Capítulo 5

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Era domingo de manhã e eu estava sozinha no apartamento, com Giulia brincando de fazendeira com Félix, encarei o teto me perguntando o que de divertido eu poderia fazer. Voltar a dormir seria uma ótima opção, mas o sono passou. Que tal colocar uma série em dia? Ler um livro? Fazer uma caminhada? Pegar o meu celular e ficar embaixo das cobertas enquanto zapeava pelo feed?

Cocei os olhos e me estiquei, bocejando. Logo o bocejo se tornou uma risada ao ver Lia em cima de um cavalo com roupa completa de cowgirl e chapéu. Comentei na postagem e voltei a rolar o feed, me sentindo mal por ver tantas pessoas animadas enquanto eu estava meio para baixo e ainda não havia nem levantado da cama, até que o meu dedo parou em cima de um post em específico.

Que Deus abençoe as redes sociais! De que outra forma eu poderia ver Caio na praia com bermuda e uma prancha de surf? Eu poderia me levantar e fazer a tal caminhada na areia... Não! Não! Não! Se orienta, Antonela! Ele era só mais um maldito advogado e você já quebrou muito a cara com esse tipo, lembra do ex-marido de Ana Paula? Chegou todo cheio de fala mansa e terminou sendo um cara comprometido.

Eu o havia conhecido no fórum, era inteligente e bonito, me convidou para um drinque após o expediente que se transformou em uma rapidinha. Não podia entender como um homem casado se prestava a isso, a acabar com o casamento por um momento de prazer passageiro.

Decidido! Não mandaria mais mensagem para Caio, a única advogada da relação seria eu. Só que todos estavam se divertindo ao sol, enquanto eu ficava mofando no meu quarto. Levantei-me, decidida a ativar a minha vitamina D. Como a intenção era tomar sol, optei por um biquíni rosa choque que comprei por impulso, mas nunca tive coragem de usar em público por ser pequeno e revelador. Cerca de quarenta minutos depois, eu estava tomando o meu suposto café da manhã — que na verdade era uma cervejinha com caldo de peixe — em uma barraquinha à beira-mar com os pés enterrados na areia. Em qual praia? Bom... uma que tivesse uma bela vista.

As ondas estavam altas, mar agitado e pranchas de surf deslizavam pela água. Não foi difícil descobrir a localização de Caio, até porque ele fez o check in no point dos surfistas. O que eu estava fazendo ali? Não havia uma explicação lógica, exceto que a criminalidade aumentou nos últimos anos e para uma mulher sozinha, era melhor ficar perto de onde houvesse alguém conhecido.

Não que eu tivesse intenção de deixar Caio saber da minha presença.

Pedi ao garçom que colocasse um pouco de vinagre no caldo, deixava mais gostoso e azedinho. Caio usava uma bermuda verde escura que ficava baixa em seu quadril, dando-me uma visão ampla de seu abdômen definido, eu não reclamaria de lavar a roupa se fosse naquele tanquinho.

Uma onda particularmente grande me fez inclinar em sua direção, curiosa para ver se ele iria cair ou se conseguiria fazer alguma façanha. Ele a cortou, sua prancha deixando um rastro branco enquanto ela se quebrava, formando um túnel que parecia persegui-lo. Vibrei quando Caio subiu na crista da onda, fez uma pirueta e rodou a prancha no ar antes de cair na água.

Gostoso! E eu não estava falando do caldinho. Caio era habilidoso com o corpo inteiro, não apenas com seu instrumento abençoado por Deus. Sem tirar os olhos dele, levei a colher à boca, mas estava distraída, checando o meu talvez futuro sócio enquanto ele saía do mar e fincava a prancha na areia, conversando com um cara grandão e musculoso de bermuda vermelha, e derrubei no meu decote.

Merda! Fui pegar um papel para secar, mas na pressa acertei a cumbuca inteira de caldo, derrubando na minha perna. Quente, quente, quente! Corri para a água, me inclinando na beira-mar para molhar o meu decote e pernas. De jeito nenhum que entraria de vez, estava muito agitado e eu era o tipo de pessoa que enrolava nas aulas de natação.

Maldito advogado (AMOSTRA)Onde histórias criam vida. Descubra agora