Era finalmente o dia tão desejado de todos aqueles que eram professores. Sexta feira a noite. E por mais que Remus amasse seu trabalho, até ele admitiria que cuidar e ensinar crianças de 4 a 6 anos todos os dias, poderia ser bem cansativo. Remus teve até sorte, com a turma desse ano, pelo que ele pode perceber nessas primeiras semanas de aula, a turma dele era calma, na maioria das vezes. Mas crianças vão ser sempre crianças, então era óbvio que uma hora alguma ia cismar que não queria entrar na sala de aula e preferia voltar para casa, ou que queria tal coisa que o coleguinha tinha, ou empurrar umas as outras no meio da empolgação da brincadeira de pega-pega, ou…
Enfim, Remus não precisava pensar nisso agora. Amanhã à tarde ele iria planejar algumas aulas, imprimir algumas atividades, mas agora tudo que ele iria fazer era descansar.
Ele estava no seu pequeno apartamento, decorado com móveis de segunda mão mas que eram muito confortáveis, duas estantes tão entupidas de livros que pareciam que iriam explodir a qualquer momento, alguns tapetes de crochê coloridos que Remus tinha ganhado de sua antiga professora espalhados por cantos aleatórios. Ele apreciava muito presentes feitos a mão para não deixá-los expostos por aí. Também existia uma caixa cheia de desenhos que seus alunos já tinham feito para ele ao longo dos seus anos como professor. Ele nunca teria coragem de jogar fora. Era uma bagunça, mas uma bagunça totalmente organizada, pelo menos na visão de Remus.
Remus pegou um de seus livros favoritos que já tinha lido um milhão de vezes e se espremeu em um canto do sofá, mesmo ele estando vazio. Ele bebeu um pouco de seu café quente – e era meio contraditório ele estar bebendo café à noite, quando ele planejava descansar. Mas era rotina. Toda sexta à noite Remus chegava em casa, tomava um banho e preparava uma xícara de café, então se sentava no sofá usando seu suéter favorito e relia algum de seus livros. Era reconfortante ter esse tipo de rotina. E bom, se de vez em quando ele se sentia meio sozinho, ele sempre recompensava isso na segunda feira tendo várias conversas interessantes com crianças de 5 anos.
Você precisa conhecer alguém, Remus. Assim você não ficaria tão sozinho…
Remus ouviu a voz de um de seus colegas de trabalho na cabeça e suspirou, não era como se ele fosse um cara triste e solitário, ok? Ele era muito feliz com a vida que tinha, muito grato pelo seu trabalho, era só que, às vezes até ele admitia que seria bom ter uma vida além disso.
Remus foi interrompido de seus pensamentos por uma notificação de mensagem saindo de seu celular que estava no braço do sofá. Ele ponderou por algum tempo se valia a pena interromper sua rotina, mas percebeu que ele já não estava mesmo conseguindo ler seu livro com todos esses pensamentos girando em sua cabeça. Remus colocou o livro de lado e dando mais um gole em sua xícara, pegou o celular, ligando o mesmo para ver do que se tratava.
Sirius: oi! achei que você iria gostar de saber que o harry não para de falar de você e como ele quer dormir logo, para poder ir pra aula segunda.
Sirius: e olha que fazer esse garoto dormir é mais difícil do que parece! então acho que eu deveria te agradecer, remus.
Remus não pode deixar de sorrir ao ler as mensagens. Primeiro ele ficava muito feliz em saber que Harry estava gostando de suas aulas. Harry era um ótimo garoto, sempre querendo ajudar as outras crianças com o que pudesse e prestava atenção em tudo que Remus falava como se fosse a coisa mais importante do mundo. Era muito fofo.
