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Há exatos quarenta anos, uma nova liderança chegava ao poder da Grande China. Xiao Feng era filho de um operário, titulado por muitos como seu grande salvador e líder eterno do país, mesmo quando este grande senhor perdeu sua preciosa vida lutando contra um país vizinho, que desejava tanto tomar o poder e enfim reinar uma das economias mais estáveis e invejável de todo o mundo. Assim que seu filho, Xiao Feng, tomou o poder em 1940, quando tinha seus 20 anos, era inegável a grande revolução que fora criada, tendo o país inteiro governado por suas mãos. O relacionamento entre outros grandes líderes foi intensificado desde o começo de sua liderança, fazendo assim a Grande China virar uma grande dependência a muitos países estrangeiros, gerando reuniões e debates para decidir em quem o país seria relacionado. E desta forma seguiu, por muitos e muitos anos, a grande e inalcançável liderança de Xiao Feng, filho de um operário e o mais majestoso líder que a China já conheceu.

Xiao Feng era, inegavelmente, um homem firme e assim que teve seus dois primeiros filhos alfas passou a pensar na próxima liderança e quem seria de fato capaz de governar aquele país com deverás sabedoria e generosidade. Quando seu primeiro filho, Xi Ao Jun (肖俊), nasceu houve uma imensa comemoração entre os povos e o mundo parou para prestigiar o mais novo líder predestinado. Contudo, Xiao Feng não parecia tão contente, apesar de seu filho ter vindo ao mundo saudável e como um futuro grande alfa. Anos mais tarde, em 1957, a quarta esposa de Feng deu à luz a mais um menino, que nascerá saudável e de parto normal, assim como seu irmão mais velho. Xi Ao Ren (肖人) também teve a tão considerada dádiva de nascer tendo alfa como o seu segundo gênero, porém, novamente, Xiao Feng não comemorou o nascimento como deveria, fazendo enfim surgir boatos do Líder não sentir amor pelos filhos, e os julgar como incapazes de liderar o país depois de sua morte. Feng dizia a sua esposa toda noite o seu descontentamento. Ele não sentia confiança e não sabia se algum dos dois seria a liderança ideal. Quando olhava nos olhos das pequenas crianças, anos mais tarde, não via um brilho diferente ou algo que despertasse sentimento puro. Mas eram crianças.

Em 1959, a Quarta Esposa terminou sua luta contra um câncer comum entre as mulheres de sua época, e veio a falecer na madrugada do dia 24 de setembro, deixando filhos e esposo para trás, sem escolha alguma. Xiao Feng criou os filhos sozinho por algum tempo, até que decidiu se casar novamente e, em 1962, teve seu terceiro filho. Desta vez, um omega masculino. Xiao Zhan. Sua vida não fora tão difícil, já que desde muito novo já era tratado de uma forma mais diferenciada e cuidadosa do que as outras crianças com quem o mesmo convivia. Diga-se de passagem, até menos seu zelo era mais vigiado do que os de seus irmãos, o que ocasionava algumas desavenças entres eles, pois os alfas não entendiam como um omega poderia ser colocado acima deles.

Xiao Zhan era uma criança curiosa, tanto quanto destemida e decidida. Tinha suas próprias ideias e pensamentos, e ainda sim era incapaz de contrariar alguém quando sabia que o outro poderia estar mais certo do que ele. Era educado, sempre foi criado desta maneira. Tinha aulas de etiqueta quatro vezes na semana, onde aprendeu a cozinhar, passar, como se comportar diante de homens e mulheres alfas, e o mais importante; como ser honesto e colocar sua identidade e humanidade acima de qualquer outra coisa. Nos dias que sobravam da semana, Xiao Zhan tinha aulas de autodefesa, manuseamento de armas e bombas, direção e ética.
Poderia se dizer que, o agora adolescente, estava sendo criado para ser o ômega perfeito. Um líder justo. Um ser humano no qual sempre devemos olhar com admiração.

Ainda sim, o povo não o olhava como um líder no futuro, ele era um ômega. Como poderia ser um país governado por ele?, eles pensavam. Numa época como aquela, apesar do país ter sido o primeiro a aceitar certas circunstâncias consideradas inimagináveis, pessoas com a mente atrasada era comum de se ver. Onde por milhares e milhares de anos, homens e mulheres ômegas só eram criados para cuidar de casa, marido ou esposa alfa e filhos - até mesmo aqueles nascidos de uma infidelidade -, contrariar o sistema já criado era um ato de rebeldia, um dos piores. Por sorte, muitos ômegas não se importavam nem um pouco em ser rebeldes, e dessa forma, direitos a favor de ômegas foram decididos e aprovados perante a lei. Um grande passo e uma grande prova de honra. Tal qual permitiu que o filho de Xiao Feng, um ômega, pudesse e tivesse apoio para liderar um país.

E depois de anos, em 1980, finalmente chegou o dia em que Xiao Zhan completaria dezoito anos, e como presente, receberia a liderança oficial como o Novo Líder Supremo. O mundo todo estava aguardando um sinal do Xiao, a imprensa estava montada, a população - em um grande número de pessoas - estava nas ruas.

Por outro lado;

Xiao Zhan não era do tipo que ficava nervoso, porém como não poderia estar? Em breve, um poder inimaginável estaria em suas mãos. Governaria uma das nações mais importantes para o desenvolvimento do mundo. Acabando de arrumar, pela quinta vez, a própria gravata da cor preta, ele suspirou e suspirou novamente. Se olhou mais uma vez no espelho, antes de sair pela porta do quarto. Se dirigindo rapidamente à saída da casa de sua família.

Não tinham permissão para entrar no grande portão que protegia a grande mansão, desta forma, o local estava livre de câmeras. Xiao entrou no carro, abaixou sua cabeça para fitar os próprios joelhos e ali orou. Não poderia saber o número exato de treinamentos que teve que enfrentar para enfim estar naquele carro, indo em direção ao futuro. Lembrou de seu pai por um minuto. Um bom homem, sem dúvidas. Justo, amado e prestigiado pelo povo. Considerado o melhor líder que já tiveram. E como Xiao Zhan seria conhecido?

Logo mais a frente, aconteceria o juramento. Se tudo ocorresse em pró do planejamento...

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