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Atravessei parando ao lado do meu carro senti meu celular vibrar algumas vezes na minha mão, peguei o mesmo olhando
Ele acabou conectando em algum Wi-Fi aberto e carregou algumas mensagens e ligações do meu pai me enchendo o saco perguntado onde eu tava, dizendo pra mim ir pra casa e que amanhã vamos conversar sério bufei revirando os olhos, desliguei o celular e peguei a chave destravando o carro, mas antes de abrir a porta pra entrar alguém me segurou por trás pondo a mão na minha boca.

Maraisa: Me solta - Tentei gritar, mas saiu mais como um gemido abafado

Xx: Relaxa gatinha, só vamos nos divertir - Uma voz masculina soou no meu ouvido me fazendo tremer todinha de medo, num movimento rápido ele me virou de frente e me prensou de volta em meu carro ainda tapando minha boca com a luz do poste consegui ver seu rosto ele era velho, tinha quase uns 40 anos e parecia estar bêbado. Ele tinha um sorriso nojento nos lábios me fazendo começar a chorar de medo do que podia acontecer

Xx: Xii calma gatinha, você vai gostar eu te garanto - passou sua mão livre pela lateral do meu corpo me fazendo contorcer de nojo e dar tapas em seu corpo, tentei empurrar ele e bater no mesmo, mas era em vão, já tava quase me desesperando quando ouço alguém gritar

Xx: SOLTA ELA SEU COVARDE... - Nós dois olhamos em direção a voz e uma mulher alta que já estava bem próximo pegou o maldito pela blusa o puxando de perto de mim e enfim me liberando respirei aliviada, mas ainda fiquei imóvel colada em meu carro vendo a mulher que ainda não consegui ver seu rosto dar alguns socos naquele nojento que conseguiu uma brecha entre os golpes do outro pra sair correndo.

Xx: ISSO MESMO FOGE SEU FILHO DA PUTA, ABUSADOR - Gritou ela que logo veio correndo até mim - Você tá bem, ele te fez alguma coisa? - Parou em minha frente quase colando seu corpo ao meu enfim revelando seu rosto e puta que pariu, multiplica senhor! ela parecia ter 20 e poucos anos, alta (ao meu ver) meus olhos davam na altura do seu peito e aparenta ser forte pelos músculos marcado na camiseta. Cabelos claros e meio bagunçados, olhos castanhos claros que nesse momento passeavam por todo meu rosto ela era linda!!
Maraisa: E-eu...eu - Tentei formar alguma frase, mas minha cabeça deu um bug tão grande perto dessa mulher que minha nossa senhora da bicicleta sem freio...

Xx: Ele te machucou? - Falou num tom preocupado ainda com seus olhos vidrados em mim
Maraisa: N-não, tô bem obrigada - Consegui enfim falar limpando as lágrimas que tinham escorrido pelo meu rosto e desviando meu olhar em seguida, pois senti meu rosto corar com seu olhar intenso no meu

Xx:Você tá sozinha? - Deu um passo pra trás olhando em volta
Maraisa: Estou, porque? - A encarei sem entender
Xx: Porque não devia, ainda mais na porta de uma festa com um monte de marginal e pior, com essa roupa - Apontou principalmente pra parte de cima da minha roupa, sendo um cropped de renda um pouco decotado
Maraisa: O QUE? - Falei incrédula - É sério isso, vai por a culpa na minha roupa? Minha querida, eu visto a roupa que eu quiser e tiver vontade ninguém tem o direito de mexer comigo, me agarrar na porta de festa ou na porra de um lugar que eu esteja, respeito em primeiro lugar - Cuspi as palavras me estressando, era só o que me faltava mesmo

Xx: É sério? Além de eu te ajudar ainda sou tratada dessa forma? É muito mal agradecida mesmo
Maraisa: Primeiramente você ajudou porque quis, segundamente quem fala o que quer escuta oque não quer, isso que dá você se passar por macho escroto e agir como toda a sociedade nojenta, pondo a culpa de um abuso na vítima, na roupa dela, pela forma dela agir e quer saber? eu vou embora. E só mais uma coisa eu não sou mal agradecida até porque eu já disse obrigada - Disparei igual uma metralhadora sem controle a falar e ela só me encarava, não sei se estava tentando processar tudo que falei ou se estava me achando louca
Maraisa: Mas caso você seja surda e não tenha ouvido eu repito mais uma vez "OBRIGADA!" e passar bem - Completei virando as costas e entrando no carro, dei partida saindo dali e ela ficou parada no mesmo lugar ainda me encarando, porém com um leve sorriso no rosto igual um- babaca, francamente, é como dizem "o que essas pessoas de hoje tem de beleza tem de idiotice"

Vendida a uma CEO (Malila) Onde histórias criam vida. Descubra agora