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Já haviam passado-se 12 anos. E, ao decorrer destes 12 anos, gotículas molhadas continuavam a surgir das belas orbes esverdeada, umedecendo a pele pálida do rosto delicado do - agora - possuidor de madeixas negras. Chifuyu Matsuno, um homem cheio de arrependimentos, mas principalmente, arrependido por não direcionar ao homem de longos cabelos negros as palavras de amor que permaneciam engasgadas em sua garganta.
━ Queria ter podido dizer que te amo.. queria poder ter tido tempo... Baji-san... mesmo que não me aceitasse... queria poder te contar..
Palavras de afeto eram sussurradas em meio aos soluços, não apenas afeto, mas principalmente, palavras de lamentação. Keisuke Baji, esse era o nome do homem presente e proprietário do jovem coração de Matsuno. Também, o motivo dos olhos avermelhados e inchados do jovem homem, que chorava em frente ao túmulo de seu amor, por mais de uma década. Um amor guardado a sete chaves, pois, o progenitor destes sentimentos sequer poderia ouvi-los.
━ Baji-san.. sinto sua falta..- diz a voz normalmente suave, dessa vez embargada pelo choro. Em cima do túmulo jaz uma tigela pela meteda contendo yakisoba, um dos antigos hábitos que tinha com seu amado, um jovem e longueiro amor, incapaz de alcançar o coração de quem o criou.
━ me arrependo de nunca ter te dito, por ter tanto medo, por esperar o momento "certo" que nunca viria, por adiar o inevitável. E, no fim, lamentar por anos, o fato de nunca ter dito meus sentimentos cara a cara, apenas, á frente de teu túmulo.
"Incapaz" e "impossível" eram palavras que cabiam bem a estes sentimentos. "Incapazes"; sentimentos incapazes de chegar ao coração de seu amado. "Impossíveis"; sentimentos impossíveis de serem vividos em conjunto de seu amor. Pois, claro, era impossível viver um sentimento, um amor, com alguém que nem sequer aqui está. E então, simples assim, o jovem coração de Chifuyu, - "Fuyu" ele ainda era capaz de ouvir o apelido em seus sonhos - este jovem coração desgastado, estraçalhado, incapaz de esquecer, continua a afundar-se em solidão, até buscar, enfim, a paz.
━ Adeus, Baji-san... - Disse o jovem enquanto levantava-se - não, não é um "adeus", e sim, um "até logo" - a doce voz soava um tanto rouca, é claro, os soluços e as lágrimas possuíam um preço - mas, não aqui.., nos veremos em breve, cara a cara... por favor, me espere onde estiver... já chegarei... - um olhar cheio de dor era visto, enquanto isso um sorriso dolorido era mostrado - te procurarei onde estiver.. estou cansado de sonhar contigo e acordar sem poder te ver..
Céu? Inferno? Ou apenas uma alma vagante. Não importa, não importa onde, o jovem Matsuno o buscaria, do céu ao inferno ele o buscaria, ou em qualquer canto desta terra, ele buscaria a alma de seu amado, pois, almas interligadas estão fadadas a se encontrarem, na vida.. ou na morte.
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