Mônica
04/02
Vários raios de luz entravam entre os vãos da cortina bege que se moviam a cada sopro do vento graças a janela aberta, era uma cena completamente viciante de se observar e eu simplesmente não conseguia me mover em minha aconchegante cama. Só tomei coragem para levantar quando Filó, minha gata, apareceu miando por comida enquanto esfregava seus pelos cobreados no meu braço na tentativa chamar minha atenção.
_Bom dia para você também...
Minha voz soou um pouco rouca já que é a primeira vez que falo algo nesse dia, nessa adorável terça feira. Digo, não tão adorável, já que as aulas vão voltar e terei que lidar com a escola por cinco dias de cada semana até que ás férias voltem e isso não é nada adorável.
Ergui-me pelos cotovelos e olhei ao redor, havia vários livros empilhados pelo quarto, meu armário velho com diversos adesivos de bandas que gostava e o resto muito bem organizado sem muita decoração, as paredes pintadas de amarelo. Me sentia confortável entre essas quatro paredes e não gostava nada quando tinha que abandonar minha fortaleza.
Quando Filó subiu em cima de mim toda dengosa, resolvi levantar logo segurando-a e indo em direção a cozinha. Nem me preocupei em colocar minhas pantufas ou trocar de roupa, só andei meio sonolenta com os olhos semicerrados e os cabelos totalmente emaranhados já sentindo o cheiro forte do chá de alecrim que minha vó sempre fazia de manhã.
_ Bom dia, meninas. Como estão?
Lá estava ela, Julieta, minha vó com seus cachos esbranquiçados armados, ela tinha cheiro de flores e estava sempre cheia de colares de miçangas, sua pele escura como café preto realçava seus olhos amendoados e suas roupas extremamente coloridas. Vovó estava sentada no sofá com seus pés sobre o assento, tomando chá e comendo biscoitos olhando carinhosamente em minha direção.
_ Com fome.
Ela sorriu e eu soltei uma risada nasalada indo em direção aos armários em busca de ração, soltei a gata esfomeada no chão e coloquei uma pequena porção em seu potinho de comida que rapidamente foi atacado por ela. Peguei uma caneca roxa de porcelana, a enchi de chá e depois me servi com dois pedaços de bolo de chocolate que estavam sob a mesa.
Quando tudo estava feito apenas me sentei ao lado de Julieta e comi em um silêncio aconchegante que sempre cercava a nos duas sem se tornar incômodo. Podia ouvir o barulho de Filó mastigando, dos carros passando em frente a rua, dos galhos das árvores se movendo e da respiração calma de minha vó, tudo aquilo me deixava tão tranquila que chegava ser injusto ter que levantar e ir me arrumar para ir pra escola.
_ Mô, você pode molhar as plantas antes de ir se arrumar?
Sua voz agora vinha do corredor, nem notei ela se levantando, seus olhos pregados em meu rosto que devia estar com uma expressão idiota estampada. Apenas assenti em concordância "sim, eu posso" e ela não disse mais nada, pegou sua bolsa e suas chaves e saiu como de costume para a confeitaria em que trabalhava, se despediu apenas com um beijo jogado no ar em minha direção.
Então, a porta foi fechada, e agora só tinha eu, as plantas e uma gata alimentada.
Quando terminei de comer decidi lavar a pequena louça suja, evitando que acumulasse mais tarde, peguei o regador e enchi de água, depois comecei a molhar cada planta da casa, que não eram poucas, e a pequena horta. Isso dava uma certa vida para casa, todas essas plantas espalhadas em cada canto, gostava disso.
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Somos tão jovens para isso.
Любовные романыCidade das flores era um lugar calmo, sem muita aventura ou problemas, era apenas uma cidade pequena onde viviam pessoas normais. Isso até Mei se mudar para lá e mostrar as facetas de vários jovens machucados que não sabiam expressar suas emoções, t...