1- Piloto.

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Sai a caça, e dei de cara com a caçadora.

Kiba

O cenário pós guerra foi mais difícil que muitos de nós imaginamos, enterramos mais pessoas que havíamos calculado, e muitos dos clãs, inclusive o meu, se enfraqueceram, perdemos figuras de autoridade, alguns dos cachorros também foram gravemente feridos e muitos nunca voltaram a ser o que eram antes.

Mesmo que durante boa parte da minha vida, tenha me importado apenas com a minha pequena família que se resume a eu, minha mãe e minha irmã, além dos cachorros, vê meu clã tão enfraquecido feriu meu orgulho. Ainda que meu pai tenha sido um babaca que nos abandonou quando eu ainda nem conseguia ficar de pé, e esse fato tenha feito com que eu pense que a figura paterna é completamente dispensável na vida de uma pessoa, vê crianças enterrando seus pais que morreram na guerra me fez derramar uma ou duas lágrimas.

Porém, nada, nem a guerra, nem o clã, nem vê alguns dos meus amigos enterrando os que amavam, nada doeu mais que esse maldito convite em minhas mãos.

Um pedaço de papel cartão branco, fechado com um carimbo dos símbolos dos clãs Hyuuga e Uzumaki fundidos, que ainda não fui capaz de abrir, cortava meu coração como laminas afiadas recém feitas, feria meu orgulho e ego como nada mais no mundo.

No verso, em um canto, de forma quase imperceptível, a mais linda e delicada das letras, quase um desenho, escrito em tinta dourada dizia "desculpe".

Jogo o papel na escrivaninha e giro a cadeira, vendo um Akamaru cansado dormindo pesadamente em minha cama, pego o envelope e o enfio no bolso quando descido sair, dar uma volta na cidade, entrar no modo caça, graças ao casamento finalmente boas carnes voltaram ao mercado.

Esses dois anos pós guerra foram insuportáveis pois todas as melhores garotas só queriam saber de Naruto, passavam o dia inteiro suspirando a sua volta, com exceção, ironicamente, de sua atual noiva.

Não que ela não andasse suspirando por ele, mas geralmente seu ar faltava mesmo em minha cama, quando escapava escondido para passar algumas horas comigo, e depois voltava para casa afim de costurar um cachecol ou qualquer idiotice para Naruto.

E sejamos honestos? Todos aqui sabemos, e se  você não sabe, te conto agora, que o noivo também se esgueirou até minha cama no mais tardar da noite, e posso dizer que mais de uma vez.

Na cidade, algumas meninas me olhando de canto de olho e faço questão de fingir não estar vendo. Sempre fui acostumado a adestrar cães, e pela minha experiência, com mulheres as coisas funcionavam mais o menos da mesmo forma: mostra o petisco, faz ela ter vontade, manda sentar, e ai dá o que ela realmente quer.

Porém, algumas dezenas de olhares não são suficientes para acabar com o incomodo daquele envelope lacrado no bolso de trás da calça, decido então ir até um rio que fica quase fora da barreira que protege Konoha, me sento na beirada deixando os pés na água, arranco a camisa a fim de me refrescar e encaro meu próprio reflexo na água, enquanto fujo do envelope.

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Destino vs maldição. (A história não contada de Kiba Inuzuka).Onde histórias criam vida. Descubra agora