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Já estava de noite,fui jantar mas não aguentei ficar na mesa,meu pai ficou falando que eu era uma prostituta,uma vagabunda e essas coisas,minha mãe apenas ficou calada e nem pra defender, confesso que prefiro estar morrendo do que fazer uma cirurgia com ela,porque nem pra defender a própria filha,amar e cuidar ela não serve.
Fui pro meu quarto e coloquei tudo na mochila, já estava tudo pronto, aluguei uma casinha para mim,e fiquei me despedindo de Lurdes.
- Ó minha filha,vou sentir tanta saudade de você minha menina - disse chorando,fiquei abraçando ela. Num vá não,fique aqui
- Não posso Lurdes,essa vida aqui não é para mim,vou fazer minha faculdade,vou arrumar um emprego e prometo que venho lhe visitar - disse tentando conter o choro não posso viver em uma casa em que meus pais não me amam e que sou humilhada
- Pois vou rezar todos os dias por tu, que todos santinhos lhe proteja - me deu um beijo doce na minha testa - tchau Lela e que Deus á proteja
Ela saiu do meu quarto, fiquei esperando o horário que meu pai dorme,fui tomar o meu banho enquanto isso,vesti uma roupa confortável -uma calça moletom e um top,eu diria ser confortável- Peguei a mochila e fui para janela.
Na janela tinha uma varanda que dava direto para o lavabo no jardim,pulei e vai no teto do lavabo,o teto era quase da mesma altura do muro,subi no muro e comecei andar até a parte da frente do muro e pulei.
E de longe vi o carro de Luiz e corri até ele, só parei de correr quando ouvi o barulho do portão de casa se abrindo,olhei para trás e como meu pai puto,sorri de lado acenando pra ele e o mesmo veio correndo,logo me assustei e corri até o carro de Luiz.
- Vai anda!anda!anda! - falei apressada para ele enquanto eu entrava
- Calma caraí!! - falou apressado tentando ligar o carro
- GABRIELLA SAÍA DESSE CARRO - ouvi o grito vindo mais perto da gente
- Tem como tu ir mais rápido meu anjo?! - falei para Luiz
O carro logo deu partida quando meu pai ia chegando mais perto dele,tive uns mil infartos nesses últimos 15 seg.
- Iai nega tá bem? - disse ele com um sorrisinho de lado
- Na fé de ficar,pronta para o Rio - peguei as mochilas que estavam uma nos meu pés e uma no meu colo e joguei para parte de trás ficando apenas com duas que era um mine bolsa e uma bolsa térmica,peguei o meu travesseiro e a coberta e me aconcheguei para dormir.
- Iiiih nega! Não dorme não se eu também fico com vontade - disse balançando minhas coxas com a mão que estava vaga
- Ó Zé depois nós reserva direção e além do mais comprei uns energéticos - entre as palavras bocejei - agora deixa eu dormir Luiz
- Sonhe com a cuca - falou rindo,esse era o apelido que ele tinha dado pro Perigo pois ele tinha um bigodinho loiro
Ri de canto,partiu dormir,fechei meus olhos e dormi.
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- Fudeu!Fudeu!Fudeu! - eu e Luiz dizíamos sem parar
Meu pai ligou para os amigos dele que eram policiais e fizeram uma blitz
- Caraio tio,teu pai num bate bem da cabeça não man - Luiz falou com um tom de desespero total
- Luiz não tem um atalho não?
- Tem um só que tem muito buraco e lama pai,passar ali num vai dar bom
- É a nossa única opção Luiz,tem outro pneu no carro? - perguntei
- Tem né nega
- Então vamos,seja o que Deus quiser
Luis entrou no caminho,a estrada como o mesmo disse era horrível,tinha muita pedra e buraco,muito lameiro mas Luiz se fazia de doido e não ligava.
- VAI DEVAGAR LUIZ SEU MALUCO - gritei e ele diminuiu a velocidade
- Grita não abestada - falou
Pelo que estou vendo meu pai não vai me deixar em paz,pensava que por eu sair de casa ele ia pelo menos ter um sossego,se ele me trata como uma doente,como se fosse uma pessoa sem um pingo de dignidade como ele tá se importando tanto assim comigo.
Peguei meu celular e digitei essas mesmas palavras mandando pra ele,e pedi que ele faça com a situação o mesmo que ele faz comigo, não se importe.
Quando olhei pra estrada já estávamos no asfalto,peguei a bolsa que estava com as comidas e peguei um energético.
- Ei nega passa um aí - peguei outro na bolsa e entreguei pra ele - valeu
- Ele não vai parar - disse olhando para o retrovisor
- Quem?
- Meu pai - olhei para Luiz que estava me olhando - Ele não vai parar
- Se eu tivesse feito um bucho em uma mina,e o "fi" fosse meu eu ia ficar preocupado se do nada ele fugisse - ele falava olhando para a estrada mas com muita sinceridade na voz
- E se você odiasse o seu filho?
- Nenhum pai odeia os filhos, só demonstra o amor diferente - Luiz falava com muita clareza
Ele estaria certo se não estivéssemos falando do Dr.Sergio.
- Eu acho que não amigo,cara ele só tá fazendo isso pra que não tenha nenhuma falha no seu projeto de sistema da família perfeita - claramente estava querendo que Luiz concordasse - se me amasse teria participado da minha vida!
- Não posso dizer nada né,cada família tem suas histórias - deu um bocejo - acho que tou com sono ó boy
- Se quiser reservar viu
Ele fez que sim, parou o carro e troquei de canto com ele,dei a partida e como a estrada estava livre então não precisava me importar com a velocidade.
- Bons sonhos bebê - falei baixinho pra Luiz enquanto ele dormia bem fofo
Tou pensando em minha vida no Rio, Luiz quê muito me bancar nessa trajetória toda,mas sinceramente estou cansada de ser bancada, quero arrumar meu próprio dinheiro.
Quero ser independente,mas claro que vou precisar dessa ajuda do Luiz por enquanto.
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- Acorda gatinha, chegamos no Rio - Luiz me acordava
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minha nega
Teen Fictiondesculpa doutor...mas ela é minha nega Lela apelido de Gabriella mora na Bahia mas foge de casa indo em direção ao Rio de janeiro,com um pai advogado e a mãe neurocirurgiã o que será dessa garota em um mundo totalmente novo e diferente? leia para de...