ㅤㅤㅤㅤ;; ━ prólogo

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Nome da paciente; Dan Sori
Diagnóstico; Anemia Aplástica
Observação; Diagnosticada com Anemia Aplástica, dada de uma infecção, consiste em quando o organismo deixa de produzir células sanguíneas novas.


Sori deixava que os raios solares, atravessando além dos vidros da janela de seu quarto hospitalar, penetrassem suas pálpebras levemente fechadas, deixando que sua bela pele macia esquentasse ao estar sendo chocada contra a luz. Aquela sensação lhe trazia, de certa forma, a paz que a jovem almejava desde o maldito dia, como ela preferia se referir, em que teve que adentrar as portas do hospital as pressas. De todas as manhãs frescas, frias e chuvosas, essa era a primeira na qual amanheceu sem sua angústia presa no peito. Após os tão sofridos dois anos de duração de espera de resultados contra a doença adquirida tão cedo em sua vida, Dan Sori estava esperando ansiosamente por seu último exame pós tratamento.

E desde que abriu os olhos nesta manhã de temperatura agradável, a mesma passou a retomar algumas lembranças nas quais se formaram enquanto estava à espera de uma transfusão de sangue compatível a seu tipo sanguíneo, infelizmente, raro ao ponto de nenhum de seus familiares poderem se oferecerem a tal ato.

Ah, essa palavra, familiares. Com sua convivência de vinte quatro horas em clínicas, esse mesmo conjunto de letras se tornou inútil na visão de Sori. Em todos os anos, nenhuma uma palavra amiga, um boque de flores, ou ao menos uma visita para dizer que se importavam de fato com sua saúde. Nenhum de seus parentes se importaram com a pobre Dan doente. Tios, tias e primos, todos eles a trataram como um estorvo desde o início, abandonado-a assim que seu querido pai faleceu, o mesmo seria o único que os fazia cobranças. Sori não sabia o que odiava mais, a falsidade ou a falta de apoio de todos.

Ao não ser por seu padrinho, amigo de infância de seu falecido pai, que realmente estava lá para lhe dar o mínimo de apoio, Sori esteve lutando sozinha o tempo todo. Momentos de desespero, desesperança, noites que seus olhos incharam de tantas lágrimas derramadas ao ouvir dos médicos que seu caso poderia não ter jeito, momentos de instabilidade emocional em que os pensamentos suicidas invadiam seu subconsciente, isso e o mar de negatividade a sua volta a fez entrar em um vazio absoluto. Tanto que quando lhe apareceu uma alma eliminada, a qual a mesma se mantém muito grata, a fim de fazer o transplante, Dan Sori já havia se afastado da sua antiga personalidade.

Ela estava livre, enfim, a tempestade havia se acalmado, ela venceu, sozinha, e ali decidiu que sozinha continuaria a caminhar os caminhos da sua vida tortuosa. Tomada por rancor, o único pensamento que tinha em mente era retomar seu lugar de direito na empresa da família, mostrar a todos que poderia ser mais que competente. A verdade era única, assim que sua doença se alastrou e Sori não pode seguir profissão, para eles ela se tornou insignificante. Então ela estava voltando, para ocupar o lugar que tanto a cobravam, e a partir desse dia, eles conheceriam a nova Dan Sori e inevitavelmente tenderiam a lidar com seu temperamento.

- Com licença, estou entrando - Sori abriu seus olhos lentamente para olhar a pessoa que acabara de entrar no quarto. E pelo seu timbre familiar, a jovem já sabia que se tratava do Sr.Hong, o médico que cuidou de sua saúde desde bebezinha, assim como a do seu progenitor - Vejo que acordou de bom humor, você parece ótima Sori - O mais velho se moveu até próximo de sua cama, se certificando que seus aparelhos funcionam devidamente. O mesmo como sempre mantinha a expressão serena levemente simpática, o que combinava bem com sua gentileza. Realmente, seu filho teve a quem puxar, esse que exalava cavalheirismo.

- Você sabe que a muito tempo não sinto o que é esta de humor, senhor Hong - A voz de Sori tomou o ambiente pela primeira vez ao dia, a jovem se aconchegou sentando-se agora com as costas para janela, mantendo seu olhar fixo na figura do médico.

𝕬 𝐂𝐔𝐑𝐀 𝐄 𝐀𝕸𝐎𝐑 𓂅  𝙅𝙚𝙤𝙣 𝙒𝙤𝙣𝙬𝙤𝙤Onde histórias criam vida. Descubra agora