E segundo, era impossível não sorrir toda vez que ele recebia uma mensagem de Sirius. O que era ridículo, na opinião de Remus, porque ambos se conheciam a apenas algumas semanas e a maioria de suas mensagens consistia em conversas de como o Harry estava na escola, o que ele estava aprendendo, com o que ele tinha dificuldade, etc. Mas era esse mesmo um dos motivos que faziam Remus sorrir, ele achava adorável o quanto Sirius se importava com o afilhado.
E o fato que Sirius Black era super atraente, totalmente o tipo de pessoa por quem Remus se apaixonaria. Sirius também sempre perguntava como tinha sido o dia de Remus. E não parecia que era apenas por educação, como alguns pais de seus alunos faziam de vez em quando. Era como se Sirius realmente se importasse.
Remus: Fico feliz em saber que o Harry gosta das minhas aulas. Ele é um ótimo garoto.
Não demorou muito para Sirius responder:
Sirius: ele é sim.
Sirius: mas sério, remus, eu realmente quero te agradecer, você tem sido um ótimo professor para o harry e você não tem idéia de o quão assustado eu estava com o fato de que ele iria começar a ter a independência dele começando a escola.
Remus: Não precisa agradecer, Sirius. É o meu trabalho.
Remus: E não se preocupe, é normal. Geralmente os pais ficam ainda mais assustados que os alunos nessas ocasiões.
Remus deitou no sofá de bruços, deixando sua xícara de café que ainda estava na metade de lado, esperando a resposta de Sirius, que tinha começado a digitar e desistido. Várias vezes. Ele franziu a testa, curioso. Será que Sirius só não sabia mais o que dizer e estava procurando um jeito de terminar a conversa ou queria dizer alguma coisa e não sabia como?
Sirius: mesmo assim, queria te agradecer de alguma maneira.
Sirius: será que ia ser muito inapropriado?
Remus piscou, lendo várias vezes as palavras na tela do seu celular. Ele engoliu em seco e se sentou novamente no sofá, será que…?
Remus: Bom, realmente depende de qual maneira você pretende me agradecer.
Sirius: ESPERA! não pensa besteira, não foi isso que eu quis dizer, meu deus.
Remus: É claro que eu sei disso, Sirius. Afinal, isso sim seria bem inapropriado.
Remus balançou a cabeça, rindo, é claro que esse tipo de coisa seria a primeira coisa que passaria pela cabeça de Sirius.
Sirius: ah, que bom!
Sirius: então… eu estava pensando em te chamar para vir jantar aqui em casa amanhã, com o harry e eu.
Sirius: para te agradecer, claro.Remus ficou um tempo apenas encarando a tela de seu celular, sem saber o que responder. Ele iria aceitar, sabia disso desde o começo. Mas primeiro ele precisava que borboletas parassem de voar dentro de sua barriga, ele estava parecendo um adolescente, pelo amor de deus. Remus respirou fundo e se lembrou que isso não era um encontro com Sirius, era apenas um jantar inocente entre um professor e um dos pais de seus alunos. E o próprio aluno, afinal Harry estaria lá.
Era só isso. Então, não teria nenhum motivo para ele não aceitar, certo?
Remus: É claro.
Remus: Pode deixar que eu vou adorar jantar com vocês.
Depois disso Remus desligou o celular e o deixou bem longe, com medo de que ele resolvesse perguntar para Sirius se aquilo era somente um convite inocente mesmo. O que mais assustava Remus, era o fato de que se Sirius, realmente admitisse que aquilo era só uma desculpa para o conhecê-lo melhor, Remus provavelmente aceitaria de qualquer jeito.
(notas do autor: tá um pouco mais curto do que eu gostaria, mas eu não queria colocar o jantar no mesmo capítulo. eu reli, mas se alguém achar algum erro de ortográfia ou algo assim, pode me falar!)
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teaching how to love - wolfstar
FanfictionRemus é um professor da pré escola, seguindo seu sonho de fazer com que as crianças aprendam mais com ele que apenas como escrever e fazerem contas de matemática básica. É assim que ele conhece Sirius, o homem tão atraente que faz o estômago de Rem...