Mo Ran

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Estamos de volta!! Eu não poderia fazer um capítulo com a versão do Mo Ran shshsh espero que gostem.
Boa leitura.


No ponto mais alto da madrugada os olhos de Mo Ran se abrem abruptamente.

Um suspiro abandona seus lábios e ele tenta respirar fundo para controlar aquele fogo que queimava em seu peito.

Seus olhos estavam dilatados, arregalados e fixos em um ponto qualquer, mas ele não via nada, foi cegado por aquelas cenas que se repetiam sem parar, Mo Ran estava preso dentro daquelas lembranças, a cada cena seu ser era consumido pelo desejo, e, por um instante, ele não era mais Mo Ran, mas sim Taxian Jun.

O homem que destruiu e tomou o mundo para si.

O homem que tomou e destruiu seu Shizun.

Wanning.

Wanning debaixo do seu corpo, seus corpos se entrelaçando, o calor e a maciez daquela pele...,

Mo Ran.

Aos poucos o foco volta aos seus olhos e ele suspira tentando apagar aquelas imagens. Shizun..., aquele era o seu Shizun.

O Shizun que Mo Ran prometeu proteger.

Sabia que o que fez em sua outra vida não tinha perdão, Taxian Jun era um monstro, uma calamidade movida a vingança e sede de poder, enquanto isso Mo Ran, esse Mo Ran - que habitava essa pele, era movido pelo amor por seu Shizun.

Ele devia protegê-lo, amá-lo, cuidá-lo, não pensar nessas coisas.

Ele tentava, Mo Ran tentava afastar aqueles pensamentos, apagar aquele fogo que queimava em seu ventre toda vez que via figura imponente de Chu Wanning. Por que era tão difícil? Por que era tão difícil não desejá-lo?

Mo Ran ainda conseguia sentir..., conseguia sentir o calor daquela pele alva, o cheiro de Haitang, o gosto de sua língua. No escuro, Mo Ran olha para os próprios dedos que formigavam com a lembrança. Seu corpo se lembrava de Wanning, cada célula queimava pedindo pelo seu toque, e, no fundo, Mo Ran sabia que era impossível esquecer.

Wanning estava cravado tão fundo em sua alma que mesmo se vivesse mil vidas e morresse mil mortes ainda se lembraria de seu toque. Se eu fosse cego, traçaria sua forma com minhas mãos, se não tivesse as mãos, com minhas palavras chamaria pelo seu nome, se eu fosse mudo, me lembraria da sutil forma do seu sorriso, se minha cabeça fosse arrancada, oraria dia e noite para que os deuses preservassem sua lembrança em mim.

Mas ele não podia...,

Iria enterrar esses sentimentos bem fundo, iria ser um discípulo respeitável para o seu Shizun, iria guardar a sua sombra como se fosse a mais brilhante das estrelas, e protegê-lo.

Amá-lo em silêncio.

Seu peito lateja, mas Mo Ran ignora dando um sorriso gentil e começa seu plano de ser o melhor discípulo para o homem que dormia no quarto ao lado, começa por um tópico importante: o que cozinharia para seu Shizun?

A comida daqui é muito forte para o Shizun. Vou acordar mais cedo e comprar alguns ingredientes, talvez bolinhos de camarão e uma sopa de Tofu.... Talvez eu compre alguns daqueles pãezinhos doces que vi no caminho, tenho certeza que...,

-Mo Ran?

Foi como se um choque atravessasse seu corpo e ele perde o ar, arregalando os olhos em choque. Aquilo foi...,

Shizun?

Shizun tinha o chamado?

O que? Como podia ser?

Confissões na madrugadaOnde histórias criam vida. Descubra agora