Perdoei, e aí?

"Antes sede uns para com os outros benignos e compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou."- Efésios 4:32.

Eu me lembro que quando comecei a frequentar igrejas o assunto que mais se falava era sobre PERDÃO. Algumas mensagens tranquilas, mas a maioria eram mensagens duras, decerto nosso coração deveria estar da mesma maneira, duro, e estávamos resistentes em "liberar perdão".

E eu me lembro de um sermão onde parte dele falava sobre quando formos pedir perdão a alguém que digamos o porquê, não simplesmente digamos “me perdoa”, mas “me perdoa por ter gritado com você” ou “me perdoa por ter mentido pra você”, pois somente “me perdoa” soa muito vazio, e quando damos nomes aos bois, ou seja, quando apontamos contra nós o nosso próprio erro para nos redimir com alguém isso traz para a pessoa a quem estamos pedindo perdão a certeza de que reconhecemos o nosso erro e acaba sendo uma forma muito mais sincera de pedir perdão do que simplesmente chegar em alguém e dizer “me perdoa por tudo”.
Me lembro também de outro sermão, onde nos foi explicado sobre as consequências gravíssimas de não perdoarmos as pessoas, enfim.

Talvez você também já tenha ouvido muito falar sobre esse assunto, e se sim, eu acredito que todas essas palavras tenham florescido em seu coração, e que no decorrer dos dias até hoje muitas pessoas te pediram perdão e você também pediu perdão a muitas pessoas porque entendeu a importância dessa prática não só para o seu relacionamento com as pessoas, mas primeiramente para o seu relacionamento com Deus. Jesus disse: “Se perdoares as ofensas uns dos outros o Pai Celestial também vos perdoará, mas se não perdoares uns aos outros, o Pai não perdoará vossas ofensas". A oração que Jesus nos ensinou também diz algo parecido: “Perdoa nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos ofende”, também existe uma parábola sobre esse assunto e vários outros versículos com esse mesmo contexto. Portanto, as Escrituras sempre nos apontam a perdoar como o Senhor nos perdoou e vice-versa.

Sabemos que os apóstolos entenderam que para perdoar eles precisavam de fé. Sim, o perdão verdadeiro está inteiramente relacionado a fé.
Mas será que há fé em nosso perdão? Como nós perdoamos? Oque significa perdoar uns aos outros como Deus EM CRISTO, nos perdoou? Como de fato Deus nos perdoou? Como é o verdadeiro perdão daquele que entendeu o perdão de Deus em Cristo? Tudo isso e muito mais você verá hoje, em: PERDOEI, E AÍ?

NOSSO PERDÃO.

Quanto mais eu reflito sobre o perdão de Deus mais eu compreendo que o perdão não é algo somente interno, no sentido poético ou teórico da nossa mente, o perdão é tão prático quanto qualquer outra obra que possamos realizar através de Cristo.
Muitas pessoas acreditam que o perdão é algo mais interno, no sentido de (o que nós sentimos pelas pessoas depois que as perdoamos?) Se é algo ruim, como mágoa, tristeza, revolta, desconfiança, então não perdoamos de fato, mas se é algo “bom” como: "eu quero que essa pessoa seja feliz", "não desejo nenhum mal a essa pessoa" ou "espero que essa pessoa viva muito", então sim, somos “evoluídos espiritualmente” ou melhor dizendo: “Estamos em paz com aquela pessoa”.
E isso soa até bonito de dizer, não acha?

Imagine que você descobriu que alguém envenenou seu animalzinho de estimação e depois que infelizmente ele morre você teoricamente perdoa essa pessoa e diz: “Eu a perdoei em nome de Jesus” ou “Não desejo nenhum mal a ela”. Ok, mas será que você precisa de fé pra isso? Porque se eu e você que já cremos em Cristo precisamos de fé para não DESEJAR mal nenhum a alguém, somos tão terríveis quanto uma pessoa que envenena animais, desconhecendo completamente o que é verdadeiramente crer em Cristo. De fato, é lindo dizer que não desejamos mal nenhum a alguém ainda que esse alguém tenha feito algo terrível para nós. Mas será que era disso que os apóstolos estavam falando? Será que era sobre um perdão interno, poético ou teórico? Onde é só dizer que perdoamos e tá tudo bem? Como provamos que esse perdão de fato é válido?