Oie, essa é minha primeira história e sinceramente eu não sei aonde isso vai dar, mas espero que seja de vosso agrado. Boa leitura ✨
Arte da capa: @marsealnz
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Arthur pov.
- Arthur, você tá' bem filhão? Tá aí trancado faz 20 minutos.
Ouço meu pai gritar na porta do banheiro, sua voz se misturando com o som de música e conversa alta vinda do bar.
- Estou pai, eu já vou. - Respondo e ouço ele se afastando da porta. Molho meu rosto, respiro fundo pela 3° vez e saio do banheiro.
Sinto minhas mãos tremendo, estou ansioso. Hoje vai ter meu primeiro show com a banda depois de voltar de São Paulo, passei dois anos lá para cursar a faculdade de música e voltei para Carpazinha faz apenas um mês.
Apesar de já ter participado de algumas apresentações eu me sinto nervoso, pois os Gaudérios Abutres ganharam bastante reconhecimento durante esses últimos anos e, apesar de estar feliz com isso, eu nunca havia visto o bar tão lotado.
Chego perto do balcão e vejo a Ivete servindo três copos com uísque, mas especificamente Jack Daniel's, o que me trás uma certa desconfiança sobre para quem é a rodada. Sento em um banco vazio e falo com ela:
- Eai Ivete.
- Eai Arthur, como você tá guri? Tá nervoso?
- Um pouco, mas eu vou ficar bem.
- Vocês vão arrasar, toma ó, vira um pra criar coragem e leva esses pros teus amigos, vai.
- Obrigado Ivete - Sorrio enquanto ela serve mais um copo.
Ivete é a dona do Suvaco Seco, o bar que a gangue normalmente se apresenta. Apesar de sempre tentar se manter imparcial por conta dos clientes, sei que no fundo ela sabe que também é uma Gaudério Abutre. Nós Gaudérios sempre ajudamos uns aos outros.
Viro o copo com uísque e pego os outros três copos, indo direto para a mesa onde meus amigos estão sentados. De longe eu vejo a Liz gesticulando rapidamente com as mãos e o Thiago concordando enfaticamente. Me aproximo, bastante curioso e os cumprimento:
- Eai galera! Trouxe as bebidas.
- Opa Arthurzinho, passa pra cá meu querido. - Liz é a primeira a falar, já puxando o copo da minha mão e bebendo de uma vez metade do seu conteúdo.
- Oh minha querida calma aí, o show nem começou. Eai Arthur, valeu pela bebida meu querido.
- De nada Thiagão.
- Oi Arthur-san. - O Joui fala, ele está levemente vermelho, como ele fica quando fica envergonhado. Está sentado na frente da Liz, com o César do seu lado. Pergunto a ele:
- Não vai beber nada Joui? - depois do César puxar o último copo, percebo que ele foi o único a ficar sem nenhuma bebida.
- Não, obrigado. Meu corpo é um templo.
- Mas não foi sempre um templo. - César fala, olhando para o japonês, com um meio sorriso no rosto.
- César-kun! - Vejo Joui ficar corado novamente - Aquela vez foi só uma exceção. E eu nem bebi muito.
- Que eu me lembre, você desceu umas 15 doses Joui. - Liz responde, o deixando mais vermelho ainda.
- Liz-sempai, não vamos começar com isso de novo. Meu corpo é um templo.
- Eai Arthur, tá nervoso com a apresentação? - César me pergunta, ignorando os gritos da Liz e do Joui.
- Um pouco Césão. Mas eu vou ficar bem.
- Vai dar tudo certo Arthur, você é muito bom com a guitarra.
- O Cesinha tem razão meu querido, você vai arrebentar.
- Obrigada Thiagão. Vou indo lá, a gente já tá atrasado, me desejem sorte.
- Boa sorte! - Os ouço falando em coro.
Conheci o Thiago e a Liz em um bar em São Paulo, pouco tempo depois de me mudar. Eu desmaiei na mesa e eles me levaram até meu apêzinho. Uma kitnet pequena e simples, mas que dava pro gasto. Quando chegamos lá eles apagaram no sofá e depois dessa não teve como não criar uma grande amizade com eles.
Descobri depois que a Elizabeth (ou Liz) é uma cientista forense, e que o Thiagão é um jornalista, e também que eles se conheceram por conta do trabalho do Thiago.
Liz me apresentou o César e Joui um tempo depois, em uma apresentação de ginástica olímpica do Joui, ele é um ginasta incrível. O Césão é um programador, hacker, sei lá, ele mexe com essas tecnologias e, sinceramente, eu não entendo quase nada do que ele faz.
Depois daquele dia nos tornamos amigos inseparáveis, nos encontrávamos quase todo dia. Eles vieram até Carpazinha só para me ver tocando e eu agradeço muito a todos, não sei se conseguiria tocar sem o apoio deles, isso é realmente importante para mim e não consigo deixar de pensar que arranjei os melhores amigos que poderia ter.
Me afasto da mesa onde eles estão e vou em direção ao palco improvisado que montamos com a ajuda de Ivete, meu pai Brúlio e meus amigos. Chegando lá vejo o Gregório ajeitando o microfone, que acena ao me ver:
- Ah, Arthur, que bom que cê apareceu, onde cê tava? Já vamo começar agora guri.
- Relaxa tio, eu só tava me preparando, sabe como é né? virando uma dose pra ficar tunado.
- Tá, tá bom, sobe logo e se ajeita.
Gregório é como um tio pra mim, amigão do meu pai, ele é o vocalista da nossa banda. Além dele, tem o Ivan na bateria e o Marcelo e o Murilo nos baixos, e eu na guitarra, obviamente. Nosso som é bem maneiro, e apesar de meio rouca, a voz do tio Gregório é bastante cativante.
Vejo o tio Gregório dando três tapinhas no microfone, desejando boa noite aos presentes no bar e anunciando o início do nosso show.
Novamente eu respiro fundo, pego minha guitarra, que estava meio escorada na parede, e subo no palco.
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Bom, é isso. Até o próximo capítulo, que vai ser pov Dante :D
Obrigada por ler até o final
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Aquele com os Danthur
FanfictionArthur é um guitarrista de uma banda, membro da gangue Gaudérios Abutres, que retornou a Carpazinha a pouco tempo. Dante é um médico formado, que se mudou a pouco tempo com sua irmã Beatrice, para sua cidade natal Carpazinha. Por ironia do destino o...