o. prologue

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00;; prólogo (a noite)

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00;; prólogo (a noite)

━━━━ BEACON HILLS; CASA DO LAGO
02:23 (cidade vizinha) ;; 18 de setembro.

O SOM GUTURAL QUE ESCAPOU PELOS LÁBIOS finos de Minnie Summers fora consumido pelo barulho estrondoso das caixas de som. Kysan havia as deixado no último volume horas antes. O que anteriormente era para se tratar de uma coisa divertida, agora somente proibiu Minnie de demonstrar sua tamanha aflição.

Ela agitou as mãos, os lábios tremendo e os olhos se enchendo de lágrimas. Minnie não teve coragem de chegar até a borda da varanda, somente de onde estava, já se era possível visualizar o corpo de Dominique Hathaway contorcido no chão, dois andares abaixo, com sangue fresco escorrendo por sua testa.

Minnie chorou, afinal, aquela era sua alma gêmea, um dos poucos pilares de sua vida, a porra de sua melhor amiga.

Seus joelhos fracassaram em mantê-la em pé, ela caiu no tapete persa da casa do lago dos prestigiados Stardust, sendo só então notada por um grupo de pessoas ali perto. Antes disso, Minnie era apenas uma rata intrusa no meio de ricos e esnobes.

Olhares curiosos foram parar em sua direção. Aaron foi o primeiro a se agachar ao seu lado, prestativo e útil, como ele sempre fora. Ele não a abraçou, não era de seu feitio, ao invés disso pediu que Minnie contasse baixinho com ele até dez quando a garota alegou estar com problemas para respirar.

Aaron não era bom com tato, ele tendia a ser lógico demais. Mas ele se preocupava, o que era mais do que metade daquela festa ── daquela pequena social, que incluía tantas pessoas quanto um time de basquete, ou seja, muito poucas para compor uma festa de verdade ── pareciam estar fazendo, preocupadas demais com suas próprias unhas por fazer para ajudar uma garota desolada ou sequer olhar pela janela.

Kysan veio logo depois. Seus olhos piscaram em descrença, e ele tentou engolir em seco, numa tentativa falha de não se debulhar em lágrimas tal como Minnie havia feito. Ele correu em direção a varanda, ameaçando se jogar para ver se os batimentos cardíacos de Dominique ainda estariam ali, mesmo que fracos. Os braços de Serena impediram que ele fosse tão longe, se agarrando nas costas de Kysan tão forte que poderiam facilmente quebrar seus ossos.

Ao invés de resistir contra ela, Kysan se jogou sobre a ruiva, lágrimas escorrendo livremente por sua face. As pernas de Serena falharam, mas ela fez o possível para manter ambos em pé.

── Kysan ── Serena exclamou, não havia toda a raiva e a frustração que ela sempre direcionava ao rapaz, havia apenas espaço para pena. ── Kysan, pare.

── Talvez ainda esteja viva! ── Kysan berrou, acidentalmente lhe acertando com uma cotovelada no estômago. ── Me solte! Preciso salvá-la!

Ele tentou se levantar, mas quanto mais Serena o abraçava, mais difícil era lutar contra ela. No fundo o loiro sabia que não havia a menor chance de que ele chegasse no corpo de Dominique e que ela ainda estivesse viva. Mas precisava tentar. Serena, logo atrás de si, o impedindo de talvez receber o mesmo fim que ela, sabia disso também.

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