Oceano Laranja e Rosa

Capítulo II: Senhora Lacerda... só que não!

   Passaram-se os dias e meu aniversário estava se aproximando, logo, meu casamento também. Eu conheci o meu "noivo" Juan Lacerda, ele tem olhos e cabelos pretos iguais uma turmalina negra e a pele bronzeada, ele tem barba e é um homem bastante sério, fiquei intimidada.

   Minha mãe esta na maior correria com meu casamento, está costurando o meu vestido de noiva (o pior que me obrigar a se casar com um homem com o dobro da minha idade, é me fazer usar vestidos, como eu odeio vestidos!) e também está fazendo as comidas do casamento. Nossas vizinhas também estão ajudando a minha mãe cozinhar, a cidade toda está bastante animada com a festa, menos eu, claro.

  Meu pai infelizmente não vai estar no dia do casamento, ele precisa ir para Portugal para transportar mercadoria. É triste não ter meu pai por perto nesse momento, mas me deu uma grande idéia em viajar com ele sem ninguém saber, seria uma fuga perfeita, pois ele iria viajar um dia antes do meu casamento.

  Chegou o grande dia da viagem. Durante o dia, meu pai carregou e arrumou tudo o que precisava levar para viagem e na parte da noite ele iria embarcar, eu fingi que estava brava e chateada por ele não poder comparecer no meu casamento e nem pelo meu aniversário, então nem iria me despedir dele no porto, fala sério, muito atriz! Somente minha mãe e meu irmão foram se despedir dele. Mas, o que ninguém esperava era que minha melhor amiga Dulce e seu irmão me levaram para porto muito antes da minha família chegar, não disse que era o plano perfeito?

- Carmen, você não acha que é arriscado demais fugir assim? E se alguém te pegar? E se alguma coisa acontecer? Melhor nós duas enfrentarmos a cidade toda dizendo que você não vai se casar amanhã. Disse Dulce preocupada comigo.

- Amiga isso seria muito arriscado, pelo menos viajando com meu pai vou ter a chance de sair de Palência e conhecer outro país, não se preocupe, vai dar tudo certo!

- Aí Carmen, eu não estou sentindo uma coisa boa em você indo viajar neste barco, você sabe que minha intuição é muito boa. Por favor amiga, me escuta, fica aqui.

- Você é louca Dulce, isso sim! Eu preciso ir amiga, daqui a pouco meus pais chegam e os funcionários do meu pai não estão prestando atenção, posso entrar sem ser pega. Tchau amiga, me deseje boa sorte! Tchau Arturo. Disse eu acenando com as mãos me despedindo enquanto entro no barco.

  Não se passaram nem meia hora e meus pais chegaram, eles demoraram um pouquinho na despedida, mas tudo certo. Eu estou escondida no bagageiro, é um lugar bem apertado, mas dá pro gasto! Eu não tinha levado muita coisa, somente umas duas trocas de roupa, um pouco de comida e água e meu livro, não saio para nenhum lugar sem ele.

  Eu estive pensando no que a Dulce disse, sobre sentir uma vibração negativa sobre essa viagem, mas com certeza deve ser preocupação de amiga! Ela se preocupa tanto que parece a minha mãe. Porém, nada vai me abalar, eu estou muito feliz com essa nova jornada, me sinto em busca dos meus sonhos e livre, não tem sensação melhor!