{01} - Opressor

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⚠️ Esse capítulo contém cenas fortes de violência, menção a estupro, arma de fogo, morte, descrição de cadáver, cárcere privado e agressão física e verbal.

Se você é sensível a esses assuntos e temas que serão abordados e por ventura possa ter algum gatilho, recomendo que não leia.

Priorize a sua saúde mental sempre.

🥀

A vela mais brilhante de todas foi apagada
Sufocada por aqueles que não podem suportar encarar a realidade
Feint – Epica.

Seu filhote estava morrendo.

A tempestade torrencial transformara o caminho num atoleiro lamacento e escorregadio, onde seus pés nus se afundavam o obrigando a ir mais devagar, de forma que tinha a impressão de estar correndo em um pesadelo, em vão tentado escapar com seu filhote nos braços, mal podia ouvir a respiração dele. Ele estava tão vulnerável, havia hematomas por toda parte... cortes e arranhões também.

O ômega se desesperou cada vez mais ao analisar a situação do filhote, ele continuou correndo, escorregando e caindo no chão, seus pés sangravam por estarem descalços, e seus joelhos se encontravam ralados, mas ele nem percebia.

Estava em estado de choque. Horrorizado.

Quanto tempo havia se passado?

Por quanto tempo havia lutado?

Foi quando Jin nascera que tudo mudou, todas as suas forças foram drenadas. Tudo lhe fora tirado, o trabalho, a liberdade, a sanidade e naquele mesmo dia o ciúme excessivo do Alfa se expressou muito além da realidade e o primeiro tapa lhe fora desferido seguido de insultos que Yujin mal conhecia.

O relacionamento afável se tornou nada além de um ambiente agressivo, mas naturalizado por ele como atos de amor e proteção quando Siuk vinha e lhe rogava desculpas, o enchia de presentes e tratava-o com o amor que ele sempre desejou ter.

Yujin era ingênuo, se deixava manipular, como a maioria dos Ômegas ele fora ensinado a aceitar e se submeter, a sociedade privilegiada os oprimia seguindo a correnteza ensinando as crianças segundo estereótipos de gênero, desde os primeiros anos da infância, enquanto alfas ganhavam brinquedos que os incentivaram a ser atletas ou cientistas, os ômegas brincavam de boneca e casinha, como se seus futuros estivessem limitados a ter filhos ou a cuidar do lar.

Para Yujin, o Alfa Siuk deveria ser seu salvador, sua esperança ante a desilusão amorosa e a opressão familiar de seu pai, mas Siuk se via agora furioso, o Alfa se estava irado a cada vez que a sua criança crescia e a cada dia parecia menos consigo e o Alfa parecia mais perto de matá-lo, e a cada oportunidade que tinha o agredia.

Na mesma medida em que o amor desabrochou, ele murchou e se tornou um emaranhado de sentimentos, e o medo era tudo o que Yujin tinha, era o que o fazia se agarrar ao terço e rezar para Deus, pois acreditava que pecava ao duvidar da índole do marido, e que fazia algo de ruim e por isso estava sendo punido.

Sempre era punição, mas quando será que Deus lhe mandaria a salvação? Se achava egoísta, pois o faziam acreditar assim.

– Pare já! Puta! – O maior o agarrou pelos cabelos, seu terno caro estava ensopado, mas o Alfa não se importou, usou de seus feromônios para subjugá-lo ao ponto de fazê-lo se ajoelhar e largar o bastardo que não era seu filho.

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