PARTE 1

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A primeira vez que Luffy, ouviu falar sobre o fio vermelho do destino, ele tinha seus oito anos. A criança tentava ao máximo manter seu foco no que a professora falava, mas algo o incomodava. Luffy levantou a mão, balançando-a impaciente.

– Diga, Luffy.

– O que é... destino?

– Boa pergunta, o destino é o que vai vir. O que está fadado a acontecer – A mulher de cabelos verde escuro disse com um sorriso – Então nessa lenda chinesa, o fio vermelho é o destino de cada um, cada um vai encontrar sua alma gêmea.

A maioria das garotas deram gritinhos e ficaram envergonhadas, o garotos olhavam para os rostos das garotas com sorrisos presunçosos, porém Luffy, por outro lado, torceu o nariz, desgostoso com a ideia do destino, se sentia preso em tal, e ele não queria nada mais do que ser livre.

Depois daquela aula ele se viu ainda mais convicto de ser livre. Dias depois foi obrigado a morar com a tia avó, já que ambos os pais eram políticos e divorciados, o avô que cuidava de si se mudou integralmente para uma base distante da marinha, o que restou para a jovem criança ficar no ferro velho da Dandan, uma mulher durona e irmã de Garp. Lá ele conheceu seus irmãos, então não foi de todo ruim. Na verdade, foram os melhores anos de sua vida.

Somente na adolescência ouviu falar sobre o tal fio vermelho novamente, descobrindo que na lenda japonesa ele ficava em seu mindinho. O adolescente de quinze anos olhava fixamente para o dedo menor, porém não via nada ali, talvez ele não ficasse preso a alguém, talvez ele não tivesse um destino.

– Não dá pra ver Luffy – Disse uma ruiva, sua amiga ria enquanto o cutucava com os pés – Ele é invisível.

Sentado na grama, o moreno olhou um tanto nervoso para Nami, que arqueou as sobrancelhas, sentada ao seu lado.

– O que foi? Não quer encontrar a sua alma gêmea?

– Eu não.

– Porque? – Dessa vez quem perguntou fora Sanji, enquanto tirava o pirulito da boca – É a coisa mais incrível! Eu acho que meu fio 'tá ligado a todas as damas lindas... Ah... até um dia que eu escolher uma delas. Que tal Nami-san? Nossos fios estão interligados, quer namorar comigo?!

Nami deu uma gargalhada, e em vingança do amigo mulherengo, ela o olhou maldosamente, logo em seguida encarou Zoro, o outro amigo que estava deitado na roda tirando um cochilo.

– Sabia Sanji, que o fio vermelho é diferente para cada par? A lenda é que o fio está ligado a pessoa que está destinada a criar uma história juntos, nem sempre ela se inicia com algo mais romântico, às vezes podem até ser inimigos.

– Mas do que está falando Namizinha eu não entendi... – Ele disse confuso, porém ao olhar na direção em que a ruiva encarava, ficou completamente vermelho – CLARO QUE NÃO, ELE É UM OGRO FEIO, UM MARIMO! E-E EU NÃO SOU GAY!

– Hã...? Alguém me chamou? – O dito cujo despertou, levantando o corpo e piscando algumas vezes.

– Não marimo burro, volta dormir vai!

– Hã? O quê tem de errado, cozinheiro tarado? Ficou doido?!

Logo em seguida uma briga se iniciou, Nami apenas riu enquanto encarava a nova briga dos amigos. Já Luffy... não estava nem um pouco satisfeito, ele ainda estava preso nesse tal destino, e talvez ele nem mesmo gostasse da pessoa. Ficaria de mal humor o resto do dia, caso minutos depois, Usopp não tivesse chego trazendo lanche para todos, e fazendo Luffy esquecer do assunto.

Na faculdade – fato este que Luffy não estava nem um pouco empolgado, pois imaginou que depois do ensino médio ele nunca mais precisaria estudar, mas não foi bem assim – Sabo, seu irmão mais velho e o mais responsável, convenceu o irmão a fazer o vestibular e tentar entrar em uma faculdade, pois seria bom para seu futuro. De início foi conturbado escolher um curso, porém depois de um tempo, Nami sugeriu turismo, como uma futura geógrafa, conhecia um pouco do curso e lhe parecia algo que o amigo pudesse se interessar. Dito e feito. Era como uma aventura aprender sobre tantos lugares, e a melhor parte é que só aumentava a curiosidade de realmente ir em todos eles.

O Maldito Fio VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora