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Quando Hoseok e Mark me disseram que a festa duraria dois dias no mínimo, eles não estavam brincando.

As equipes se revezavam em três turnos para virem trabalhar e houve só dois momentos que alguns do bando precisaram sair para resolver algum problema de fora. Nessas duas vezes Baekhyun, Taemin, Yoongi, Jungkook e Liza voltaram ainda mais animados para comemorar o casamento.

— Eles não vão embora logo? — Yugyeom perguntou quando estávamos deitados na nossa cama, em um dos momentos que fomos descansar.

— Você que disse que o que fosse decidido estava bom, desde que nos casássemos — eu ri e ele bufou, me puxando ainda mais para ele.

Acontece que todos em casa, e com aquela quantidade de lúpus, eu me recusava a transar com ele. E também, tinha tanta gente em casa, que era só as coisas esquentarem entre nós, que alguém aparecia nos chamando. Até mesmo o Alfa Lay tinha ficado conosco, ele e a família tinham ido para um hotel descansar e voltaram. Any ficou amiga dos filhotes de Lay, quando eu percebi, o minibando já estava organizando uma excursão para a China.

Minha mãe e minhas irmãs ficavam conosco o dia inteiro, só iam para o apartamento para dormirem e logo voltavam, assim como os pais de Yugyeom. O bando em si não tinha ido embora, e eu nem sabia quem estava dormindo em casa quarto. Donghae foi outro que não foi embora, ele chegou naquela manhã com a filha e ninguém mais os deixou ir.

— Eu preciso pegar roupas para a minha filhote — o alfa tentou argumentar.

— Eu empresto para a Karina — Any respondeu. Apesar de Karina ser mais velha que Any, a menina parecia um pouco mais nova, e algumas roupas serviram nela.

— Eu também — a filha de Chittaphon falou, ela tinha a mesma idade de Karina, e parecia ter adotado a ômega para si. O minibando tinha entendido que Karina era autista, por isso, tinha necessidades diferentes das deles e eles estavam tentando colocá-la nas brincadeiras. Yuji, filha de Ten, e Karina tinham se dado bem e estavam juntas o tempo todo.

— Lembra o quanto você zombou da minha cara? — Mingi perguntou para Kun com um sorriso malvado.

— Cala a boca — o outro lúpus resmungou — você sabia?

— Claro que não, mas isso só torna tudo mais divertido, não? — Mingi riu maldoso.

— Eu acho — Jongin deu de ombros e Kun olhou para os amigos como se pudesse matá-los.

— Seu casamento foi lindo e a festa está divertida — Wheein me disse quando voltou de casa, ela tinha ficado parte da festa e depois ido, mas deixou Eun conosco o tempo todo.

— Obrigado — sorri para ela — foi bom te ver fora da creche.

— Também acho — ela sorriu — estou voltando a sair de casa. Passei tanto tempo com medo, que me acostumei a ficar longe de todos. Foquei minha atenção nas crianças e ignorei o resto, inclusive, eu mesma. Estou fazendo o processo de cura, é vagaroso e, às vezes assustador, mas não vou desistir dessa vez.

— Eu te entendo, passei por algo parecido — falei a abraçando — apenas vá no seu tempo e não se esforce demais, você tem gente te apoiando. Tudo bem se precisar parar um pouco para respirar, você merece ser feliz.

— Obrigada — ela limpou uma lágrima, sorrindo — passei todo esse tempo me sentindo culpada, me sentia a pior mãe do mundo, porque dei atenção aos filhos dos outros e deixei a minha filha de lado. Mas acho que, no final das contas, eu fiz um bom trabalho.

Nós olhávamos as crianças brincando e eu entendia o que Wheein estava falando, eu mesmo pensei isso de mim por muito tempo. Eu via como Any era tímida e insegura, e agora ela liderava as crianças em uma brincadeira de correr que só tinha lógica para eles. Nos fechamos dentro de uma armadura, nos isolando do mundo achando que estamos fazendo isso para nos proteger, mas, na verdade, só estamos nos impedindo de viver bons momentos com pessoas que realmente importam.

Look After You •Yugbam•Onde histórias criam vida. Descubra agora