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06:00am
Pov cristal

Ainda faltam mais ou menos 1 hora e meia para chegar até ao colégio interno e chiara mexendo no celular enquanto comia cereal

Cristal: filha - chamo pela mesma

Chiara: hum - diz sem tirar o olhar do celular

Cristal: temos de falar

Chiara: eu não quero. Estava bem até agora sem nenhuma de nós trocar alguma palavra - respiro para não começar uma briga pela forma que a mesma me respondeu

Cristal: você sabe porque eu estou te colocando aqui

Chiara: sinceramente queria ser burra para não saber

Cristal: para de ser dramática, credo! Você se já e dramática em si, agora menstruada vai ser 10x mais!

Chiara: aí é sério isso?

Cristal: vai filha, se você sabe perfeitamente porque você ta aqui então me diga

Chiara: para me proteger do que não tem perigo e para me manter longe como o meu pai porque eu devo ser uma insuportável como as pessoas me chamavam

Cristal: chiara, isso foi na escola, não vai ficar com isso na cabeça. Já vai muito tempo desde que isso aconteceu

Chiara: tou nem aí dói na mesma

Cristal: tudo bem. Você não quer perceber então esquece

Chiara: posso continuar no celular agora?

Cristal: não - tiro o celular da sua mão e coloco do meu lado

Chiara: me devolve por favor mãe

Cristal: não, agora não. Primeiro vamos falar

Chiara: sobre o que?

Cristal: você sabe como funciona depois de estar menstruada?

Chiara: vamos parar aqui... - diz envergonhada

Cristal: você sabe?

Chiara: mãe! Eu sinceramente já sei demais do que queria saber

Cristal: você não pode levar nenhum rapaz para o seu quarto entendeu?

Chiara: mãe! Que horror! Porque você tá falando isso! É só constrangedor

Cristal: o trabalho de uma mãe é proteger os filhos

Chiara: eu não vou levar nenhum rapaz para o meu quarto. Eu nem quero namorar

Cristal: fica assim mesmo. Se souber que você está namorando, você terá problemas mocinha

Chiara: agora sou proibida de amar, como se já não você proibida de muita coisa

Cristal: eu não quero que você se machuque por conta do amor. O amor pode doer muito mais do que possas imaginar

Chiara: eu sei... - diz bem baixinho mas mesmo assim consigo ouvir - pode me devolver o celular agora? - não ia fazer perguntas sobre que ela já amou ou algo do tipo. Com sua fala parecia meio triste e por isso não vou tocar de novo nisso apesar de estar muito curiosa. Então devolvo o celular dela.

horas depois
Pov chiara

Estava arrumando algumas coisa no meu novo quarto. Ele não era muito grande. Tinha 2 camas um armário 1 banheiro e 2 escrivaninhas.
Eu não tinha colega de quarto. O que era bom para mim. Já que eu não socializo-me muito bem.
Ouso alguém abrir a porta mas não olho, mas o cheiro do perfume cativa-me. Eu reconhecia de algum lugar aquele cheiro.

- oi

Chiara: sai - digo seca e rápido 

- desculpa

Chiara: não, eu não quero ouvir as suas desculpas bobas

- me desculpa ter te mentido

Chiara: sai daqui! Eu não quero te ver! Sai!

- me escuta chiara por favor

Chiara: eu disse para você sair Lúcio. Por favor - digo com um tom de voz fraco. Eu queria chorar por ele me ter mentido.
Eu chorei noites porque ele foi embora e agora volta como se nada tivesse acontecido. Era preciso ter coragem

lúcio: se você me ouvir eu vou embora 

chiara: Falamos outro dia, por exemplo no dia da sua morte pode ser? 

lúcio: Eu não queria vir para aqui! Eu juro para você! Meus pais me obrigaram! Eu tive medo de te dizer a verdade

chiara: como eu vou saber que isso é verdade. Que você não tá inventado isso tudo para me consular? 

lúcio: Porque eu mentiria para você? Você é a única pessoa que eu nunca mentiria e você melhor que ninguém 

chiara: Eu precisava de você naquele momento! Você não está entendendo o quanto eu chorei todas as noites. As noites que eu fugia de casa para ficar no nosso lugar sentido as lagrimas escorrendo pelo meu rosto. Há noite que eu me questiono como não morri de hipotermia. e você esteve a 2 horas de mim. Não era difícil mandar uma mensagem a dizer que tinha saudades ou até um simples "oi" - termino de falar com o rosto coberto de lágrimas. Ele tenta se aproximar de mim mas eu me afasto 

lúcio: eu sei que, o que vou dizer parece coisa um mentiroso diria mas o meu celular quebrou de verdade. E eu até pedi aos meus pais para ele me trazerem um novo mas eles simplesmente não apareceram mais. Ele apenas pagam o colégio e não dizem nada 

chiara: eu sinto muito, mas agora eu só quero que você vá embora

lúcio: posso só te dar um abraço? - eu assinto e chegando ele me abraça 

chiara: eu tenha saudades. Desculpa...

lúcio: está tudo bem baixinha 

chiara: você não se cansa de me chamar desse nome pois não? - ele dá um riso nasal. Olho para o mesmo, tinha saudades de ver os seus olhos pretos e a sua pele quase tanto branca quanto a neve. O cabelo sempre era igual, um pouco mais longo na frente e mas curto atrás. Um pouco mais alto que eu e sempre com o mesmo cheiro

lúcio: eu também tinha saudades de te dar um abraço, e das nossas brincadeiras. Eu não fiz muito amigos aqui porque foi no meio do ano. Mas ter você aqui já é ótimo - dou um sorriso bobo e saímos do abraço  






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