safe place | taekook

You know I want that home

  Jeon era tudo que os pais não queriam. Não seguiu o roteiro que seus progenitores fizeram para si. Estava cursando faculdade de cinema, e não a faculdade de direito que eles tanto queriam. Tocava às vezes em pubs por pura diversão, e namorava um rapaz. Para seus pais, aquilo era o pior de tudo, eles eram conservadores e religiosos, jamais aceitariam.
Todos os dias tinham uma discussão. Todos os dias ouvia dos pais que kim taehyung não era uma boa pessoa, tudo isso por causa de seu piercing na boca que ele tanto adorava, por seu jeito despojado. O kim cursava artes visuais na mesma faculdade que si, e foi assim que se conheceram, se tornaram amigos, e jeon acabou se descobrindo ao lado dele. Com o tempo foi se apaixonando e agora o amava de todas as formas possíveis. Taehyung era seu lugar de paz, seu conforto. Ele o fazia bem como ninguém.

  Naquela noite, jungkook havia chegado um pouco mais tarde em casa. Tinha ficado na faculdade terminando um trabalho com o amigo de longa data park jimin, e depois pararam em uma cafeteria, o que ocasionou em ambos perdendo a noção da hora. O papo entre eles fluía absolutamente bem, não era à toa que eram amigos a tanto tempo. Assim que entrou, foi recebido com uma carranca do pai, jaehyun parecia irritado. Deu um boa noite baixo e foi em direção às escadas.

— Volte aqui, precisamos conversar. - O pai disse ríspido, ele apenas respirou fundo e se virou para o homem. Em seguida viu a mãe entrando na sala também.
— Pode falar.
— Fomos a igreja hoje de manhã enquanto você estava na faculdade.
— E...?
— Você virou assunto lá na igreja jungkook. Somos alvo de chacota graças a você. Nos disseram que você deve estar com algum espírito maligno o persuadindo a cometer esse pecado, e nós também achamos. - O mais novo estava sem reação.
— Como é?
— Pois é filho, mas tudo isso pode mudar. Você pode ir à igreja conosco, vai se arrepender e se curar disso. - Sunmi se pronunciou, e o filho deu uma risada incrédula.
— Me digam que estão brincando comigo.
— Parece que estamos brincando jeon jungkook? - seu pai se levantou e se aproximou de si. — Eu dei todas as chances de você se arrepender por si só, mas não vou esperar mais, não vou ser motivo de chacota. Ou você termina com aquele estupido, e passa a frequentar a igreja, ou pode sair da minha casa. Não vou aceitar uma aberração debaixo do meu teto.

Jungkook sentia que podia cair a qualquer momento. Suas pernas estavam bambas, suas mãos estavam geladas e tremendo, assim como seu peito e seu coração que batia acelerado. Seus olhos embaçaram pelas lágrimas que formaram ali. Não sabia o que doía mais, ser chamado de aberração, ou ser expulso de casa simplesmente por amar.

— O que? você 'tá falando sério? - Jaehyun apenas o olhou inexpressivo - Mãe? Vai mesmo deixar isso acontecer?
— Desculpa filho, mas seu pai tá certo. Você precisa sair disso, se libertar e encontrar o caminho de Deus. Estamos fazendo isso pelo seu bem, queremos que você tenha um lugar no reino do senhor, e não vai conseguir isso namorando um homem.

O jovem deu um riso nasalado, sua vontade era mesmo de chorar, seus únicos momentos de paz era realmente quando estava com taehyung. As brigas com os pais giravam em torno do quanto aquilo  era errado, e o quanto o kim não prestava, o que gerava uma discussão,  e em seguida um jungkook saindo de casa e indo até o namorado. Não iria deixar o seu homem de jeito nenhum.

— Aquele homem, é quem mais me faz feliz. É meu amigo, meu companheiro, meu amante, ele é o amor da minha vida, e vocês não vão mudar isso.
— Ora seu moleque! Acha que estou brincando? Se não terminar isso que você chama de namoro, pode sair da minha casa, não vou mais aceitar essa baixaria.
— Ótimo. - jungkook apenas se virou e foi em direção à porta, calçou seus sapatos e assim que foi abrir a porta, ouviu a voz de seu pai mais uma vez.
— Se você sair por essa porta, só volta pra pegar suas coisas.

O garoto o olhou, seu pai estava impassível, sua mãe tinha uma feição triste, mas ainda assim não fez nada, ele nem esperava que fizesse. Sua progenitora era uma submissa que achava que as mulheres foram feitas para servirem aos maridos, e jamais questionar qualquer ordem ou decisão.