𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏

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Cassidy Houston.

Nunca estive tão animada para finalmente chegar sexta-feira. Finalmente estava terminando o inferno que é o ensino médio, e como uma boa comemoração, marquei de ir até o bar famoso da cidade com os outros alunos da sala que frequentei. Eram mais como colegas, amigos de verdade eu só tinha um, que infelizmente iria embora do país para fazer um intercâmbio de meses então eu ficaria sozinha pelo resto do ano.

— Essas coisas passam rápido, quando menos esperar logo estarei de volta para encher teu saco. — Timothée falou com um sorriso no rosto, eu o conhecia o suficiente para saber que ele estava se segurando para não chorar. Apenas se fazia de durão.

— Fácil dizer quando é você que vai embora... sentirei sua falta, Tim. — o puxei para um abraço deixando meu queixo em seu ombro, fechei meus olhos e deixei que às lágrimas escorressem em minha bochecha. — Eu te amo.

— Eu te amo, Cass. Quando chegar eu te ligo. — acenei com a cabeça e nos despedimos pela última vez, ele foi até o portão de embarque e dali em diante começaria uma nova vida. E eu torcia por ele.

Particulamente eu estava feliz, era o sonho dele desde que éramos crianças, mas também estava triste em ver o meu melhor amigo partir. Desde os 12 anos que estávamos juntos, éramos uma dupla incrível, sempre na mesma sala, nos mesmos aniversários, viagens e problemas. Dividimos uma vida e uma amizade maravilhosa. Cresci ao lado de Timothée sendo sua confidente e ele sendo o meu, mas eu podia esperá-lo por alguns meses.

Suspirei e sai do aeroporto, dirigi de volta para casa enquanto ouvia e cantava baixo uma música que tocava na rádio, especificamente "Come As You Are" do Nirvana. O trânsito de Seattle era horrível, nunca vi uma cidade ter tanto engarrafamento, vez e outra a velocidade diminuía e os carros pareciam andar, mas nada além de poucos metros. Bufei irritada e busquei o celular que estava no banco passageiro, olhei algumas mensagens e via que faltavam menos de duas horas para o tal encontro dos formandos no bar.

Um carro que estava atrás do meu buzinou tirando minha atenção do celular para o retrovisor, xinguei mentalmente e comecei a dirigir novamente quando um carro que ultrapassou o estressadinho da buzina bateu na minha traseira fazendo eu frear o carro bruscamente.

— Puta que pariu. — xinguei tirando o cinto, desci do carro e fui olhar o estrago feito, meu carro não era novo, antes de ser meu, era do meu pai, fiquei com o mesmo depois que ele faleceu, mas mesmo assim o mantinha sempre na linha, eu cuidava dele como se fosse um filho.— Eu não acredito nisso. Você vai pagar por essa merda!

Elevei um pouco a voz, meus nervos estavam a flor da pele, sempre tive problemas em controlar minha raiva, e agora, infelizmente não seria diferente. O homem desceu do seu carro e veio olhar o que tinha acontecido, ele permanecia com às mãos no quadril, levou a mão até a barba e alisou desviando o olhar até mim.

— Certo, acredito que isso pague todo o dano causado. — ele retirou algumas notas de cem dólares da carteira e me entregou de qualquer jeito, o olhei incrédula.

Isso é sério? Nem um pedido de desculpas?

— Você é algum tipo de bêbado riquinho, não é? — questionei guardando o dinheiro no bolso, sorrio negando com a cabeça após não ter nenhuma resposta e dei às costas. Gravei seu rosto e contei até dez para não perder mais o rumo dos meus pensamentos. Esse filho da puta com certeza acabou com o resto do meu dia. Sequer agora tinha vontade de sair.

Arranquei com o carro e fui para casa, parei o carro na minha vaga do estacionamento e peguei o elevador para ir pro meu apartamento. Quando entrei, fechei a porta num estrondo e me joguei no sofá, olhei para o relógio e vi que já havia se passando uma hora contando com a confusão, minha volta e o tempinho que passei sentada.

𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐃𝐈𝐑𝐄𝐓𝐎𝐑 - Jeffrey Dean Morgan.Onde histórias criam vida. Descubra agora