Viagens e fúrias

107 7 0
                                    

Jasmine

Achava que Feyre era a intrometida, até Mor ficar me atormentando para ver minhas lembranças, eu até que não me sinto tão mal por isso, mas aquele friozinho na barriga, que eu não tinha certeza do porquê sentia, quando visitava  algumas memórias da corte dele, eram como um furacão. Não. Sou exatamente isso, um furacão no meio da cidade, mas eu nunca tive dúvida do que eu sentia pelo Tamlin. Ok, eu o odiava pelo que ele causou na Feyre, a forma como ele se desligou do seu povo, mesmo depois da parceria eu ainda o odiava, eu ainda continuo o odiando. É nítido ver ele tentando ser uma boa pessoa, mas não é fácil confiar em alguém como ele.

— Acho que precisamos de vinho — Mor me tira do meu transe.

Virei para ela com uma certa rapidez.

— Ok, mas não fique bêbada.

Eu até cuidaria dela, caso não tivesse uma missao para terminar que claramente a gente não está cumprindo ao pé da letra, certo, a gente limpou o território de Tamlin dos invasores, coisa que ele deveria está fazendo.

— Relaxa, Mine. Eu não vou contar para ninguém essa sua batalha interior, mas concordo com você, não confiar em Tamlin é melhor  — Me deu uma piscadela.

— Mine, é? — Tentei lhe dar uma advertência e claro, fugir do assunto.

Peguei a mão dela e saímos da minha cabeça, voltamos para o tempo real em segundos, mas gostei do apelido.
Os apelidos na corte dos pesadelos eram bem seletivos, uns me chamavam de aberração e outros de deusa, contraditório, não é mesmo?

— Levarei duas, ou melhor, três, por garantia, né? — Segurei sua mão meio desajeitada pelo fato de estar com tantas garrafas nas mãos.

— Vamos começar pelas primeiras semanas que vim para cá — Ela olhou-me com tristeza.

— O quê? — Revirei os olhos

— Eu quero ver tudo da sua história com esse escroto — Abriu a garrafa e deu um gole grande, na boca da garrafa mesmo.
Invadimos minha mente, não tínhamos um corpo em si ali dentro, mas sim apenas consciência e voz

— No dia que vim para a Corte dele, bom ele tava no lago das estrelas. Nu. — Mor cuspiu o vinho. — Bom… Eu meio que zoei o tamanho do membro dele.

— Eu quero ver essa cena, por favor — Mor se engasgava com o vinho e seguia rindo, seus cabelos amarelos dançando com o movimento da cabeça dela.

Então, fechei os olhos e imaginei este dia, e lá estávamos, as plantas verdes e vibrantes, a água brilhando como a lua. E mais para frente estava eu e ele conversando, ele estava vermelho como uma pimenta, nos aproximamos, tentei não reparar em seu corpo musculoso e muito menos para partes censuradas proibidas para mim, extremamente proibidas.

Ela me viu  o pedindo em casamento, e segundos depois zoando ele com isso, o fiz lembrar que a noiva fugiu do casamento, foi engraçado ver seu cenho se franzindo, suas mãos em punhos em um longo suspiro pesado saindo de si. Mor olhava a conversa com atenção, era uma fofoqueira mesmo, ri baixinho.

Depois desses insultos, caminhamos até a sua mansão, eu estaria mentindo se eu não dissesse que aquele lugar era lindo, estava descuidado, mas ainda tinha beleza, sempre vi beleza no feio, desprezado e sem valor. Se eu fosse Grã-senhora, eu…

— Espera, você quer ser Grã-senhora? — Não tinha julgamento naqueles lindos olhos, mas admiração?

— Eu não desejei, e isso não é sobre mim. — Cruzei os braços.

— Sei…

— Você está perdendo a lembrança à sua frente — Eu não podia ser Grã-senhora, não podia condenar meu povo a minha escuridão.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 23, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Romances improváveis entre as cortes Primaveril e Noturna Onde histórias criam vida. Descubra agora