Who you are?

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- Olha, é meio difícil responder isso • ele riu meio sem jeito e olhou pra mim

- Eu imaginei • dei uma risada baixa • de onde você vem? Você é daqui mesmo?

- Não, eu nasci na França, e depois que virei isso aqui eu acho que já fui parar em uns 10 países diferentes... agora tô aqui ^-^"

- Como consegue ir pra tantos lugares?

- Eu posso invadir qualquer objeto eletrônico, e também qualquer coisa que ele esteja conectado, praticamente é só eu entrar num celular que posso ir pra quase o todo o mundo

Nossa, deve ser bem legal na verdade isso, tipo, estar com tédio e ir pro Havaí por exemplo, deve ser bom ter essa liberdade... pera, ele disse...

- Você é francês então?

- Oui • ele disse com um sotaque delicado, sorrindo pra mim, acho que isso foi um sim

- Olha só, temos um francês na casa pela primeira vez ^^ o pessoal se saber disso vai ficar te perguntando toda hora como se fala as coisas na sua língua

A gente riu, na verdade, não é muito comum ter essa informação, precisamos ter muito cuidado onde vemos as origens das pessoas, principalmente no senhor Google, tem muita coisa errada sobre a gente, e de verdade, é bem difícil saber de onde nós viemos

- Desculpa perguntar mais... como ficou assim? • não queria perguntar tão cedo mais eu tô curiosa de verdade

- Ah, é... olha é uma história muito louca e muito longa, resumindo o resumo, minha família me matou por motivos religiosos e eu tive que ficar preso dentro de um jogo de Zelda, foi um rolê desgraçado pra sair mais eu consegui, só não consegui me livrar da formar do Link • ele riu • e depois disso eu tô bastante perdido no mundo, mas fazer oque, acho que vou conseguir me estabilizar um pouco aqui • a última frase ele disse um pouco mais animado

- Entendi... sinto muito pelo que aconteceu, e eu acho que você gostar daqui, só precisa se acostumar com alguns idiotas • eu ri

Ele sorriu, olhou pra mim me observando por alguns segundos e me perguntou amigavelmente

- E você? Oque aconteceu?

Eu não podia nem olhar surpresa pra ele, já que eu perguntei e ele me respondeu, era meio previsível que ele também iria querer saber de mim, só tinha esquecido desse detalhe...

- É... eu.... • eu suspirei fundo • eu fui morta também por alguém da minha família

Ele me olhava curioso, prestando atenção nas coisas que eu tava falando

- Do nada? Ou teve algum motivo? ... desculpa, eu fiquei curioso também

- N-não tudo bem, é... foi um tio na verdade, ele achou que eu tinha contado coisas que ele fez pra minha mãe e... ele não podia correr o risco então, me... me matou pra evitar mais problemas...

Eu olhei pra ele meio envergonhada, eu não sabia direito como contar aquilo e... eu senti uma vontade de contar, como se aquilo estivesse entalado na minha garganta me agonizando, se verdade, eu tava tipo uma panela de pressão prestes a explodir com aquela história

Mas quando botei os olhos nele, ele me olhava com um misto de compaixão e desconfiança, acho que suspeitou do que eu estava falando, mas ainda não tinha certeza e estava esperando uma resposta minha

Quando eu fui tentar falar, foi bem mais difícil do que eu imaginei, minha voz não saiu e eu comecei a me sentir fraca, trêmula e com vontade de chorar

Eu tentei disfarçar e segurar o máximo, não queria desabar ali, eu achei que depois de tanto tempo e de conversar com a Jane sobre isso eu no mínimo conseguia falar por cima sobre isso sem entrar em pânico, mas pelo visto eu tava bem errada

- Tá tudo bem, eu já entendi... • eu senti um leve carinho no meu cabelo, eu não hesitei quando ele fez isso, normalmente eu não deixo muito as pessoas me tocarem, mas eu tava me sentindo tão fraca e eu precisava tanto de alguém pra me ouvir que eu não consegui me afastar

- Só me fala que você matou o desgraçado que fez isso com você... • por mais que ele estivesse tentando falar calmo comigo, dava pra ver que ele estava bem revoltado

- N-não, eu não consigo... • eu senti a vontade de chorar vir muito mais forte, e fiz tudo que eu não queria fazer, eu caí no choro

Ele suspirou e me puxou pro seu peito, continuando o carinho no meu cabelo, eu continuava chorando e me encolhi no colo dele, meu peito doía muito e o choro não parava, mas o colo dele era reconfortante e...

... era estranho o quão segura eu me sentia e protegida eu me sentia nele...

Painful Scars [ Sally x Ben - PT BR  | Creepypasta]Onde histórias criam vida. Descubra agora