Capítulo Único

223 17 4
                                    


Nota: Coloquei a tag Scorbus para chamar atenção! Não é um Scorbus.

-

Às vezes, a única coisa de que precisamos é um abraço, Albus pensava enquanto subia as escadas rumo ao seu quarto. Seu começo de ano escolar não fora as mil maravilhas de que esperava. Quando seu pai falava a respeito de Hogwarts com um sorriso gigante e brilho no olhar, ele imaginava um mundo completamente novo e divertido, com vários amigos e comidas grandiosas. Ele esperava estar sentado na Grifinória durante as refeições, ouvindo as piadas de seu irmão e rindo junto a Rose, enquanto olhava para seus novos amigos com grande prazer. Infelizmente, suas expectativas foram longe demais.

Ao invés de ir para a Grifinória, caíra de cabeça na Sonserina. Ao invés de receber notas fantásticas, empacara em uma grande dificuldade. Ao invés de ir bem em voo e ser o melhor da turma, nem conseguira fazer a vassoura subir! Sua humilde professora ajudara os vários alunos a rirem de sua cara. Ao invés de ser amigo de Rose para sempre, brigara com ela logo no primeiro dia. E, ao invés de ter amigos Grifinórios incríveis, seu único amigo era Scorpius Malfoy (não que se queixasse, Scorpius era a melhor coisa que já acontecera em sua vida), que vinha com um boato terrível de ser filho de Voldemort.

Albus não escuta os chamados de seu pai antes de entrar em seu quarto e fechar a porta. Ainda vestia o uniforme, e a gravata verde estava amontoada em seu pescoço. Albus sabia estar com olheiras terríveis e que não conseguira esconder esse fato terrível ao sair do trem. Tentara de todas as formas possíveis esconder sua expressão lamentável, mas falhara dentro do carro.

Não se orgulhava do que havia acontecido na noite passada, afinal, se tivesse sido um pouco mais inteligente e saído do Salão Principal junto a Scorpius, aqueles garotos impertinentes da Grifinória não teriam o pegado e trancado num armário de vassouras. Albus não estava com a varinha, odiava a levar para o Salão Principal, e também sabia que não conseguiria usar nem um feitiço simples para impedi-los por causa de sua burrice. Ficaria preso de qualquer jeito.

Quem o achara fora um garoto qualquer da Corvinal, mas Albus não teve muito o que dizer para ele antes de correr em direção à Sonserina. Quase perdera o trem por causa de sua burrice, e nem achara Scorpius nas cabines para desejar um feliz natal. Odiava saber que Scorpius deveria estar nesse exato momento preocupado por sua causa.

Albus arranca a gravata de seu pescoço com força, a rasgando, mas não pôde se importar menos ao vê-la rasgada em suas mãos. Ele retira todo o uniforme até ficar apenas de roupa íntima, amaldiçoando seu nome, Salazar, Merlin, Voldemort, Hogwarts... Tudo que estivesse ao seu caminho. Ele queria gritar de frustração pelo bullying que sofria, por todos os boatos que perseguiam Scorpius, pelo Profeta Diário e por ter nascido. Sua vida costumava ser mais fácil antes de ir para Hogwarts.

Ele não nota a primeira lágrima cair nem a segunda. Albus escuta os risos animados de James no andar de baixo, sabendo bem o motivo. James entrara para o time de Quadribol da Grifinória e vencera o primeiro jogo. Minerva havia deixado que ele ficasse com o Pomo de Ouro, e agora ele o exibia aos pais.

Como Albus queria ser como James... Era pedir muito que fosse da Grifinória, bom em Quadribol e popular? Albus detestava tanto o fato de não conseguir nutrir orgulho algum por ser da Sonserina! Mas era difícil quando os próprios colegas de casa o desprezavam. Alguns, claro, o protegiam, mantinham os idiotas longe, mas sempre aparecia algum "amante de Voldemort" para o incomodar. Ele sabia que em outras casas também existiam esses desprezíveis, mas na Sonserina era cem vezes mais comum. Albus os detestava tanto e sabia que Scorpius compartilhava da mesma opinião. Ele agradecia tanto pelas pessoas boas que zangavam pela comunal grandiosa! Elas eram um grande sinal de que a mídia precisava medir suas palavras ao descrever a casa de Salazar.

Às vezes, a única coisa de que precisamos é um abraçoOnde histórias criam vida. Descubra agora