Você é perfeito pra mim.

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E lá estava eu no primeiro dia do ultimo ano de escola, finalmente. Minha vida escolar não foi tao péssima assim, tirando o primeiro ano, mas fora isso não foi nada mal. Não era uma daquelas alunas que não precisa estudar pra ir bem nas provas e também não era aquelas pessoas que acham que escola é pura brincadeira. Eu me esforçava e isso já era o bastante, minhas notas eram boas. E isso bastava.

Mas qual é, o problema mesmo do ensino médio não é as notas e as matérias, são as pessoas, a maioria ali esta naquela fase onde não sabem quem são e acham que sabem. Onde todos os hormônios estão a flor da pele. Onde tudo é o fim do mundo. Porque nós adolescentes temos que ser tao dramáticos? A gente faz drama por tudo, por acordar cedo, por vir na escola, por andar, por respirar. Eu sai ilesa dessas partes, quer dizer tirando no primeiro ano, que foi o pior primeiro ano de todos os tempos (bom talvez eu seja um pouquinho dramática).

Vou resumir, eu tinha entrado na escola naquele ano, e não conhecia ninguém, e logo nos primeiros dias um garoto, muito gato, falou comigo. Dias se passaram e logo estávamos namorando. Era lindo, tudo era um mar de rosas, via o arco iris todos os dias, e todas aquelas coisas que garotas apaixonadas fazem. Mas em um belo dia, ele terminou comigo, do nada, fiquei arrasada. Chorava todos os dias, me entupia de chocolate e sorvete quase todas as noites. Ate que um dia eu estava no meu drama épico no banheiro quando uma garota entrou.

- Oi? - ela disse.

Eu nem a ouvi direito. Coitada.

- Oi. Olha eu já meio que sei o porque ta triste. - olhei pra ela e fiquei assustada, como assim ela sabia o porque de eu estar triste.

- Como você sabe? - perguntei enquanto secava minhas lágrimas

- Matthew McGuire terminou com você não é?- ela perguntou com tanta certeza que fiquei em duvida se a respondia ou não.

- Sim - foi a única coisa que consegui dizer.

- Bom, eu sei o porque.

- E?? - porque aquela garota tava fazendo tanto mistério

- Bom, no começo do ano ele falou que ia escolher uma novata e ia fazer ela se apaixonar por ele, iam namorar e tals. E que ela tinha apenas três meses pra fazer uma garota se apaixonar por ele. E dito e feito, ele escolheu você, fez você se apaixonar por ele e terminou. Exatamente do jeito que ele falou que iria fazer.

Fiquei olhando pra ela por um bom tempo, não sabia o que pensar sobre ela, sobre o Matt sobre essa história maluca. Mas ai os pontos começaram a se conectar, Matt nunca me apresentou pra familia dele, ele sempre era carinhoso e gentil, nunca nem tentou nada, sabe, a segunda base. Ele não me apresentou pra quase nenhum amigo dele. Nós não íamos a muitos lugares. Ate então caiu a ficha, eu já estava apaixonada por ele, ele não precisou fazer muito coisa. Só que eu continuasse apaixonada ate dar esses três meses. Foi fácil, eu fui muito fácil, fui apenas uma aventura.

Naquela hora eu não estava mais triste, estava brava, ah, e como eu estava, meu rosto deve ter mudado para todos os tons de vermelho em questão de segundos. A garota ainda me olhava, esperando eu assimilar tudo.

- FILHO DA PUTA!- falei foi um pouco mais alto do eu previa. Mas eu estava tao brava que nem me importava.

- Não me surpreende você estar brava. Achei que essa seria sua reação mesmo.
Ela ainda estava ali, me olhando, não com um olhar de pena como achei que estaria, ela estava esperando eu dizer alguma coisa.

- Como é o seu nome?- havia se passado tantos minutos ali naquele banheiro que nem sabíamos o nome uma da outra.

- Melanie, e o seu?

- Katherine - naquele momento ela me deu o sorriso mais sincero que alguem poderia ter dado. E naquele momento eu percebi que Melanie poderia se tornar minha amiga, afinal ela fez o que amigas fazem não é, ajudam umas as outras.

Passado aquele momento, ela me olhava como se esperasse que eu diria alguma coisa. Então ela quebrou o silêncio.

- O que vai fazer com ele? - fazer com ele? Não tinha pensando em fazer nada com ele, na verdade queria distância dele por um longo tempo.

- Não sei. Eu deveria fazer alguma coisa?- então ela deu um outro sorriso, não aquele sincero e gentil que tinha me dado alguns segundos atrás, aquele era perverso, como se estivesse planejando algo. Então eu entendi, uma vingança. E ela simplesmente respondeu, na maior inocência do mundo.

- Você quer fazer alguma coisa? - sim eu queria, ah, como queria. Eu iria fazer de tudo pra ele se sentir humilhado, igual ele vez comigo.

Passamos muito tempo juntos desde então, foi ai que começou a nossa amizade. Conversavamos os sobre tudo, sobre comida, roupa, shopping, garotos, filmes. Todos os assuntos eram bem vindo quando estávamos juntas. E eu estava gostando da companhia dela.

Bom, ela me deu um milhão de informações sobre o Matt que eu não sabia. Como por exemplo, ele tinha feito uma copia da chave do quartinho do faxineiro sem ele saber. E adivinhem o que ele fazia lá? Aquele era seu ninho de amor na escola, podemos dizer. Ou seja, quando ele tava afim, pedia ajuda pra alguns dos seus amigos inventar uma desculpa pra chamar o faxineiro e manter o quartinho vazio por alguns minutos. Aquele garoto era um babaca so pode.

Quando ela me contou isso eu já sabia o que ia fazer, quando ele estivesse lá ia chamar algumas pessoas, como por exemplo, o faxineiro que não ia gostar de saber que ele transava em seu quartinho, a diretora e alguns professores.
Assim foi feito.

Então numa quinta feira tudo aconteceu, ele pediu para os amigos darem uma desculpa e tchanam lá estava o faxineiro acreditando em toda as historias, sobre ter uma garota que estava vomitando pela escola inteira. Idiotas. Eu fui na sala da diretora pedi que levasse alguns professores que eu tinha que mostrar uma coisa. A cena não podia ser mais cômica, eu, Matt e uma garota que eu não fazia ideia de quem era, estávamos na sala da diretora, detalhe, a garota não conseguia levantar a cabeca nem por um segundo e Matt estava bravo. Bravo é pouco, ela tava puto, querendo em matar. E eu estava lá olhando pra cara da diretora que estava perplexa com o que tinha visto. Minha expressão não podia ser a a melhor, eu estava me segurando muito pra não rir. Tive que ser muito forte, eu admito. No fim a diretora me dispensou e conversou apenas com os dois. É claro, que depois de chamar a Melanie que sabia de todo o plano, nos fomos ouvir a diretora brigar com os dois.

Aquela história fez a escola inteira falar sobre isso durante um mês mais ou menos. E a diretora não informou a ninguém sobre o que iria fazer com os dois. Ate que depois desse um mês tumultuado, ela decidiu, expulsão. Era justo, afinal eles estavam fazendo sexo em um ambiente escolar, totalmente inaceitável. Bom isso fez uma chuva de ódio cair sobre mim, porque o Matt era do time de futebol, e a garota uma das líderes de torcida. Não me importou nem um pouco tudo aquilo, eu tinha a Melanie, e o grupo de amigos dela que odiavam os jogadores e as lideres de torcida porque eles se achavam o maximo. Então ficamos nós, o grupo dos odiado e o resto da escola. E na boa, nós eramos o bastante.