Quem eu sou

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Para quem não me conhece eu sou Arthur Piccoli, mais conhecido como Arthur Picoli de Conduru. Eu nasci dia 21 de junho de 1994, na cidade de Castelo - Espírito Santo, no sudoeste do Brasil. Mas eu morei e tenho minhas melhores lembranças em Conduru.
Conduru não é a capital do meu estado longe disso, nem chega a ser uma cidade. É apenas um pequeno distrito da cidade de Cachoeira do Itapemirim, porém vamos chamar de cidade para ficar mais fácil. Conduru hoje tem aproximadamente 3000 habitantes. A população predominante são descendentes de italianos, talvez isso explique meus cabelos loiros escuro.
Sempre sentir que essa cidadezinha acolhedora e tranquila é o meu lugar no mundo. Não sei explicar, aqui me sinto seguro e em paz. Aqui tenho a sensação que tudo é mágico, tudo é especial.
Não moramos aqui a vida toda, eu e minha família já vivemos na capital, mas com o tempo foi necessário o retorno para cá, meus avós precisavam de cuidados, aí meus pais decidiram voltar, acho que foi a melhor decisão que poderiam ter tomado.
Sabe, eu sou o tipo cara que ama as coisas simples, amo essa cidade principalmente por causa desse motivo e humildade que se ver nas ruas. Aqui posso andar com as minhas cachorras para tomar banho de rio, posso tomar banho de mangueira e de chuva na rua, porque tudo é normal. Minha infância nas férias eram sempre as melhores. E são tantas memórias boas que tenho desse lugar, que me fazem sorrir só de pensar.
Apesar de Conduru ser o meu lugar no mundo, eu moro no Rio de janeiro, muitos chamam de cidade maravilhosa. Não posso negar essa cidade é incrivelmente linda, tem praia por toda parte, é sempre repleta de turistas e um povo muito acolhedor. É a minha segunda casa, eu vim parar aqui, posso dizer, que por um acaso da vida ou talvez seja Deus guiando os meus passos.
Como ele sempre me guiou. O cuidado que eu sinto dele é surreal, ele cuidou de mim quando aos 14 anos sair de casa para buscar um sonho, fui chamado para treinar em um time de Goiânia. Posso dizer é difícil para um adolescente sair de casa ir para um lugar novo sem conhecer nada.
Recordo que cheguei na rodoviária sozinho à noite, fui me hospedar no hotel que pediram minha identidade, foi quando a moça que me atendeu e falou que não poderia me hospedar, pois todos os hotéis só poderiam fazer isso se eu fosse maior de idade ou emancipado, naquela época eu nem sabia o que significava ser emancipado.
Então, eu só peguei minha mala, minha mochila, atravessei em direção a praça, sentei em um banco, estava com medo, não sabia o que iria acontecer. Confesso que fiquei assustado, então, esperei amanhecer, sentado no banco daquela praça agarrado aos meus pertences. Sem querer adormeci, nem lembro direito como peguei no sono. Só lembro de acordar e ir ao lugar onde seria minha casa nos próximos anos. Deus cuidou para que nada de mal me acontecesse ali.
Naquela época longe de casa houveram momentos bons, e uns não tão bons assim, mas que me fizeram amadurecer demais. Uma das coisas que lembro foi que durante um tempo o máximo que eu tinha para comer era um prato de comida para me alimentar durante o dia, recordo que eu dividia metade do prato para o almoço e a outra parte para o jantar.
Cheguei aguardar a comida muitas vezes na gaveta ou na minha mala para que ninguém pegasse, eu vigiava constantemente. A verdade é que uitas vezes eu não tinha 30 centavos para comprar um pão de queijo na padaria. Mas nunca cogitei contar aos meus pais.
Eles sempre me ligavam perguntando se estava faltando algo, se eu estava bem, sempre dizia que sim, que tudo estava bem, eu nunca falava verdade! Eles já tinham muitas coisas com que se preocupar, já cuidavam das minhas duas irmãs e dos meus avós, eu não queria ser mais uma preocupação ao contrário eu sempre pensei em ajudá-los , então levava minha vida como dava e nunca contava a eles o que realmente acontecia.
Muitos podem achar que eu fui orgulhoso de não pedir ajuda, mas eu tinha medo que um deles ou até os dois me pedissem para eu voltar, e com isso eu acabasse aceitando e desistindo sem tentar do meu sonho, porque eu sei que se um deles me pedisse isso eu sei que voltaria, não por causa da dificuldade ao contrário essa dificuldade e fazia ser forte, mas pela saudade que eu sentia principalmente da minha mãe e da minha avó.
Saudade é um sentimento que me faz ficar vulnerável, é um sentimento que eu nunca me dei bem. Me machuca porque junto a ela vem a companhia da solidão, vem vazio e também a tristeza. Eu fico mal, era por esse motivo que eu não contava aos meus pais o que acontecia de fato comigo.
