Antes do começo

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Fevereiro de 1997



Tudo começou há nove meses, em Maio do ano passado.

Era de noite e eu tinha chegado naquela festa há pouco tempo. Não me encontrava mais sóbria e  estava no ponto de fazer tudo e qualquer coisa.

Tinha beijado dois garotos e com certeza não pararia por aí! Depois de despedir ambos, comecei a dançar como se fosse a única pessoa no local, tirando o salto, pulando, cantando e suando. Era como se eu fosse capaz de fazer qualquer coisa.

Até que eu vi um homem, um ser, um deus grego, uma ilusão de tão lindo que o indíviduo era. O rapaz era alto, a pele bem clara, rosto com traços fortes e elegantes ao mesmo tempoz os cabelos negros como a penugem de um corvo, e os olhos, ah, os olhos...

Eram de um verde tão incrível que a partir daquele momento, a cor de tornou a minha preferida.

Ainda dançando, trocávamos olhares longos e demorados, como se um estivesse hipnotizando o outro. O homem abriu um sorriso cínico devastador. Eu devolvi o sorriso também de maneira charmosa,  dando coragem para que ele viesse na minha direção . Percebi que ele também estava bêbado pelo jeito que cambaleava ao andar.

Quando ele chegou bem perto de mim, eu já fui logo dizendo em seu ouvido:

- Oi, eu nome sou Emily. Emily Johnson . 

-Eu sou Loki. - Ele respondeu, a língua enrolando tanto quanto a minha tinha enrolado.

Que raio de nome era Loki? Ah, tanto faz. Não era o nome mais estranho do mundo.

O que mais me impressionou é que quando eu disse o meu sobrenome, o cara não ligou. Isso foi estranho porque todos no mundo inteiro me conhecem. Afinal , sou a única filha e herdeira de um bilionário famoso e de grande sucesso.

Aquela foi a única conversa que eu me lembro de ter tido com ele.

No outro dia, acordei em um quarto de hotel deitada do lado daquele homem lindo. Ele ainda estava dormindo, apesar de já passar do meio dia, e com a cabeça explodindo de dor de cabeça, voltei a dormir.

Tempo depois, acordei com os gritos dele.  Tudo se resumia em "O QUE EU FIZ?". Houve também algo do tipo "NÃO NÃO NÃO EU NÃO POSSO TER DORMIDO COM UMA MERA MIDGARDIANA" e também "O QUE MEU PAI VAI DIZER? THOR ME CAÇOARÁ PELO RESTO DOS SÉCULOS!"

Fiquei apenas olhando aquele drama e pensando comigo mesma o que raios ele queria dizer com aquilo tudo.

Quando ele pareceu se acalmar um pouco, perguntei o que estava acontecendo. E foi aí que ele me explicou tudo.

Ele tinha o nome de Loki porque ele era o Loki. Literalmente.

Ele era o próprio deus da travessuras nórdico. Ele disse que estava em "Midgard" de passagem, que estava aqui somente para conhecer esse lugar. Foi por isso que ele não me conheceu, afinal, não era da região e tampouco conhecia as pessoas dela.

Podem me chamar de doida, mas eu acreditei.

Depois disso eu não o vi mais. Quando saímos daquele quarto, nenhum dos dois disse mais nada e nem sequer olhamos para trás.

Um mês depois, ao invés de cólicas eu senti foi é enjôo. Minha menstruação estava atrasada, meus seios pareciam maiores e eu devorava tudo o que fosse comestível.

Resolvi fazer um teste de farmácia, já  tendo certeza de qual seria o resultado: Positivo.

Pois é. Grávida do Loki. Eu tinha certeza que era dele. Não estive com nenhum outro homem depois dele, e antes dele, soube me cuidar melhor.

Passei dias sem saber o que fazer. Eu não tinha contato algum com aquela coisa! Ele simplesmente sumiu, tomou chá de sumiço! Deve ter voltado para o buraco de onde veio!

Mas aí um dia, enquanto eu pensava na grande responsabilidade que carregava sobre os ombros (e na barriga!),  eu encontro ele andando na rua tarde da noite.

Quando eu o vejo, começo a correr em sua direção. Em contrapartida, ele correu de mim. Imaginem só a cena: eu gritando atrás dele, ele fugindo de mim.

-EU TÔ GRÁVIDA DE VOCÊ! -Gritei ainda correndo.
- VOCÊ O QUE ? - Ele grita, parando de correr abruptamente.

Ofegante, respirei mil vezes antes de estar pronta para falar. E ele parecia estar tão sem fôlego quanto eu, embora não pela corrida, mas pela notícia que eu tinha gritado para Nova Iorque inteira ouvir.

-Pois é, papai. E não adianta querer me levar pra Lokilândia com o bebê,  que eu não vou .

Ele me olhou como se eu fosse a criatura mais estúpida do mundo e respondeu:

-A última coisa que eu quero é te levar para "Lokilândia" com o bebê. Eu nem quero saber dessa criança! Além do mais, que garantia você me dá que essa criança é minha?

Arregalei os olhos furiosa:

-Me ofende logo, caramba! Eu não tenho motivo nenhum para enganar você, meu querido! Aliás, eu nem sequer preciso da sua ajuda para criar esse neném! Tenho dinheiro o suficiente para bancar o resto da nossa vida!

-Realmente, isso é muito tranquilizante de se ouvir. Afinal, não sentirei remorso algum quando voltar para casa.

-Perfeito!

E dei as costas para ele.

Eu não tinha paciência nenhuma para homem daquele tipo. Aliás, moleque! Homem de verdade assumia as responsabilidades das coisas que fazia!

Então eu seria homem por nós dois. 

Depois daquele dia, nunca mais o vi.

E agora aqui estou eu: Depois desses nove meses, em um quarto de hospital, com a bebezinha mais linda do mundo nos braços.

Minha querida Angel.

A Filha da Zoera [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora