Sophie
Estou no meu quarto assistindo TV e lendo as 254 mensagens do grupo do WhatsApp que eu não havia lido, quando ouço o som da campainha. Que estranho. Não falei com ninguém hoje. Percebo que enquanto pensava já havia passado um tempo. A pessoa deve estar esperando lá fora e provavelmente vai tocar de novo. Será que atendo ou finjo que não tem ninguém em casa? Vou atender, vai que é algo importante.
Vou correndo e quando estou descendo as escadas a campainha toca mais uma vez. Enquanto corro pela sala dou uma olhada no espelho, eu estou usando o meu pijama, com um shorts curto, meu cabelo está preso em um rabo e estou de meias. Ignoro e abro a porta, encontrando no lado de fora Henry segurando um buquê de flores bem grande e usando uma roupa bem arrumada. Fico surpresa e a única coisa que consigo dizer é:
-Henry?
Ele me olha nos olhos e responde:
-Sophie!
Ficamos mais algum tempo parados até que Henry resolve dizer:
-Sophie, me desculpe, me desculpe, me desculpe! Eu sei que sempre brigamos, mas nós também sempre acabávamos fazendo as pazes. Então dessa vez, achei que também seria assim. Mas passaram-se muitos dias, e você continuava a me ignorar. Não aguentava mais isso, me sentia sem valor e um péssimo namorado. Depois de tantos dias entediado na minha cama, nos horários que nos encontrávamos. Eu me dei conta de que não é desse jeito que quero te tratar. Eu estava sendo egoísta e insensível.
Neste momento já estava chorando com todas as palavras de Henry sendo jogadas todas em mim de uma só vez. Me senti mal também, mas resolvi não lhe contar, pois, ele provavelmente se sentiria mais culpado.
Me jogo em seus braços, o assustando. Ele me abraça de volta bem forte. Sentia falta disso. Henry ainda me abraçando pergunta:
-Será que podemos seguir em frente? Você pode me perdoar?
Me afastei para poder olhar para seu rosto, coloco minhas mãos em suas bochechas e minha resposta surpreende ele e a mim também:
- Não.
