Cap 23

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Luísa

tem várias coisas nessa vida que poucas pessoas tem a oportunidade de passar, e eu sempre quis viver o máximo de emoções que eu pudesse... mas ser presa, dormir na delegacia por dançar seminua numa boate e ser "cúmplice" de destruição de patrimônio público... não era exatamente disso que eu tava falando quando dizia "máximo de emoções", isso é demais, mas pelo menos é história pra contar

- porra essa musica de novo não, tenham piedade - Pedro implorava quando Clara, Luan e eu começamos a cantar uma música que eu nem sei o nome, pela 5ª vez consecutiva - sério depois daqui eu não quero ver vocês nunca mais na vida

- o sentimento é recíproco - respondi revirando os olhos

- ai gente bora cantar aquela "tu, é trevo de quatro folhas é manhã de domingo à toa..." - Clara deu a ideia e Luan continuou a cantoria

- NÃO - Pedro berrou - guarda, por favor policial me tira daqui, eu te dou os 2 reais e o papel de trident que tem na minha carteira aqui, facinho, pegar ou largar

- Pedro você ta tentando subornar o policial com 2 reais e papel? - falei

- não sua idiota, to tentando comprar minha liberdade antes que eu pire com vocês aqui

quando ia responder o delegado entrou, ele realmente parecia um delegado, bigode, barriga grande, semblante cansado e irritado, sei que to estereotipando mas é realmente como eu imagino os delegados, e como eles se parecem nos filmes

- vejamos bem - o estereotipado começou a falar - Sr. Pedro Salvatore, seu pai está aqui

vi a feição do Pedro mudar, ele parecia com medo, não sei

- e senhorita Luísa Martins, sua mãe está a caminho, aos demais, não consegui contato com os seus responsáveis

eu e o Pedro fomos dirigidos a uma salinha pra assinar uns papéis

- ta tudo bem? tipo, tirando o fato da gente ter sido preso e tal, porque achei você meio estranho com a notícia que o seu pai estava aqui...

- ah que nada, tudo de boa, ele vai me matar só isso, meu ultimo dia vivo foi numa prisão fedorenta, ouvindo você, a Clara e o Luan cantando músicas a noite toda, uma bela experiência pra um último dia de vida

ele estava fazendo piada da situação, mas dava pra perceber pelos seus olhos que ele realmente estava mal com isso, mesmo brincando e levando as coisas pro lado do sarcasmo, ele não estava bem como ele queria fazer parecer, e isso cortava meu coração, a relação com o pai dele é algo muito mais conturbado do que eu acho que é, isso eu tenho certeza, mas ele não fala sobre isso e eu não tenho espaço nenhum pra conseguir ajuda-lo com qualquer que seja o momento que ele está passando

após terminar de assinar os documentos, na saída da delegacia, vi minha mãe e o (que eu deduzi) pai do Pedro ao lado dela, era um homem bem vestido, meio sério mas não era tão velho quanto eu o imaginava

- filha - minha mae diz enquanto me abraça - você dançou sem roupa numa balada??

- é... - foi a única coisa que consegui dizer, tava mais preocupada com o Pedro encontrando o pai dele

- minha filha, finalmente você ta me dando trabalho, sempre foi tão quietinha, era chato não ter nada pra falar de coisas que você aprontava pras minhas amigas, agora eu tenho - disse rindo mas dava pra ver que estava, bem la no fundo, brava com a situação, ela tava levando na brincadeira pra não pesar mais ainda o clima

- mãe, você tem noção que eu fui presa ne?

- sim filha mas acontece, vira história pra contar, lembro de quando eu fui presa chapada, fumei maconha no banheiro da escola, foi bem legal

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⏰ Última atualização: Jun 29, 2022 ⏰

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