Já no futebol, depois de um tempo vieram as lesões os machucados recordo das minhas costelas quebradas. Minha mãe me ligou desesperada para saber o que aconteceu, eu como sempre falei que estava bem que não tinha com que se preocupar. Falei isso porque se a minha mãe sonhasse que eu estava com medo, segurando o choro ou que eu só queria seu colo e suas mãos acarinhando a minha cabeça, ela teria ido me buscar na mesma hora. A dor era grande, e se intensificava com a saudade de casa, mas eu sabia que podia suportar tudo sozinho, ou acreditei que pudesse.
Então, desliguei o telefone com choro preso a garganta, e à noite eu agarrei o travesseiro e chorei sem ninguém ver ou saber sobre tudo o que se passava na minha cabeça. Acho que foram esse momentos que os meus muros começaram a serem erguidos. Esse foi um dos episódios que quase me fizeram desistir, mas eu continuei. A desistência veio mesmo, quando eu machuquei feio meu tornozelo, teria que operar, ficaria dias em repouso precisaria de ajuda e cuidados, aí voltei para casa. Eu precisava da minha família, e no fundo eu sabia disso.
Depois de um tempo me recuperei voltei a treinar em um time de base da região onde morávamos, comecei a trabalhar em tudo que aparecia. Uma vez aceitei trabalhar com meu avô na roça, mas não passou de uma semana até hoje me pergunto como aceitei isso, não que o trabalho seja ruim, é que acordar às 5 horas da manhã todos os dias era coisa de outro mundo para uma adolescente de 17 anos, pois além do trabalho eu ainda treinava, e pelo turno da noite estudava, o dia era cheio e as vezes cansativo demais. Pela noite eram várias pessoas com diferentes idades, jeito, valores, mas todos buscando aprender o que era mais interessante. Foi um tempo muito bom, aprendi muitas coisas uma delas é, que nunca é tarde para aprender , e nunca é tarde para você buscar seus sonhos.
Estudei bastante, prestei vestibular, passando em duas faculdades, uma universidade pública da qual fui aprovado engenharia mecânica, na faculdade particular minha provação veio educação física. Optei por ser um educador físico, isso chegou a chocar algumas pessoas, minha escolha não era por questão de dinheiro, era questão de ser feliz, e fazer o que eu amava de uma certa forma.
As pessoas acreditavam que Engenharia iria me trazer dinheiro em abundância e com mais rapidez. Eu também sabia disso, mas o meu coração não estava naquela profissão. Conversei com meus pais, eu sabia que ia me apoiariam em qualquer decisão que eu tomasse, e foi o que aconteceu. Ter a aprovação de quem se ama na vida é imprescindível para se fazer as escolhas certas. E eu fiz a escolha certa!
Uma nova fase começava na minha vida. Deixar o futebol foi uma das escolhas mais difíceis que eu já fiz, mas tem momentos em nossa vida que é necessário saber a hora de deixar algo para trás. Eu já havia passado por muitas coisas, a educação física além de me ligar ao esporte, fazia com que eu não sentisse tanta falta do futebol.
O tempo foi passando e eu fui atrás de novos sonhos, fui conquistar a graduação, fazer estágio, não foi fácil! Mas minha avó sempre dizia "meu filho o que vem fácil vai fácil, o que vale a pena tem que ser trabalhado, conquistado, e requer luta, tempo e paciência. "Guardo isso até hoje, e busco batalhar pelo que eu quero.
Então, estagiava para pagar a faculdade, muitas vezes não tinha o valor integral da parcela, meu pai sempre ajudava. Meu estágio na escola pública me fizeram enxergar a realidade do que é ser professor em um sistema precário, que muitas vezes tinha como a prática da educação física uma bola, e uma corda para o auxílio das aulas.
Eu via as crianças sem estímulos para assistir aula, a falta de investimento. Isso era triste, eu queria mudar a realidade do que acontecia. Foi nesse momento que eu tive a ideia que dar as crianças medalhas se viessem todos os dias para escola e assistissem as aulas, no final da semana elas recebiam medalhas como incentivo.
A ideia maravilhosa do gênio aqui, começou a levar todo o dinheiro que eu ganhava, foi quando mais uma vez eu recorri a meu pai. Ele era como um super-herói na minha vida, na verdade até hoje é meu super herói. Sabe eu o admiro demais, mas nesses momentos eu tinha orgulho enorme de ser filho daquele homem, que nem consigo descrever de tão incrível que é.
Durante o período da faculdade eu fiz parte de vários projetos. Adorava ser voluntário em um asilo que ficava na cidade vizinha. Recordo com muito carinho das ações sociais das quais fiz parte, das ações de Natal, das coisas boas que não tem dinheiro que pague na vida. A sensação de levar esperança ao próximo é extremamente satisfatória, funciona como alimento a alma, talvez eu não saiba explicar muito bem, é como alimentar seu lado bom. Você não faz bem as pessoas, você faz bem a você! As pessoas podem te curar de alguma forma.
Minha profissão já estava me proporcionando coisas boas, depois de tudo chegou a hora de formar. Dizem que depois das lutas temos dias de glória. Havia chegado meu dia de glória, mas toda glória eu acredito que na verdade é o início de uma nova luta. Apesar de qualquer coisa, o dia que formei foi maravilhoso, sentir meus pais orgulhosos de mim, meus avós felizes. Tiver sensação de que tudo que passei valeu a pena.
Aí veio a parte de trabalhar e construir minha vida. Passei por momentos bons e uns nem tão bons. Tive meu próprio projeto, ajudava as pessoas, estava crescendo até que me vi tendo que fechar tudo. Foi mais um baque da vida, mais um de tantos. Me vi com dívidas, sem trabalho, estava triste, eu nem sabia era que algo bom estava por vir.
As pessoas sempre me disseram que quando você está mal, no fundo do poço, as coisas boas acontecem, apesar de ter esperança, confesso que nesse sentido sou um pouco negativo. Acho que tem que haver com meu signo, afinal a maioria dos cancerianos são assim pelo que já testemunhei, não esperam coisas boas acontecerem, eu não esperava nada.
Até que me inscrevi em uma seleção de uma grande empresa de crossfit. Lembro de estar deitado na minha cama escutando algumas músicas e pensando na vida. Foi quando meu telefone tocou, atendi, era uma voz desconhecida ligando para saber se eu queria entrar na seleção de entrevista, na hora respondi que sim, algo dentro de mim dizia que seria um recomeço. Algo me dizia que era hora de uma nova chance na minha vida.
Durante as entrevistas o nervosismo era meu principal inimigo, mas apesar de estar nervoso e com medo, pois haviam pessoas muito boas competindo pela vaga comigo, eu tentei ser o mais educado e humilde possível, eu estava disposto a aprender, a me dedicar, a ser um bom funcionário e dá sempre o meu melhor.
No final das entrevistas, para minha grande surpresa fui chamado. A vaga era minha! Eu nunca fui tão grato aos meus pais pela educação que recebi, como fui naquele dia.
"A vaga é sua , e agradeço aos seus pais pela criação, educação e pela forma que você trata os outros, esse foi seu maior diferencial. "Foi o que os donos disseram para mim naquele dia.
Liguei para minha mãe na mesma hora e disse que havia conseguido. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, meu coração repleto de alegria e gratidão sem igual, era um recomeço, uma nova chance, e dessa vez de verdade. Algumas coisas iriam mudar, mas eu sabia que para melhor.
Voltei para casa, mas dessa vez para buscar minhas coisas, ficaria tempo necessário para organizar tudo e mudar de cidade, de estado e de vida. Eu sairia de uma cidadezinha de 3 mil habitantes para uma capital com milhares de pessoas, onde tudo era diferente. Ao mesmo tempo que isso me assustava, saber disso também me trazer um alívio enorme, pois era uma vida nova.
Eu lembro que chamei minha ex-namorada para vim comigo. Eu gostava dela, fazer esse pedido eu digo que foi a última tentativa de reatar algo que já tinha acabado, mas eu não entendia. Ela não aceitou, hoje eu tenho entendimento do porquê pois apesar dela ter sido muito importante para mim a história, ela não era a mulher da minha vida. Ela era uma mulher incrível,mas não era ela que me fazia inteiro.
Na época não sabia, acho que Deus sabe de tudo bem antes de nós, e então, naquele dia realmente tudo acabou. E tudo bem, ela me fez entender o que eu queria e o que eu não queria para minha vida. A rejeição me machucou, fez criar muros e e talvez de vestir uma armadura. Fui para casa depois, comprei minha passagem e mais uma vez o menino do interior, foi para cidade grande atrás de realizar sonho e prosperar.
Eu estava pronto para subir no ônibus e olhando meus pais mais uma vez com coração apertado, vendo seu filho buscar o lugar no mundo me trouxe um sentimento de familiaridade e nostalgia, estava tudo misturado. Parei um pouco antes de subir e partir, e vi minha mãe com os olhos marejados e meu pai apreensivo, repetir para mim mesmo que dessa vez daria certo, tinha que dar certo!
Sabia que se não desse certo eu teria para onde voltar, porém eu não pretendia voltar, a não ser para visitar minha família em datas especiais. Fui até os dois dei um abraço e meu pai um abraço bem apertado e minha mãe e pela primeira vez eu verbalizei o amor por eles dizendo a cada um
" Eu te amo."dizer o que eu sentia por eles foi tanto diferente e difícil, na minha vida eu sempre achei que falar o que se sente é arriscado, eu me sento vulnerável demais. O mais engraçado era que podia não chorar na frente dos meus pais, ou falar o que eu sentia, mas ficava em prantos ao assistir filmes de romance tipo querido John. Filmes baseados em livros do Nicholas sparks acionar alguns gatilhos em mim.
Quando o assunto é meus sentimentos eu tento ao máximo não expor. Depois do meu último namoro eu simplesmente fiquei bem mais fechado, me auto saboto, já estraguei coisas e machuquei muitas pessoas, não fiz isso intencionalmente, eu fiz isso porque eu era imaturo no aspecto sentimental, é mais fácil fugir de se machucar que arriscar. Ou enfrentar o que se sente.
Entrei naquele ônibus com coração apertado já com muitas saudades da minha família, mas tinha certeza que tudo daria certo. Falar os meus pais o que eu os amava antes de sair, me trouxe a tranquilidade no coração, e acredito que para eles também. Meus pais confiavam em mim, tinha orgulho da educação que me deram e eu tinha orgulho deles, como tenho até hoje. Eles são o meu maior exemplo de amor respeito e valores que eu possuo.
O início no Rio não foi fácil cada dia, uma luta diferente, mas me sentia realizado pelas coisas boas que estavam acontecendo. O tempo passou e depois de um ano eu já estava estabelecido, a única coisa que me deixava triste era saudade, eu nunca me dei bem com esse sentimento, nem com o tempo me acostumei. Mas o tempo foi passando e eu estava conseguindo com os meus esforços melhorar as coisas da minha vida.
Até que veio o temido ano de 2020, a pandemia trouxe medo, receio de sair de casa, o trabalho parou, meus alunos que fechavam comigo treinos personalizados, não faziam mais. E as coisas começaram a ficar difíceis novamente. Mais uma vez a esperança havia diminuído.
Foi quando surgiu a oportunidade de fazer inscrição em um programa onde você tem a chance de mudar sua vida. Eu já havia tentado algumas vezes entrar, mas não consegui entrar. Deus sabe a hora prefeita para tudo né? Então era o quinto ano que eu mandava minha inscrição, e disse para mim mesmo que seria o último. Lembro que não mandei o vídeo e automaticamente estaria eliminado.
Foi quando houve uma prorrogação do prazo, senti que era um sinal, aí simplesmente peguei meu celular liguei a câmera e gravei, algo simples e sincero e verdadeiro e enviei finalizando o que estava pendente, de alguma maneira o meu coração sabia que eu iria entrar,não sei explicar mais era como se Deus falasse comigo.
Fui passando nas etapas e cada vez mais eu tinha esperança de conseguir, afinal era uma grande oportunidade, apesar de está esperançoso, não queria criar grandes expectativas. Sempre penso na pior possibilidade, pois se é melhor viesse estaria feliz, porém se não viesse não me frustraria. Sei que é preciso mudar isso em mim. Porque às vezes eu deixo coisas boas passarem com medo das ruins acontecerem, já sofri muitas vezes por antecedência e nem precisava de tanto sofrimento assim.
Às vezes a gente pensa tanto no lado ruim que acaba deixando de viver o lado bom, a gente pensa tanto no futuro que acaba não vivendo o presente, fiz isso muitas vezes na vida.
Aí, vem o destino e me surpreende, recebi uma ligação no meio da aula que eu estava dando, quase não atendo telefone, pois quando dou aula prefiro não pegar no celular, mas por um acaso fui contra minha própria regra, e atendi.
"Senhor Arthur Louzada Picoli? "Uma voz feminina perguntava.
"Sim, eu mesmo. " Respondi tentando reconhecer a voz que me abordava, em uma tentativa inútil diga-se de passagem.
"Somos da direção do programa, estamos entrando em contato para informar o que você foi selecionado como um dos participantes para disputar o prêmio, gostaríamos de saber se está disposto a seguir as condições para participar." ela disse mas nesse instante eu quase passei mal só consegui responder: "Sim, é óbvio! "
"Você tem alguns dias para organizar suas coisas, será enviado um e-mail com todas as regras e cuidados que você deverá seguir. E o dia em que passaremos para buscá-lo. "Enviaremos um e-mail com telefone de contato, a qual você deverá entrar em contato se tiver dúvida sobre alguma coisa tudo bem?"
"Sim entendi tudo. " Foi que eu consegui responder, minha respiração estava ofegante meu coração bate a rápido demais para pensar em qualquer outra coisa. Eu sabia que ali começa alguma coisa e que Deus estava presente.

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⏰ Última atualização: Mar 30, 2022 ⏰

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