The witch: the awakening - Shingeki no kyojin

Capítulo 1 - pesadelos

"QUEIMEM ELA! ESSA PROFANA"

Eu estou amarrada, à um tronco. Parece uma fogueira. Eu estou em uma fogueira?!
A brasa ardente do fogo
cada vez mais quente, em contato com minhas pernas. A fumaça. A fumaça já inundava meus pulmões e eu agora só via cinzas, a dor de uma pele queimada já tomava conta de mim, dor, dor, DOR

Acordo em um pulo. Susto. Minha respiração está fora do controle e eu estou suando frio, mais uma noite com pesadelos, pesadelos estranhos, realistas. Senti como se minhas pernas estivessem realmente sendo queimadas. E a fumaça, eu senti o cheiro.

Não era a primeira vez que isso acontecia e tenho a impressão de que não será a última. Sempre tive pesadelos assim, e cada vez mais, eles se tornam reais. É sufocante.
Tentei falar sobre isso com meus pais, porém, eles culparam o celular e a internet. Eu, apenas, queria uma noite normal.

Ainda é de madrugada, as estrelas, elas estão espalhadas pelo céu de uma maneira linda. E a lua, continua brilhante. As vezes eu falo com ela, sinto uma conexão. Estou louca! Louca!
"Louca", sempre me senti assim. Poxa, olha meu nome, Purpura Ignis. É esquisito, eu odeio.

Questionei meus pais uma vez, e eles disseram que quando me acharam, nas minhas coisas, havia um papel, pedindo para me chamarem de Purpura Ignis, além de pedirem um lar para mim. E sim, sou adotada. Meus pais biológicos? não tenho nem idéia. Curiosidade? Muita.
Em geral, me dou bem com meus pais. Algumas vezes, rolam discussões bobas, negligência no sentido de tratamento psicológico. Porém, estou bem. Bem? Estou péssima.

Esses pesadelos vem acontecendo com certa frequência, essa semana. E isso obviamente ocasionou em olheiras. Profundas, em mim.
Durmo mal e isso afeta meu dia e minha aparência. Concordo que, algumas olheiras não irão diminuir minha beleza, mas incomoda.
Não sou convencida, mas em modéstia parte, sempre me achei linda. Mesmo quando sofria bullying na escola, quando era pequena.

Meus pais são brancos, já eu, tenho a pele um pouco mais – um pouquinho mais – escura. Meu cabelo é preto, bem preto e ondulado, e meus olhos são azuis esverdeados, as vezes eles ficam escuros, profundos. Tenho sardas também.
Papai me disse que, provavelmente eu sou brasileira. Por ter um adesivo da bandeira do Brasil, colado no baú em que fui encontrada.
Sem contar que meu corpo, comparado aos das britânicas, é bem diferente. Curvas e etc.  Tenho vergonha de falar sobre meu corpo. Comentários desnecessários. Culpem eles.

Sempre gostei da cor roxa, não sei ao certo o porquê. Gatos, amo eles. Livros, plantas e pedras, também. Eu costumava colecionar pedrinhas com Hiroki, quando nós éramos amigos. Éramos.
Nos afastamos quando ele decidiu parar de falar comigo. Foi simplesmente do nada. Depois disso, não tive mais companhia na escola. Passei a andar sozinha. E ele também. Só que, ele tentava se esconder de todos. Coisa que eu, nunca fiz. E nunca vou fazer. Nunca.

Tentei conversar com o garoto sobre isso, mas ele sempre me dizia para ir embora. Que era para mim esquecer da nossa amizade. Me culpei durante muito tempo. Mas decidi parar. Doeu. Ficar sozinha, me deixa abalada. Mas eu nunca vou mostrar para os outros, o quão abalada eu estou. Nunca.

A vida na escola é entediante, sempre a mesma coisa. Como fui adotada de forma não convencional, meus pais não sabiam muito, além de meu nome, possível nacionalidade e uma data, que eles deduziram ser a data de meu aniversário. 04/04/2004. Sim, mais um fato estranho sobre mim.
Estou no último ano. Nenhuma perspectiva para o futuro.

Ficar sozinha na escola, algumas vezes é desgastante. Tenho que aguentar Eren Yeager, Historia Reiss e seus amigos estúpidos. Esses amigos que sempre fazem piadinhas e comentários sobre mim.
Não é nada "pesado", mas é desconfortável.
Eren é insuportável, um metido. Ridículo. Babaca. Idiota. Eu odeio ele.
E Historia tem a síndrome de Regina George, a garota é popular e gosta de manter uma pose de princesa intocável. Não suporto eles. Não suporto Eren.