Capítulo I: Hístoria da minha vida

8 1 0
                                    

         Em 1628, se você nasce mulher tem a obrigação de viver para satisfazer os desejos dos homens e servir a família. Você não pode ter sonhos ou ambições distintas dessa realidade, ou poderá ficar má falada pela cidade,  ser a vergonha da família ou até receber uma visitinha da Igreja Católica na sua casa.

       Eu, Carmen Martínez acho isso a maior bobagem e sou super contra isso. Mas espera aí, eu nem me apresentei ainda. Prazer, eu sou Carmen Martinez, tenho 15 anos, moro em um vilarejo chamando Palência, na Espanha, com meus pais Yolanda e Manuel Martínez e meu irmão mais novo José Martínez.

     Meu pai é um marinheiro, ele tem o seu próprio navio e embarcação, e constantemente está viajando. Ele sempre conta sobre as histórias da sua viagem para meu irmão e eu, como ele já enfrentou um tubarão com as próprias mãos (ainda acho essa hístoria a maior mentira) e sobre ter conhecido quase todos os países da Europa. Ah, meu sonho é conhecer Paris! Toda a arquitetura da cidade, as pessoas, tudo me encanta, amo ler as historias que se passam por lá.

     Minha mãe é uma dona de casa como toda mulher desse vilarejo. Já perguntei pra ela uma vez se ela era feliz com essa vida e ela respondeu que amava viver dessa forma, meu Deus, como pode? Como deu para perceber, não somos nada ricos. Meus pais apostam em mim para poder se casar com o filho da família mais influente da cidade, os Lacerda.

     Pablo Lacerda é um grande amigo do meu pai, depois do meu pai ter ajudado a família dele. Minha mãe nunca me contou o que meu pai fez para essa família ser tão grata ao meu pai, mas Pablo prometeu que me casaria com o filho dele no meu próximo aniversário de 16 anos.

     Quando meus pais me contaram que iria me casar com o filho deste homem, eu fiquei tão irritada. Como que eles poderiam dar a mão da sua própria filha por dinheiro? Porém, isso é uma coisa bem comum pela cidade, o casamento dos meus pais também foi arranjadoi, mas ainda tinha esperança de me casar por amor, não arranjado. Eu não sabia sobre nada desse homem, apenas que se chamava Juan Lacerda e que tinha 36 anos, 36 ANOS, ele com certeza teria idade para ser meu pai, eca, que nojo!

Oceano Laranja e RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora