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Perdi a conta de quantas vezes troquei uma perna pela outra, cruzando e descruzando impacientemente

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Perdi a conta de quantas vezes troquei uma perna pela outra, cruzando e descruzando impacientemente. Algo incomodava minha pele ao ponto de me fazer querer arrancar meu vestido de ceda e jogá-lo para longe. Para piorar, essas malditas velas espalhadas pelo restaurante aumentavam ainda mais minha vontade de pôr a mão nelas, para aliviar o quer que me incomodasse.

— Deseja pedir algo, senhorita? — O gentil garçom, com seu sorriso incrivelmente charmoso, tornou a me perguntar se queria algo.

— Um martini. — Lhe devolvi o meu melhor sorriso.

— Claro. Um estante. — O jovem galanteador se retirou, me dando liberdade para suspirar irritada em paz.

Além de ser um playboyzinho safado, o desgraçado está me fazendo passar por idiota. Ficar sentada em uma mesa para dois a mais de quinze minutos, não é de longe a melhor das brincadeiras. Se isso aqui fosse um encontro, já teria me retirado dessa situação a bastante tempo. Mas não, estou aqui, esperando pela minha fonte de renda mais rentável, e torcendo para que, o quer que seja que ele tenha para me falar, não seja sobre uma nova editora.

Minhas pernas não aguentaram o leve contato da ceda e se cruzaram mais uma vez, me forçando a arrumar a postura na cadeira. Um dia eu o mataria, e esse dia será quando minha editora não tiver como autor best-seller, Senju Hashirama.

— Pensando em mim? — O calor de seus lábios rente a pele exposta do meu pescoço, me causou um infeliz arrepio. Contive qualquer emoção e me distanciei dele.

Hoje não satanás!

— Na sua mãe, aquela gostosa. — O encarei por cima do ombro e não só eu, como todo o restaurante, ouviu o gargalhar daquele homem. Foi tão automático revirar os olhos para aquele monumento de mais de um noventa de altura, rindo como uma criança, que não fiz questão de esconder minha reação.

— Querida Alice, você sabe como me divertir. — Hashirama deu a volta na mesa, fazendo seu paletó preto, bem cortado, contrastar com o branco das paredes vitorianas do ambiente a nossa volta.

— Estava pensando em ingressar no circo da cidade, acho que você amaria. — Desviei meus olhos, antes que minha atenção fosse tomada por aquele longo cabelo castanho, liso, sedoso e incrivelmente alinhado que o homem possui.

— Assistiria todas as suas apresentações. — Pelo canto dos olhos notei a aproximação do garçom. — Martini em uma terça?

— Nem se bebesse todo o álcool do mundo seria capaz de lidar com você. — Agradeci ao garçom por seu serviço e me foquei na azeitona espetada em um palito, dentro da minha taça. Tudo, eu daria tudo, para não olhar para ele.

— Vou dizer isso aos nossos filhos.

Deus, eu juro, estou tentando, me controlando, sendo profissional, mas o satanás está me atentando.

Com prazer, Alice. - Hashirama Senju -Onde histórias criam vida. Descubra agora