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Victoria

Os olhos dele grudaram nos meus, e um sorriso envergonhado escapou dos seus lábios.

— Não acredito que você lembra! — disse, colocando o copo de whisky no canto do sofá e passando as mãos pelo rosto, visivelmente corado.

— Foi mal… Isso era pra ficar só na minha cabeça... Então você também lembra? — Minhas bochechas queimam de vergonha.

— Lembro, ruiva — ele reprime uma risada e suspira. — Ok, você me pegou desprevenido!

— Olha, vamos fingir que nada aconteceu, ok? Ignora isso.

— Como que ignora, Victoria? Nós transamos. E agora você é minha funcionária… querendo ou não, é meio constrangedor!

— Até agora há pouco você não parecia se importar!

— Até agora há pouco eu não sabia que você lembrava disso!

— Já faz quase um mês, Miguel. Eu estou tranquila. Somos adultos, dá pra conviver com isso com maturidade, certo?

— Você é adulta? — ele pergunta em tom de provocação.

— Tenho vinte e três anos, Miguel… Não me trate como uma criança. Até porque, se continuar, vou começar a te chamar de pedófilo.

— Ok, você não é uma criança. Só é nova, tem pensamentos de gente nova... Eu estava bêbado… Aquilo não era pra ter acontecido — ele diz, virando o restante do whisky de uma vez.

— Você se importa demais com esse lance de idade, né? Eu, sinceramente, não ligo. Mas você tem razão… Nós dois estávamos bêbados, e aquilo não deveria ter acontecido — digo, mesmo sentindo um nó no estômago. Ver a expressão dele mudar depois dessas palavras me deixou com a pulga atrás da orelha.

Será que ele achou que eu esperava um pedido de casamento só porque a gente transou?

— Ok — ele diz, servindo mais whisky para si. — Me responde uma coisa que está me martelando desde aquela noite.

— Manda a boa — digo, virando o resto do meu copo.

— A gente ficou antes ou depois do Paulo terminar com você?

— Terminar comigo? O Paulo não terminou comigo — respondo, franzindo a testa.

— Como assim? Ele me falou que tinha terminado porque você era muito ciumenta, controladora…

Minha mandíbula cai em choque.

— EU terminei com ele, porque peguei ELE beijando outra mulher na boate naquele dia!

Dessa vez, quem se espanta é o Miguel. Ele fica boquiaberto.

Pego a garrafa e sirvo mais um pouco no meu copo. Eu sei que sou fraca pra bebida. Provavelmente já bebi o suficiente, mas decido que esse vai ser o último.

— Não acredito que o Paulo mentiu pra mim! — ele diz, ainda atordoado.

— Sério que isso te surpreende? O cara enganou a própria namorada. O que te faz pensar que ele não enganaria você também?

o AMOR de um CEO • EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora