nove
Mikasa acordou com um suspiro, olhos enevoados saltando ao redor do quarto escuro, parando em Eren, dormindo na cama ao lado dela. A luz entrou pela fresta embaixo da porta, e a risada melódica de Carla percorreu a casa. Mikasa podia ouvir o murmúrio baixo da voz de Grisha se ela forçasse seus ouvidos, mas sua atenção foi atraída mais uma vez para Eren e sua respiração suave, o suave subir e descer de seu peito enquanto ele murmurava palavras incoerentes em seu sono.
Decidida a não acordá-lo, ela saiu da cama, tentando evitar abrir a porta para não acordá-lo e se aventurar pelo corredor. Ela encontrou seus pais na sala de recepção.
"Ei, querida," Carla a cumprimentou, o rosto se iluminando em surpresa silenciosa, "O que você está fazendo acordado?" A julgar pelas cortinas fechadas e as velas que despertavam a sala ao lado do fogo crepitante, Mikasa supôs que ainda era noite.
“Desculpe, tia,” ela sussurrou, abaixando a cabeça e segurando sua boneca, uma coisa desgrenhada que Grisha recuperou de sua antiga casa, “eu tive um pesadelo.” Carla abriu os braços, e Mikasa se arrastou até o sofá para se sentar entre ela e Grisha. Ela suspirou quando os braços de Carla a envolveram em um abraço apertado.
“Você quer falar sobre isso?” Grisha deu um tapinha carinhoso na cabeça de Mikasa, saindo do sofá para fazer um pouco de leite quente. Não era incomum para a menina de nove anos reaparecer algumas horas depois da hora de dormir - na verdade, Carla começou a ficar acordada mais tarde do que o habitual, apenas por precaução. Ela se preocupava muito com Mikasa, especialmente porque ela parecia lutar no inverno passado. Era a primeira vez que ela não conseguia dizer feliz aniversário a nenhum de seus pais, seu primeiro Natal e Ano Novo sem eles.
"O que você acha que acontece quando nós morremos?" sussurrou Mikasa. Carla agarrou-a com força, acariciando seus cabelos,
“Se você é bom, você vai para o céu.” O fogão rugiu para a vida na frente deles. O barulho da panela na grelha de ferro ecoando pela casa sonolenta.
“Você acha que mamãe e papai eram bons?” Ela fungou, as lágrimas escorrendo por suas bochechas.
“Eu acho que eles foram ótimos, querida.” A voz de Carla era suave e reconfortante, nunca deixando de confortar o jovem Ackerman. Seus abraços eram quentes e aconchegantes, os suéteres de lã que ela usava durante o inverno como travesseiros.
"Eu quero..." ela engoliu em seco, a voz presa na garganta, "ver eles de novo."
"Você vai... Apenas saiba que eles estão cuidando de você, e eles estão muito orgulhosos."
"Como você sabe?"
"Eles me disseram." Mikasa choramingou, enterrando o rosto no peito de Carla, ombros pequenos tremendo com soluços reprimidos. “Eles vieram até mim em um sonho e me pediram para dizer que eles te amam muito.”
“Por que eles não me visitam?” Uma vez que o leite estava aquecido, Grisha desligou o fogão, tirando uma caneca do armário.
“Eles vão, um dia.”
"Quem vai?" uma pequena voz resmungou. Eren esfregou os olhos, os pés descalços andando pelas tábuas do piso quando ele apareceu na sala da frente.
“Eren,” Carla repreendeu levemente, “Você deveria estar na cama, senhor.”
"Huh? Mikasa está acordada. Sua mãe lhe lançou um olhar aguçado, e Eren fez beicinho, um leve rubor cobrindo suas bochechas, "Eu queria ver se ela estava bem..." Ela suspirou, rindo para si mesma e estendendo a mão. Eren aceitou, observando Mikasa atentamente. Ela respirou trêmula quando as lágrimas perdidas e implacáveis caíram por suas bochechas coradas.
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I (almost) DO
FanfictionApós um acidente que quase custou a vida de Mikasa, Eren é forçado a repensar todo o seu relacionamento, como está, e por associação, seu futuro. Parte 1 da série até que a morte nos separe