Edo Tensei - Imagine Tobirama

Prólogo

O céu azul parecia refletir o pequeno buquê de flores que o jovem Madara de apenas dez anos carregava na mão direita, enquanto as nuvens possuíam a mesma cor do enfeite de cabelo que o Izuna, com nove anos, segurava.

― Acha que ela vai gostar? ― O mais velho se virou para o irmão, um pouco nervoso. ― Nós prometemos que íamos treinar com ela e acabamos deixando ela sozinha...

Izuna engoliu em seco, já conhecendo o temperamento da irmã mais nova.

― A [Nome] provavelmente vai ficar triste, ou brava, mas com uns dois dias ela volta ao normal.

Madara franziu o cenho.

― Dois dias?

O menor riu internamente, sabendo que seria muito mais de dois dias para a menor perdoá-los.

― Isso se ela aceitar os presentes.

Ambos te conheciam demais, e por isso, sabiam de duas coisas:

1) Você não aceitaria aquele "suborno" tão facilmente.

2 ) Sua reação depois de ver os presentes provavelmente seria puxar um dos irmãos para te ensinar a usar o Sharingan pelo resto do dia.

― O treinamento não é algo que uma menina de oito anos gostaria de passar. ― Izuna voltou a falar, olhando o pequeno laço de cabelo nas mãos enquanto andava ao lado do irmão no caminho de casa.

― Eu sei. Mas ela tem que aprender a se defender. ― Madara sentia as pernas doerem de tanto ter desviado das kunais que Izuna lançava na direção dele. ― Esse mundo é perigoso para quem não é um ninja.

― A questão é que ela quer ser uma ninja. Além disso, ela é uma Uchiha! ― O mais novo parou, poucos passos antes da porta da casa, pronto para bater. ― Ela já é forte por natureza.

Antes que Madara pudesse concordar ou argumentar, o que quer que ele fosse fazer quando abriu a boca para falar, e antes que Izuna alcançasse a superfície de madeira, a porta foi aberta por uma garota de olhos [cor] e cabelo [claro/escuro].

Seus lábios carregavam um pequeno bico de decepção enquanto olhava para os irmãos mais velhos, que estavam congelados em sua frente.

― Vocês não me levaram. ― Você bateu o pé no chão, irritada. ― Vocês prometeram de dedinho!

Você ergueu o mindinho direito para ambos, que abaixaram a cabeça, entristecidos.

― Parem com essas caras, quem tá triste sou eu! ― Seus braços estavam cruzados na frente da barriga e um lacinho vermelho estava preso no alto da sua cabeça.

Izuna e Madara acabaram rindo da sua expressão zangada e entraram quando você deu espaço para que eles o fizessem.

Madara te deu as flores que ele havia colhido próximo do rio onde haviam treinado e Izuna tirou seu laço vermelho, substituindo-o pelo branco que havia conseguido.

― Na próxima vez vamos apostar corrida até o bosque. ― Madara disse, acariciando seus fios e entrando para a cozinha atrás de algo para comer.

― Papai! Os meus irmãos não querem me levar pra treinar! ― Tajima te olhou de soslaio enquanto lia um livro.

― Você seria apenas um fardo para eles, de qualquer maneira. ― Ele deu de ombros e saiu dali, passando pelos filhos e dando leves tapinhas em suas cabeças.

Você apertou as mãos e tirou o laço da cabeça, jogando-o no chão e deixou as flores na mesa, indo em direção à porta.

― Vou provar que eu não sou um fardo. ― Antes que saísse, viu a bolsa que seu pai costuma carregar com equipamentos ninja para treinamentos e a pegou, cambaleando um pouco quando a jogou no ombro por estar muito pesada.

Tentou dar um passo e quase foi ao chão com o peso da bolsa, resolvendo pegar apenas algumas kunais e saiu correndo para a região onde Madara e Izuna costumam treinar. Você já tinha ido algumas poucas vezes e, antes que chegasse no lugar, achou uma pequena área na floresta que parecia bom para praticar tiro ao alvo.

Algumas árvores continham marcações e pareciam ter sido feitas com muita força. Aproveitando as marcas, atirou as kunais nos troncos.

As armas batiam na madeira e caíam no chão, repetindo esse ciclo várias vezes. Todas as que você jogava tinham o mesmo destino: o chão de terra.

― Você é inútil nisso. ― A voz vinha de alguém que estava atrás de você.

Quando se virou, viu um garoto que deveria ter a mesma idade que Izuna escorado em uma árvore, segurando uma kunai na mão direita.

― Estou praticando. Vai embora! ― Você bufou, jogando a arma na direção dele, que não precisou se mover já que sua mira foi pior do que esperava.

O garoto ergueu uma das sobrancelhas, encarando a ferramenta caída no chão.

― Tô vendo.

O menino tinha os fios muito claros e olhos carmesim, como rubis. Era uma cor mais bonita que o Sharingan do seu clã.

― Eu... não costumo treinar sozinha. ― Você agarrou outra kunai e a levantou para o garoto. ― Quer treinar comigo?

― Não costumo treinar com alguém.

O garoto se desencostou da árvore e caminhou na direção oposta da qual você tinha vindo.

― Espera! ― Ele parou e te olhou, esperando que dissesse logo o que queria. ― Qual é o seu nome?

Novamente a expressão de dúvida surgiu no rosto dele.

― Não te interessa.

― Você é chato.

― Tô nem aí.

Você piscou algumas vezes, tentando entender a hostilidade dele com você.

Foi quando você viu que ele encarava o pequeno brasão do Clã Uchiha em suas roupas.

― Eu sou [Nome]...

― Uma Uchiha. Eu sei. ― Ele manteve a expressão neutra, encarando seus olhos. ― Eu vi o brasão.

― E você? ― Ele não respondeu. ― Não é falta de educação alguém se apresentar você não fazer o mesmo?

O garoto revirou os olhos e pegou a kunai que você havia jogado.

― Se eu disser meu nome você me deixa treinar em paz? ― Balançando a cabeça positivamente, você começou a catar as kunais rapidamente para deixar o garoto treinar sozinho.

― E então? Qual é o seu nome?

Os olhos vermelhos piscaram algumas vezes, observando seus movimentos, antes que seus lábios se movessem para falar o próprio nome.

― Tobirama Senju.