Minha perdição

42 1 1
                                    


07:28H

– Bom dia querida! - minha mãe entrou flutuante na sala de jantar. Ontem foi um dia muito marcante para a família, Ana tinha sido pedida em casamento. Eles tinham um relacionamento publico a alguns meses e se cortejavam em segredo - é claro que eu e mamãe sabíamos - a uns 2 anos. A trajetória foi longa, porque mesmo que ela não tenham que ser a rainha algum dia, para uma princesa se casar com um camponês, o caminho é mais complicado.

Meu pai, apesar de ser um homem de bom coração, não tinha muito apresso por ver sua filha casada com alguém sem títulos, afinal ele teria que se explicar a todos que ofereceram casamento com o beneficio de se tornarem aliados, e acredite ele terá que falar com muitos deles.
   Ana sempre foi muito famosa e querida, já eu... Bem eu serei rainha, é suficiente para que queiram se casar comigo. A maioria dos que fizeram alguma proposta sabem apenas meu nome, meu título, e talvez quantos criados tem o castelo. E particularmente nem eu sei quantos são.

Então como o dia de ontem tinha sido quase perfeito, o de hoje claro, teria que se tornar menos agradável possível.

   Jack Frost entrou pela porta, quase como quem anda pela própria casa; ele não corria risco algum fazendo aquilo, afinal era filho do Duque de Crystalline Lens, o homem é melhor amigo do meu pai a anos e o cretino do filho dele viveu a infância toda aqui, mais tarde ele aparecia com menos frequência, sempre mais alto, os olhos mais azuis, o maxilar mais marcado, o sorriso irritante e mais brilhante.

Ele estava sempre mais bonito e insuportável, apesar disso, eu sabia, tinha em minha memoria milhares de momentos incríveis e agradáveis ao seu lado. Era quase como um teatro, nos provocávamos na beira dos outros e quando sem ao menos perceber, ficávamos sozinhos; era como se nada tivesse acontecido momentos antes, quando algum criado aparecia de repente quase se assustavam ao nos ver gargalhando, definitivamente não era uma cena comum. Nos dois nunca chegamos a falar sobre o porque agíamos assim, apenas era. Também nunca soube explicar o porque realmente me sentia assim, não era como se não gostasse dele, porque claramente simpatizava, mas o que não gostava era dele em publico, com a pose arrogante, o sorriso apagado, então sim, o desprezo não era totalmente teatral.

Então, como a boa atriz que era, logo a carranca de antipatia apareceu.

— Olá queridos. E parabéns Ana, é bom saber que um de nós vai ter alguém realmente especial para viver a vida.

Outro pequeno detalhe sobre Jack, ele não era o filho preferido do Duque, porque como podem ver ele não se importa nem um pingo com as regras que devem ser no mínimo toleradas. Ele fala o que pensa, muitas vezes faltando com a decência. Se fôssemos analisar bem, ele não fazia nada demais, só não agia com condescendência o tempo todo, como todos faziam.

Os irmãos mais novos dele eram sim muito espirituosos, mas eram decididamente mais obedientes as regras e a seu pai.

— Seu aniversário é em poucas semanas, acertei? - a pergunta foi feita por mim da forma mais inocente que consegui.

— Olha, não esperava que estivesse contando os dias para isso. Mas eu sei como é, o maior evento do ano não pode ser esquecido. - "Deus me dê paciência com este traste".

Na verdade estou pensando em como vou achar seu presente - eu estou sentada de frente para minha mãe e como ela presencia com frequência nossa troca de farpas, me repreende com o olhar de imediato. Eu me seguro para não revirar os olhos.

— Deixar as pessoas curiosas não é educado sabia? - o sorriso cínico entra em cena.

— Como se você seguisse as regras de etiqueta. Educação não é seu forte.

O Cretino filho do DuqueOnde histórias criam vida. Descubra agora