Capítulo 1 - L'inizio

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POV. Aurora

   Senti o vento passando por mim, não tinha percebido como está frio. Não é de se estranhar, já que me encontro com um vestido em cima do telhado, no meio da noite.

⁃ Feliz aniversário para mim. Uhuul, animação... - Só Deus sabe o quanto eu desejei que esse dia não chegasse. 19 anos, eles nem dão tempo para eu respirar ou celebrar meu aniversário.

   Meu aniversário não é importante, o que é importante é quem vai mandar na máfia quando meu pai morrer. Irão fingir uma festa para mim, mas na verdade amanhã é quando eu conheço todos os (de mais sucesso e confiança) rapazes. Eles vão competir por mim, pela minha mão. Aparentemente uma mulher não é suficiente para comandar a Máfia. Mas eu cresci aqui, sei como funciona... Enfim, tenho de me casar, tirar o restinho de liberdade que eu tenho, o último rasguinho, último fiozinho. Ah, eu gostaria tanto de conhecer o mundo.
   Saio dali de cima antes que me peguem, vou para o meu quarto. 1 da madrugada e eu tenho que acordar às 4. Tiro meu vestido ficando nua, me deito e me entrego para o sono.

   Acordo às 4 da manhã preparada para o que está por vim. Coloco uma calça jeans, blusa preta, jaqueta de couro e tênis. Pego minha glock e guardo na parte de trás da minha calça.

 Pego minha glock e guardo na parte de trás da minha calça

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   Desço rapidamente para tomar café com todos. Desde pequena me acostumei a descer cedo e comer com meu pai, esperava que por isso é por mais outras coisas que faço ele não me subestimasse, mas a vida não é uma uva. Encontro todos (meu pai, seu conselheiro e todo esse pessoal), comendo:

⁃ Bom Dia! - eles apenas acenam para mim como se eu não fosse importante.

⁃ Então mia figlia, animada para a festa? - ele nem olha nos meus olhos.

⁃ Não. Pai você sab... - me corta.

⁃ Não comece. O dia mal começou e você quer discutir comigo, sabe que não vou mudar de ideia. - me calo como sempre e término de comer.

   A manhã passa rápida, logo estão arrumando as coisas para o almoço com os pais dos rapazes que vão lutar pela minha mão. Me excluo de todos vou para o meu quarto e coloco um vestido para quando eles chegarem. Me abrigo no jardim para respirar e tentar aceitar que vou mesmo me casar esse ano ainda. Dou grito, longe o suficiente para ninguém ouvir, se ouviram não se importam comigo, novidade.

⁃ Ah que saco. Eu não aguento mais essa porra! - chuto folhas e galhos para extravasar minha raiva.

⁃ Vai acabar chutando uma pedra e se machucando. - me assusto com uma voz vindo do nada em cima da árvore. Coloco a minha mão no peito como impulso pelo susto.

⁃ Caralho, não faz isso! - Ele da um pulo caindo em pé na minha frente, é um gato nos dois sentidos. Agora mais perto percebo o quanto ele é bonito.

   Cabelos castanhos, olhos bem verdes determinados, ombros largos, ele é mais alto do que eu, não muita coisa. Lábios vermelhos que me dão vontade de beija-los. Falando assim parece que ele é qualquer um, mas ele é extremamente bonito. Imagino que ele é um dos que me querem, está com roupas simples e não era para a gente se conhecer assim. Se meu pai ficar sabendo que eu encontrei com um dos "candidatos" ele será desclassificado, não que eu me importe. Mas... o máximo que eu posso ir contra meu pai agora, é o que eu quero fazer.

⁃ Se assustou gatinha? - me irrito pelo apelido é por ele achar graça do meu susto, mas como uma ótima atriz que sou, finjo boa moça, inocente e delicada.

⁃ A gente não podia se ver! Você é um dos que vão lutar pela minha mão né?

⁃ Olha princesa, me convidaram para ser o chefe de tudo isso, você é só uma consequência. - ele olha diretamente nos meus olhos e abaixa o olhar observando todo o meu corpo.

⁃ Babaca - sussurro.

⁃ O que disse?

