teaching how to love - wolfstar

1.

    Tudo começou quando Remus Lupin era apenas um garotinho. Com cinco anos Remus, já tinha sofrido o que ele não desejava para nenhuma outra criança: perdido sua mãe. 

   Foi um acidente. Uma noite quando o pequeno Remus estava praticamente dormindo no banco de trás do carro, a cabecinha encostada na janela do carro, observando as estrelas, cansado de passar o dia em uma das festas de família, enquanto seus pais estavam nos bancos da frente do carro conversando calmamente. Então um carro descontrolado deslizou pela pista, foi tão rápido que o pai de Remus nem conseguiu processar o que estava acontecendo para desviar. 

   Os carros bateram. Foi uma coisa feia, horrível. Com cacos de vidro para todo lado, muitos que se estilhaçaram no rosto de Remus, fazendo as suas primeiras cicatrizes se formarem. Mas a pior coisa não foi isso. Por mais que Remus agora, fosse um garotinho cheio de cicatrizes físicas pelo seu rosto, a pior cicatriz que Remus tinha era aquela que estava no seu coração, quando apenas ele e seu pai saíram vivos daquele acidente. 

    A partir de então a vida de Remus começou a se tornar muito difícil. O pai se culpava todos os dias e preferia se livrar dessa culpa bebendo algumas latas de cerveja do que dando a atenção que o filho precisava após ter perdido a mãe. Remus se sentia muito sozinho, sempre havia sido muito próximo da mãe, e agora o pai parecia uma pessoa completamente diferente. Ele estava perdido. 

    Então, quando Remus começou o jardim de infância, teve uma pessoa que o ajudou: Sua professora, a Srta. Margaret.   

    Na época uma apenas uma jovem de 24 anos, feliz em poder ensinar crianças o básico que elas precisavam saber para começar suas vidas. E ela realmente fez isso. Margaret se importava realmente com seus pequenos alunos, sempre querendo os ajudar no que pudesse. Ela os ensinava muito mais além de como ler, escrever e fazer contas básicas de matemática. Ela ensinava a eles o que era certo, o que era errado. Que eles deveriam ser sempre gentis uns com os outros, sempre dispostos a ajudar os amiguinhos. 

   Margaret ensinou várias lições que Remus levaria para vida inteira, principalmente que no final, a coisa mais importante era que eles ensinassem algo para os outros. 

   Ela foi a pessoa preferida de Remus, por praticamente sua vida inteira. Além de ser uma professora incrível, ela foi uma amiga para Remus, quase uma segunda mãe. Nas tardes em que ele ficava horas após o horário de saída da escola, esperando seu pai lembrar que tinha que ir buscá-lo, Margaret sempre ficava ao lado dele, conversando sobre tantos assuntos diferentes que Remus esquecia de se preocupar com o horário. Ela nunca o julgou por de vez em quando chegar na escola sem fazer as lições de casa por não ter conseguido ajuda de seu pai. Ela sempre entendia e então o ajudava a completar a tarefa. 

  Foi para ela também, que Remus se assumiu primeiro. Com 9 anos, ainda estudando na mesma escola, mas tendo mudado de professora a anos, caminhou até a sala de sua antiga professora no final da aula, e sussurrou com lágrimas nos olhos: 

   "Eu acho que eu sou um garoto." 

   "Tá tudo bem, querido." E com isso ela continuou o ajudando, por todo o processo de sua transição. Foi com junto com ela, em mais uma tarde que seu pai demorava para ir buscá-lo que ele escolheu o nome que chamaria de seu pelo resto da vida. 

   E era por isso, que anos depois Remus decidiu seguir os passos dela. Ele sabia que um dos propósitos dele na vida era ensinar e ajudar crianças a virarem adultos melhores, assim como a Srta. Margaret havia feito com ele. 

                                 🌙

  Era o começo de mais um ano letivo na pequena escola em que Remus era professor. Ele já tinha preparado tudo que precisava na sua sala de aula e estava esperando sentado em sua mesa, cada um de seus novos alunos chegarem, atrás de si escrito no quadro: Sejam bem vindos, sou o professor Remus. Mesmo que a maioria de seus alunos provavelmente nem saberiam ler ainda.