Que ótimo… Por que esses tipos de coisas parecem acontecer só comigo? Pensou Harry olhando o movimento dos alunos, ainda com a mente lenta, ainda tentando processar todo o estresse que seu corpo foi adquirindo ao longo do dia. Ron e Hermione não estavam muito diferentes do moreno, com suas caras exalando desgosto, vendo seus futuros companheiros de aula pelo resto do ano os olhando com sorrisos, deixando no ar a dúvida se era de forma maldosa ou realmente simpática. Na cabeça dos grifinórios, a primeira opção parecia fazer mais sentido.
- Por que Sonserina? Por que não Lufa-Lufa? - Resmungava Rony enquanto ia em direção ao lugar vago do lado de Pansy.
- Não precisa sair daí, deixa que eu vou - Zabini falou de forma calma, enquanto se aproximava, tocando no ombro de Hermione para poder se apoiar e sentar junto a ela.
Harry mudou seus olhos para a direção onde Malfoy estava sentado, ele olha por cima das costas o mesmo, continuando em seu lugar, pelo visto ele não mexeria um músculo e seria o grifinório quem teria que ir até ele. Não sei porque ainda espero algo de bom dele, pensou. Sem escolha, caminha até sua mesa, sem dizer uma palavra se senta na cadeira livre ao seu lado.
Snape podia deixar não transparecer mas estava adorando toda aquela situação. Harry tinha certeza absoluta daquilo e se duvidasse, ele mesmo devia ter se voluntariado para fazer essa mistura das casas. O que mais deixa isso na cara é a forma que ele sorri, vendo as expressões de seus alunos, principalmente os da Grifinória.
Harry lançava à Snape um olhar cortante, podia quase sentir sua magia à flor da pele, pronta para explodir a qualquer momento. Já o professor, ao perceber que estava sendo observado respondeu somente com o que parecia um sorriso inundado de deboche, o que só causou mais raiva ao aluno.
- Ou…. Testa rachada...- O loiro não obteve resposta - Harry Fodendo Potter!
- Aiai! - Harry esbraveja ao sentir sua orelha sendo puxada - Porra Malfoy.
- Nada de “Porra Malfoy”, não reclame quando é você que não escuta quando te chamo - Draco fala limpando os dedos em seu robe.
- Você é um nojento mesmo não é?
- Um nojento com pais. E você?
- Se-
- Oh por favor nem comece uma discussão que não vai terminar, apesar de eu adorar a ideia de continuar te insultando eu quero terminar essa poção o mais rápido possível, não é só você que odiou essa divisão de duplas de merda.
- Incomodado por não ter seus amiguinhos pra fazer seus trabalhos?
- Não enche, se eu realmente precisasse dos outros pra fazer um trabalho medíocre por mim e não do meu próprio talento eu não seria um Malfoy.
- Então por que não faz se você tem tanto talento assim?
- E deixar você levar o crédito? Nem ferrando.
Snape começou a explicar em voz monótona sobre o modo de preparo da poção, assim como cada função dos determinados ingredientes e todos os efeitos que eles poderiam causar. Uma vez ou outra, Harry tornava os olhos o mais discretamente possível para Draco, a luz que vinha de uma pequena janela batia em seus olhos cinzas, refletindo seus cílios prateados, uma harmonia de tons claros em contraste com os tons escuros daquela sala gélida. Toda vez que o fazia, ainda tentava assimilar todas aquelas novas informações que obteve desde que acordou, mas parecia tudo tão irreal que nem conseguia levar os pensamentos adiante, só desviava os olhos do sonserino e depois de alguns segundos voltava a olhar-lo.
- Muito bem… O que estão esperando para começar? - O professor jogou os cabelos escorridos com um movimento de cabeça.
Harry ficou um pouco perdido, olhando o parceiro, que fazia o mesmo.
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Destino Cruel
FanfictionEm seu sexto ano em Hogwarts, Harry Potter não esperava nada além de mais um ano letivo comum. Mas o que é a definição de comum para um garoto que derrotou o Lorde das Trevas já quando bebê? Definitivamente não era descobrir durante um jogo de carta...