⁃ Nada não. - me faço de desentendida. Ele fica me encarando, provavelmente tentando me ler, não vai conseguir não amô. Olho para ele e vejo uns homens com armas de alto calibre passarem longe. - Vem aqui. - Puxo ele comigo para trás de uma árvore, a árvore consegue cobrir nós dois. - Se meu pai saber que eu me encontrei com você antes de me encontrar com os outros eu vou tomar maior fecho.

⁃ Calma respira. - percebo que estamos muito perto, se eu for um pouquinho para frente selo nossos lábios. Me afasto e arrumo meu cabelo. - O papai vai brigar com a princesinha? - ele debocha.

⁃ Você não sabe de nada. - Olho para o lado desviando do seu olhar. - É melhor eu ir. - Saio mas ele segura meu braço.

⁃ Me fala o que aconteceu. Papai não deixou você comprar um salto?

⁃ Ah vai te fuder. - me livro dele e caminho em direção a casa.

   O almoço foi tranquilo, os homens falando de negócios e as mulheres falando de vestidos. Tento falar de negócios com eles mas sempre me cortam, o que me resta é terminar de comer em silêncio. Sem nem comer a sobremesa vou para o meu quarto, hoje terá minha festa e eu não estou nada animada. Passo a mão no vestido que eu vou usar, o que eu estava usando ontem, queria usar ele na minha festa de verdade, já que essa que vão fazer é para negócios. Pelo menos o vestido eu pude escolher, única coisa. Meu motorista me leva para o galpão onde acontece tudo de ilegal, gosto de ir lá para saber como estão as coisas. Além de gostar de gerenciar a parte da burocracia gosto de colocar a mão na massa. Passo pelo tráfico e converso com o capi para saber como estão as coisas, claro que agora sem aquele vestido né. Falo com os soldados para saber se já mataram um x9 aí.

⁃ Já mataram o x9, Pietro? - para eles eu não preciso mandar a postura de boa moça, até porque eu sou a chefe legítima disso tudo.

⁃ Sim senhora. - Ele diz formalmente.

⁃ Senhorita. - corrijo. Olho para os lados para ver se não tem ninguém por perto e sussurro. - Pena que vou ter que me casar, gostava das nossas noites. - Ele me olha apaixonado. - Mas era só isso mesmo, foi bom enquanto durou. - ele fica desapontado e fomos cada um para um lado.

   Me envolvi com Pietro, a gente ficava. Mas nada além de beijos e mãos bobas, eu é que não iria perder a minha virgindade com ele. Mesmo achando isso de esperar até o casamento bobagem e puro machismo, quero transar com alguém que eu pelo menos ame. Vou esperar até eu amar alguém de verdade, e se eu tiver que casar com um babaca vou ter reproduzir, para passar adiante o sangue da família.

   Vou indo para o encontro do meu carro quando um subordinado aparece, deve ter sido contratado a pouco tempo, não o reconheço. Tem o uniforme dos soldiers, os que fazem o trabalho sujo.

⁃ Hmmm eai gatinha? - ele olha para o meu corpo de cima a baixo com desejo e eu sinto nojo. - Quer passar lá no meu canto? A gente pode brincar um pouquinho.

⁃ Você acha que eu sou o que?

⁃ Hmm, atrevida. Gosto assim.

⁃ Me deixa em paz. - tento passar por ele que agarra meu braço com força.

⁃ Tá se fazendo de difícil? - olho para ele com repulsa e com minha mão livre pego a pistola que minha calça está segurando nas minhas costas. Aponto para ele.

⁃ Você tem certeza? - ele segura mais forte meu braço e me puxa para si.

⁃ Hmmm, sei que não tem coragem de atirar lindinha. - ele se inclina para me beijar e eu atiro. Respinga um pouco de sangue no meu rosto e ele cai no chão, as pessoas que estavam em volta e não estavam nem aí, se assustaram com o tiro.

⁃ Ei, psiu... - Assobio para um homem que tem o mesmo uniforme dele, um soldier. - Limpa isso aqui.

⁃ Sim senhorita. - vejo meu reflexo no espelho, meu motorista me entrega um pano e eu limpo o sangue que respingou.

Andiamo, Giuseppe. - Ele abre a porta do carro e eu entro. Seguimos para a mansão Risso.

Não me Subestime (PAUSADO!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora