Não pode ser

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____ Olá Nora - Disse ele, com um sorriso radiante em seus lábios.

Fechei a porta imediatamente e me afastei incrédula.

Meus olhos custaram acreditar no que eu estava vendo.

____ Não, não pode ser - Balancei a cabeça afim de me livrar daquela ilusão.

Continuei andando pra trás lentamente até cair sentada no sofá.

Meu coração começou bater numa frequência absurda, dificultando minha respiração.

As lágrimas desciam sem parar pelo meu rosto pálido, e as ondas de choque se estenderam por todo o meu corpo, fazendo ele tremer instantaneamente.

____ Nora?

Alan apareceu na sala calmo, mas sua expressão mudou, assim que ele percebeu meu estado.

____ Meu amor, o que aconteceu ? Por que está assim. Quem era na porta?

Ele perguntou confuso e assustado ao mesmo tempo, mas eu não consegui dizer uma palavra, a única coisa que fiz foi estender a mão e apontar o dedo para a porta apavorada.

____ Nora quem está na porta? Ele insistiu nervoso.

Meus lábios se moveram com dificuldade.

_____ Cri..istian.

_____ O que?...quem?

De repente escutei o barulho, e reparei a maçaneta girando, fazendo meu coração disparar outra vez, todas as
sensações ruins do meu corpo pioraram, e eu agora estava a beira de um ataque de pânico.

Na minha mente eu torcia para ser apenas uma ilusão, ou um pesadelo, mas a porta se abriu,e Cristian se revelou, por dentre a luz do sol que  entrava junto com ele.

Ele entrou, fechou a porta, apanhou a boneca de Maria que estava no chão, e a encarou sorridente. Nunca tinha ficado apavorada com sorriso dele antes.

Ele colocou a boneca em cima de uma mesa próxima. Em seguida caminhou na minha direção.

Tanto eu, quanto Alan. Estávamos paralisados.

Quando ele chegou perto de mim, senti as funções do meu corpo pararem de
funcionar, quando seus olhos azuis adentraram os meus, foi como se eu não sentisse mais nada, como se tivesse só eu e ele naquela sala.

Me senti tonta. Sua imagem aos poucos foi escurecendo até desaparecer completamente.

____ Nora.

Uma voz distante me chamava na escuridão.

____ Nora...

Agora ela parecia está mais perto.

Abri os olhos com um pouco de
dificuldade, piscando a todo momento, por causa da luz forte que invadia.

Conforme minha visão ia ficando mais nítida, eu enxergava aos poucos a imagem de Alan diante de mim.

Ele tinha um olhar preocupado, sua mão firme e gelada, tocava o meu rosto.

Eu estava no meu quarto, deitada em cima da minha cama.

Fiquei feliz em vê-lo e não Cristian, eu estava certa de que tudo não passou de uma ilusão.

Não tem como ele está vivo.

Certeza que eu estava sonhando.

_____ Nora, como está se sentindo?.

Ele perguntou com uma voz suave, alisando o meu rosto levemente.

Agora que ele tinha perguntado, eu notei que o meu corpo estava leve, relaxado até demais.

_____ Bem, incrivelmente bem.

Sorri, porém eu não estava sentindo  meus lábios se curvando, somente a sensação de está sorrindo.

Algo estava errado.

___ Otimo - Ele acariciou os meus cabelos, e sorriu gentilmente para mim.

Quando virei o rosto para o lado, dei de cara com Cristian sentado em uma cadeira, me encarando serenamente.

Senti um calafrio.

"Não, não"

"NÃO NÃO..

Comecei me debater, sentindo uma vontade incontrolável de chorar, mas eu não estava conseguindo. Me
senti como um peixe fora d'água, sem conseguir respirar.

Quanto mais eu me debatia em cima da
cama, mais eu me sentia cansada, fadigada. Parecia que a todo momento meu corpo levava uma onda
de tranquilizante.

Como se minhas emoções, tivesse sido
bloqueadas, reprimidas.

Ofegante eu levantei o braço, sentindo ele dormente e vi a marca da agulha.

____ Vocês me drogaram? Perguntei com a voz um pouco lenta.

Olhei para Alan, que abaixou a cabeça no mesmo instante, um tanto arrependido, em seguida eu olhei para Cristian que estava  visivelmente calmo.

E rapidamente compreendi que os dois estavam juntos nessa.

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