»ᴇᴘɪʟᴏɢᴏ«

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|4 anos depois|

|Jungkook|

Tenho de admitir. Nunca pensei que o Jimin fosse realmente ver os vídeos. Fiquei feliz ao encontrá-lo na cidade de papel.

O facto de ele ter descoberto todas aquelas coisas com apenas algumas pistas surpreendeu-me.

Independentemente de eu já saber que de facto ele era realmente muito bom a investigar crimes e mistérios.

Eu mesmo investiguei a razão pela qual o meu pai tinha dito aquilo naquele dia. E demorei imenso tempo.

Apontei tudo num diário que tive que deixar na papelaria abandonada uma vez que o meu pai tinha descoberto a minha localização.

Confesso que a minha esperança era muito pouca em relação ao sucesso do meu plano para conquistar o Jimin, informando-o também do sítio onde me encontrava, deixando assim os meus amigos a saberem igualmente.

Ao início da minha fuga eu estava desorientado. Não sabia para onde ir ou o que fazer. E por mais que me doesse no coração deixar os meus amigos, mandei-lhes uma mensagem para que não viessem à minha procura.

No entanto não houve um único dia durante esses dois anos que eu não me preocupasse com eles.

O mesmo sentimento percorria-me o corpo quando o assunto era o rapaz de cabelos negros de nome Jimin.

Mas não me arrependo. Não foi fácil. Foi bastante desafiador. Houve muitos altos e baixos até que me conseguisse estabilizar. Mas durante este longo período de tempo, tive a oportunidade de me conhecer melhor.

De saber que afinal, não sou tão reservado quanto eu pensava. Também sei lidar com momentos de adrenalina. Até porque passei por muitos.

Descobri que sou capaz de qualquer coisa desde que acredite em mim mesmo. E eu acredito. Acredito em mim mais do que ninguém.

Confesso que muitas das vezes tive medo, e desejei poder voltar a casa. Mas logo voltava a repensar isso duas vezes. Nem morto eu voltaria a meter os pés naquele lugar.

Ainda que não estivesse presente, o Jimin serviu-me muitas vezes de inspiração para continuar.

Pode parecer estranho mas de facto é a realidade. Eu pensava sempre em como é que ele faria naquela situação. Não sei se de facto o faria das maneiras que eu fiz, mas sempre deu resultado.

Alguns até podem achar loucura aquilo que fiz. Não digo que seja a coisa mais natural do mundo. Mas para mim os meus motivos de fuga são mais que compreensíveis. E só isso é que importa.

Ao saber que os meus pais nem sequer ligaram muito ao facto de eu ter desaparecido também me deixou bastante em baixo. Mas não podia deixar que isso me afetasse. Então ergui-me da escuridão e prossegui a minha vida.

E não há nada que eu mude. Não me arrependo das minhas escolhas nem dos meus atos.

Quer dizer, talvez arrependa-me de não ter lutado mais pelo Jimin. Mas não posso fazer nada. Ele entrou na faculdade que desejava e está a arrasar. Quando acabar a mesma talvez já nem se lembre de mim ou já tenha arranjado outra pessoa.

Independentemente disso, eu vou de vez em quando a Seul para ver como é que ele está, sem ele saber. Fico uns dois dias a vigiá-lo.

Havia já passado quatro anos desde o dia do baile. O último momento em que realmente estivemos juntos. Ainda hoje guardo na minha mente todos os detalhes do baile e daquela madrugada.

Mas nunca pedi ao Jimin que se prendesse a mim. Eu quero que ele viva a sua vida ao máximo. Nem que isso implique haver outro alguém que não eu ao seu lado para o resto da sua vida.

ᴍɪsᴛᴇʀɪᴏ ᴅᴇ ᴘᴀᴘᴇʟ × ᴊɪᴋᴏᴏᴋOnde histórias criam vida. Descubra agora