𝚌𝚊𝚙 𝚏𝚒𝚟𝚎

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Nota autor: Atenção esse cap vai haver gatilhos fortes para alguns, eu não vou ficar sempre avisando sobre os gatilhos nos caps até porque eu falei nos avisos que haveriam vários, vou avisar desta vez. E eu não recomendo para quem sofre de depressão e vício em auto-mutilação

-O que você está fazendo aqui??
Falei dando um passo para trás

-Essa é minha casa não? E eu tinha que ver meu querido filho que acabou de voltar de viajem

-Oi.. Mãe
Langa colocou a mão sobre meu ombro tentando me confortar

-Então filha, que roupas desleixadas são essas em? Eu já não disse para se vestir melhor, como a menina delicada que você é??
Ela falou se levantando e indo até mim com um olhar de reprovação

-Por Deus, eu já não falei que eu não sou uma menina
Tentei disfarçar meu medo

Minha mãe me lançou um olhar de decepção, levantando sua mão e me transferindo um tapa estalando, deixando minhha bochecha vermelha aos poucos

-Não me responda sua pirralha!!

A olhei com surpresa com os olhos já marejando, fiquei sem reação a única coisa que consegui fazer no momento foi sair correndo para meu quarto, Langa ficou lá parado, não o culpo por não fazer nada, pelo contrário, fico feliz por ele não ter de metido, ele não sabe o monstro que nossa mãe e, se é que eu possa chama-la de mãe..

-Meu filho querido, não seja que nem sua irmã, não quero que você se envolva com esse mal exemplo, agora pode subir para o quarto, já está ficando tarde, dia a ela que eu vou sair para uma pequena festa e talvez volte amanhã certo?

Lamgaapenas acenou com a cabeça, com uma reação neutra fingindo ter esquecido oque acabara de acontecer, então ele logo subiu apressado atrás de mim

Eu me tranquei no banheiro, com algumas lágrimas escapando de meus olhos, eu só queria tomar um banho quente nesse momento pra esquecer do que acabou de acontecer, ouço alguém bater na porta do banheiro

-[Nome] Você está bem??
Langa falou com a voz serena, mais ao mesmo tempo preocupada

Respirei fundo

-Sim, eu estou. Pode pegar minha toalha que está pendurada na porta para mim?
Falei disfarçando o máximo possível o tremor em minha voz

Langa pegou a toalha, eu destaquei a porta estiquei minha mão para pegar a toalha, logo fechei a porta, a trancando novamente

Me olhei no espelho, enquanto deixava a toalha de lado, tirei minha camisa, em seguida das luvas que iam até um pouco acima dos meus cotovelos mais deixando os meus dedos a mostra, e olhei para meus braços, ali eu não via cortes, nem cicatrizes, eu via uma história. Cada risco avermelhado era um sentimento diferente, não era meu corpo que doía, e sim minha alma.

Terminei de tirar minhas roupas e entrei na banheira, já cheia a pós eu ter ligado a um tempo atrás com a água morna, olhei para o lado e vi aquele estilete, aquele que fazia eu me sentir bem, o meu companheiro nas horas ruins, o tomei para mim e encarei ele pensando, realmente isso valeria a pena??? Eu não podia, eu tinha em mente que isso me machucaria, mais eu também tinha em mente as diverças coisas que aconteceram nesse dia de hoje

Vi meu irmão sento assediado pelo cara que me espnacava todo dia na escola sem poder fazer nada, sofri transfobia, levei um tapa da minha mãe, fui chamado no femenino, senti disforia...

Encostei a lâmina do estilete não meu pulço esquerdo, onde menos havia ferimentos de antes, e antes de tudo pensei comigo mesmo

"Eu tenho certeza agora, que a dor piscicologia, e bem pior do que a dor corporal"

Pressionei a lâmina sobre meu braço e arrastei com força deixando toda minha raiva e angústia sair me sentindo livre, e o fiz denovo, e denovo, denovo, denovo... Perdi a conta que quantas vezes o fiz, apenas olhei para meu braço, d vi sangue espalhado e pingando na água, me fazendo feliz, mesmo com lágrimas e soluços saindo de mim.

Após o banho, peguei algumas ataduras que ficavam no banheiro a as enrrolei em meu braço, colocando depois uma camisa de manga comprida por cima, na intenção de evitar com que vejam as ataduras e perguntem sobre.

......

Hug me - Miya Chinen - transboyOnde histórias criam vida. Descubra agora