De olho nos mortos

11. A garota

   Imediatamente eu corri para perto deles e consegui atingir o zumbi na cabeça, quando puxei a faca ele caiu em cima do Nathan deixando-o coberto de sangue. Assim ele empurrou o zumbi no chão e limpou parte do sangue que estava em seu rosto.

- Você foi rápida em Izzie, conseguiu salvar ele.

- É verdade, você me salvou, muito obrigado.

- Ah, não tem de que.

- Quando o assunto é o Nathan é claro que ela vai ser rápida.

- Olha só ela está toda vermelhinha hahaha - Disse Maya zombando de mim.

- Parem com isso seus bobos, não é nada disso, ele seria mordido se eu não ajudasse.

- Mas Victor tem razão, você foi bem ágil mesmo.

- Eu deveria agradecer ?

- Vamos logo pessoal matamos só quatro deles, não sabemos se tem mais e precisamos dos remédios para a Valentina e o Yago.

   Abrimos a porta lentamente, aparentemente não havia mais deles, Nathan e Victor foram na frente, Maya e eu viemos logo atrás pegando todos os remédios que vimos pela frente, aliás não íamos conseguir mais remédios tão cedo, então pegamos tudo que foi possível. Lá tinha uma prateleira com comida, tinha alguns salgadinhos, um doces e umas garrafinhas de água obviamente nós levamos tudo.

   Conseguimos fazer com que tudo coubesse em apenas uma mochila que era a maior mochila que tínhamos ali naquele momento. Andamos por um bom tempo mas toda comida que tínhamos conseguido era aqueles doces e alguns salgadinhos que achamos na farmácia e isso não ia durar nem um dia se quer, precisamos de mais comida somos em grande quantidade, aquilo não ia dar pra nem metade de nós.

   Thomas ja estava bravo, ele queria voltar logo para a casa, afirmando que estava muito cansado e que não queria mais ficar andando procurando por comida.

- Nós todos vamos morrer mesmo, qual a necessidade de ficar lutando, esses bichos já dominaram o mundo e nós vamos ser os próximos...

- Credo Thomas, que pensamentos ruim é esse ?

- Não é pensamento ruim, é a realidade.

- Não é porque esta desse jeito que não podemos mudar.

- Maya, olha ao nosso redor, já estamos todos mortos - Thomas e Maya seguiram discutindo.

   Quando estávamos quase desistindo, pensando em ir embora, Nathan lembrou que no caminho para cá nós passamos por uma escola.

- Galera vocês lembram que no caminho nós cruzamos com uma escola ? Parecia estar toda isolada e lá é bem grande, muita criança devia estudar lá, pode ser que tenha algum estoque de comida.

- É verdade, como não pensamos nisso antes ?

- Vamos para lá dar uma olhada, vocês ainda tem munição não é? Por que como vocês viram é uma escola enorme, com toda certeza deve ter zumbis por lá, temos que ir preparados.

- Acho que temos o suficiente para entrar lá, mas se não tiver nada lá vamos ter gastado munição atoa.

- Bom é 50% de chance de ter e de não ter. Então vamos arriscar e seja o que Deus quiser.

   Então nós comemos um pouco daqueles doces para ter alguma energia para entrar lá. Estávamos nos aproximando da escola e da muito medo olhar e ver a situação que estava aquela escola e ainda tínhamos que entrar lá.

   Quando ficamos frente a frente com a escola sentimos um odor muito forte vinha de dentro e  parecia que algo lá estava podre, os meninos logo saíram procurando por um meio de entrarmos, todos os portões que vimos estavam trancados, mas olhando bem de perto deles nós percebemos que um deles estava meio mole se a gente forçasse um pouco conseguiríamos abri-lo. Thomas logo foi entrando empurrou o portão fazendo com que ele caísse e fizesse um barulho alto.

   Nós já nos preparamos para que viesse vários zumbis, mas esperamos e nenhum deles apareceu então decidimos entrar e procurar pela comida. Entrando lá nós reparamos que estávamos no parque onde as crianças deviam brincar, ao lado do parque tinha uma quadra de basquete ela estava bem acabada, o chão cheio de lixo e sujeira, as cestas de basquete já nem estavam mais no lugar, havia um corpo caído no meio da quadra, não tinha muito por ali então entramos lá.

Havia uma escada bem curta.

- Eu acho que lá em cima fica as salas de aula, vamos dar uma olhada ?

- Vamos sim, pode ser que tenha algo que a gente precise.

- Se nos dividirmos conseguimos explorar mais coisas e ir mais rápido - gritou Thomas- temos que sair o quanto antes da aqui.

- Sim, nós temos que ir rápido e sair logo daqui, mas não acho que seja uma boa ideia nós nos dividirmos, última vez que fizemos isso quase custou a vida da Valentina e do Yago - exclamou Maya discordando totalmente da ideia de Thomas - é melhor nós não nos separarmos.

- Talvez seja uma boa e a gente vai sair logo daqui. A escola é bem grande vai fazer a gente ir bem mais rápido.

- Mas izzie, e todo aquele papo de proteção, que temos que nos manter seguros ?

- É Maya, eu sei, mas o pessoal está lá na mansão passando fome e nós estamos com fome também é melhor que isso seja breve.

   Então nos dividimos para fazer a exploração, Nathan, Victor e eu fomos para um lado, Maya, Thomas e Henry foram para o outro. Nós três subimos as escadas e como imaginávamos a escada deu nas salas de aula. Passamos por algumas salas de berçário, era triste olhar e ver que as crianças também foram pegas, tinha bebês transformados em zumbis em algumas das salas e nós ficamos aterrorizados com isso, até que eu ouço um grito vindo da última sala do berçário.

- Meu Deus, o que foi isso ?

- Parece ser o grito de uma criança.

- Nathan, Victor temos que ir até lá ver o que está acontecendo essa criança poder estar em perigo - e de repente a criança sai de dentro da sala e vem correndo em nossa direção.

- Tia socorro, me ajuda, tem um homem mal vindo atrás de mim, tenho que sair daqui tia, o homem mal vai me pegar, vamos ele está vindo, corram por aqui.

   Ela aperta minhas mãos com muita força, me olha nos olhos com muito medo, ela era uma garotinha linda, morena, pequena com lindos cachos em seu cabelo que carregava seu golfinho de pelúcia.

- Mas quem é você, o que está acontecendo ?

- Meu nome ? É... Eu não me lembro do meu nome.

- Tudo bem, depois nós vemos isso, para onde temos que ir ?

- Por ali tia, vem comigo por favor, não me deixa sozinha aqui nesse lugar horrível - então ela gruda em minhas mãos e sai correndo me puxando para o outro lado.

   Enquanto isso, no andar de baixo, Thomas, Maya e Henry andavam pelo enorme pátio da escola procurando por coisas para comer, eles encontram a lavanderia da escola e acabam levando alguns lençóis. Quando eles chegam no refeitório eles percebem que outras pessoas já passaram por ali, eles avistaram outro colchão com um travesseiro, alguns lençóis, tinha também, uma faca e algumas embalagens de bolachas por ali.

   Maya decidi mexer em um dos lençóis que estava nesse tal colchão e então ela fica paralisada, depois de alguns segundos ela cai no chão e começa a chorar.

- É dela, olha ela esteve aqui, esse colar é dela.

- De quem você está falando Maya ?

- Da Sara, eu que dei esse colar de presente para ela quando tínhamos dez anos, tem até nossas iniciais, até que enfim uma pista, eu não acredito que finalmente nossa busca por ela teve algum sinal. A Sara esteve aqui. Ela está viva!!