Capítulo 1

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Acordei mais uma vez sentindo um gosto metálico na boca, estava deitada no chão em uma poça do meu próprio sangue, estava tão fraca e faminta que já não tinha mais forças para me mexer.
Você deve estar se perguntando como vim parar aqui?
Bem, era um dia comum, eu estava voltando para casa após ter buscado meu filho na escola  e passado no supermercado, eu estava dirigindo tranquilamente com meu filho no banco de trás, quando senti que havia algo errado, mas eu resolvi ignorar essa sensação e continuar dirigindo.
Quando cheguei em frente a minha casa, estacionei o carro e desci para ajudar meu filho.
Foi quando eu senti uma pancada forte na minha cabeça e a última coisa que eu ouvi antes de apagar completamente foi a voz do meu filho gritando por mim.
Quando acordei estava em um cômodo escuro, sem janelas com uma das pernas acorrentadas.
A minha rotina desde que fui trazida para esse lugar no último mês era resumida em acordar, ser espancada, abusada, espancada novamente, dormir em cima do meu próprio sangue e abusada mais uma vez.
São raras as vezes que eu como alguma coisa, no máximo uma vez na semana, no primeiro dia tentei fugir, pedir ajuda, mas não adiantou e por causa disso passei a ser alimentada uma vez apenas na semana, para que eu não tivesse forças para lutar ou fugir.
A única coisa que me mantém presa a esse mundo é meu filho e a esperança de que o verei novamente.
Na verdade não sei ao certo há quanto tempo estou aqui, não existem janelas, não sei se é noite ou dia, deduzo ser dias pois ouço barulhos de passos e vozes acima de mim.
Já não tenho mais condições de gritar, evito me mover ou falar pois é inutil.
No começo eu gritava o mais alto que conseguia, mas ninguém parecia me ouvir, talvez ouvissem mas ignorassem, as pessoas estão sempre ocupadas demais com suas próprias coisas e não tem tempo para pensar no que está acontecendo com os outros.
Comecei a pensar em como vim parar aqui e no que eu poderia ter feito diferente para não ter acabo como estou no momento.
Talvez se eu tivesse mudado a rota, talvez se eu tivesse demorado menos na rua não estaria agora semi nua, cheia de marcas no corpo, deitada em uma poça do meu próprio sangue.
Ouço vozes ao longe que vão se aproximando cada vez mais, ouço uma porta ser aberta mas não consigo ver nada.
Passos vão se aproximando cada vez mais, fecho meus olhos me deixando ir para outro lugar e a última coisa que sinto antes de apagar completamente é alguém me erguer do chão.

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⏰ Última atualização: Mar 11, 2022 ⏰

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