não é? — Aline, a professora de História da Turquia, me aborda quando estamos chegando no nosso prédio.

— De que? — pergunto.

— Vai haver uma série de mesas científicas sobre métodos de pesquisa, eu recebi o e-mail da coordenação quando estava a caminho. E ao que parece você vai ser uma das palestrantes. — ela explica.

— Uau, isso vai ser muito bom! Vou procurar mais detalhes agora mesmo.

— Bom, muito bom — ela ri maliciosamente — O gostoso da Ciência Política também vai estar com você.

— Quem? Serkan Bolat?

— Ele mesmo.

Oh merda…

E é por esse motivo que agora estou retocando meu batom, já se passaram três semanas de quando as mesas de estudo foram anunciadas, e finalmente chegou o grande dia do debate sobre métodos de pesquisa qualitativos e quantitativos. O que significa que estarei de frente com Serkan Bolat e seu irritante rosto bonito.

— Você já está pronta? — A mediadora do debate pergunta.

— Sim. Já podemos começar.

— Ótimo, agora só falta o Serkan chegar — ela explica, enquanto os alunos se organizam no auditório — Ele chega em alguns minutos… Ah! Olha, ele chegou.

— Boa noite — o idiota cumprimenta. — Desculpem o atraso.

— Para quem é tão fã de números, você parece não se importar tanto em cumprir horários. — Infelizmente sou eu quem falo, verbalizando algo que deveria ter ficado só entre meu cérebro e eu.

— E você não consegue fugir do vício de sempre achar que consegue ler a tudo e a todos, não é? — ele diz, piscando pra mim e com um sorrisinho irônico no rosto — Isso é coisa de antropóloga, ou você só guarda essa atenção especial para mim?

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