POV PedroAcordei 6h da manhã em uma sexta-feira, e apesar de esse ser o horário que eu acordo todo dia para ir para aula, hoje é diferente. Meu tio Gus, me pediu para trabalhar no seu quiosque, pois ele está com poucos funcionários e as sextas são muito crowdeadas.
Tomo café da manhã, dou beijo na minha mãe e na minha irmãzinha e vou trabalhar. São 20 minutos de caminhada à beira da praia e a todo momento parei para cumprimentar algumas conhecidas minhas.
Quando chego no quiosque, sou recebido pelo meu tio e minha tia, que trabalha na cozinha. Imediatamente, ajudo a limpar as mesas, a bancada e a cozinha, que haviam acumulado um pouco de areia e maresia ao longo da noite. Às 7h recebemos o nosso primeiro cliente.
POV Larissa
O sol já raiava, e eu? Bom eu tinha que estar na escola, porém hoje eu senti uma tremenda vontade de ir vender minha arte na praia. Meu melhor local de vendas era o posto nove, por isso fui para lá.
Na metade do caminho, percebi que não tomei café da manhã, então decidi parar em um quiosque para matar minha fome.
Entrei no primeiro quiosque que parecia ter alguma higiene sanitária e lá eu vi ele. O menino surfista da ph Ipanema. A escola era frequentada por riquinhos então era meio estranho que ele estivesse trabalhando em um quiosque. Todos da área dizem que ele é o maior arroz, o que provavelmente não é caô.
Acho que nunca conversei direito com o cara, não sei nem o nome dele, mas não importa muito. Eu sei que somos pessoas completamente diferentes.
O surfistinha estava de atendente, então fui fazer meu pedido. Eu sei que ele reparou em mim porque não desviou o olhar enquanto eu caminhava em sua direção.
- Bom dia, linda - ele sorriu como se esperasse que eu fosse desmaiar pela emoção de ver seus dentes.
- Bom dia, - eu também mostro o meu melhor sorriso - uma água de coco e um biscoito globo, por favor.
- Já é.
- Quanto vai custar?
- Pra você é 0800 - ele me dá uma piscadinha e dessa vez eu não resisto em responder.
- Você dá comida de graça para qualquer mulher que passa por aqui?
- Só para as bonitas, - ele me olha de cima a baixo com os olhos verdes - senão meu tio teria um baita prejuízo.
- E seu tio tá ligado que você faz essa parada? - ergo as sobrancelhas, mas ele continua me avaliando lentamente e aparentemente decidiu que definitivamente gostava do que via.
- Ele desconfia.
- Saquei. - eu suavizei a minha expressão - Eu é que não vou recusar a gentileza.
- Vem cá, você não estuda lá na ph Ipanema?
- Estudo, sim - menti - Você estuda lá?
- Sim, mas se você é de lá, você já sabia disso.
- Ah sim, aparentemente você tem uma certa fama, - dei de ombros - mas eu não me importo o suficiente para tentar descobrir seu nome.
- Nossa, linda, - ele põe a mão debochadamente no peito - assim você parte meu coração em milhões de pedacinhos.
- Não é como se você tivesse um coração não é mesmo?
- Sim, linda, - ele mostra um sorriso de lado - eu sou um demônio sem alma que devora o coração de mocinhas inocentes para suprir o vazio de ter um batendo dentro do seu peito - ele foi chegando perto do rosto dela.
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Um romance no posto 9 *contêm ironia*
RomanceDois jovens, um dia na praia, o início de um romance. Pedro, estudante de 17 anos e surfista, é chamado por seu tio para ajudar no quiosque em um dia tumultuado. Porém, o que ele não esperava era encontrar a nerd hippie de sua escola.