Prólogo

10 1 4
                                    

*Alguns anos antes*

Era início da primavera, a brisa fria com salpicadas de umidade anunciava uma tempestade possível na primavera. Diana detesta chuvas fortes, recheadas de trovões e ventos horrivelmente rápidos.

Já atingindo a maioridade da sociedade lupina e despertado sua loba anos atrás, a jovem não obtinha mais esperança de encontrar um parceiro ou parceira. Melhor sozinha do que como seus pais amargurados e presos a alguém que não fosse sua chama gêmea.

Porém, não havia desistido de fugir de sua pacata aldeia, só não sabia para onde ir.

Voltando seus pensamentos para a realidade, focando em terminar o jantar sua família antes que sonhasse acordada novamente e queimasse o cozido. Não se dava ao luxo de errar por besteiras. 

- Diana! Você anda muito devagar nos seus afazeres, logo será 20 horas e sabe como Piero gosta de comer cedo! -gritou Valon.

- Sim, senhora. Já estou terminando. -sorriu falsamente e virou para terminar a janta.

Desde cedo, sua infância que não esperava bondade de seus pais. Sempre a tratariam com indiferença, nojo. Culpa do instinto de hierarquia doentia presente, principalmente, em alcateias pequenas e tradicionais, como a de Diana.

Desistiu de chamar Valon e Piero de pais, depois de 2 dias no porão sem comida aos 5 anos. Com certeza foi seu maior trauma na infância.

Cansada de mais um dia de deveres, porque mesmo com sua alta resistência, os seus senhores a impediam de caçar e se alimentar direito. Ficava semanas dias sem poder se transformar, então seu lado lupino vivia enfraquecido para a infelicidade da menina.

Diana preparou a mesa farta e se posicionou em pé no canto da enorme sala de jantar, esperando que chegassem.

- Como foi a caçada, Piero? -logo Valon entrou no cômodo e em seguida o marido.

- Satisfatória, Alex estava exibido hoje, pegou um cervo sozinho. Se eu fosse alfa pegaria 3 numa caça -Piero, com seu narcisismo maior que a calvície, sentou-se na cadeira de mogno localizada na ponta da mesa e começou a comer.

Diana segurou o cabelo e passou a mão pelo belissimo azulado que chegou na altura da cintura, o qual combinava com os olhos de jabuticaba e contrastavam com a pele pálida e delicada como porcelana. 

Tal beleza era herança de sua vó materna e aproximava-se a ser cômico em como não se parecia em nada com seus progenitores. Ambos com cabelos castanhos claros opacos e rostos marcados pelos anos de infelicidade.

- A comida já está esfriando menina idiota, eu falei pra essa não adiantar o jantar! -a madame começou a criticar o que não tinha para reclamar, como sempre, fazendo Diana revirar os olhos sutilmente.

- Seria melhor botar ela no bordel, pelo menos lucraríamos com esse ômega. -a morena sentiu um arrepio atravessando sua espinha, após a fala de Piero. Preferia morrer do que ser obrigada a tal situação. -Se bem que ela continua sem muitas curvas, melhor esperar mais um tempo, quem sabe ela cria um corpo.

- Duvido muito -Valon gargalhou junto com o marido e Diana mordeu o lábio para aguentar o resto da noite calada.

A jovem se pegou analisando mais uma vez a casa que morava, era rebuscada com decoração em madeira, um toque rústico que combina com a floresta de grandes árvores na qual a alcateia era envolta. Tudo isso era consequência do posto de Piero como um dos betas principais do Alfa.

Com a arrumação da cozinha terminada, Diana se dirigiu para seu quarto localizado no sótão da casa. E diferentemente, não tinha decoração rebuscada, na verdade, nem decoração tinha. Somente um baú com suas poucas roupas e um belo espelho, que sua querida vó tinha lhe dado antes de morrer, eram os pertences da menina.

- Quando será que a minha vida vai mudar minha Deusa? -disse a menina ao olhar para a lua através de sua única e pequena janela.

Acomodou-se no velho colchão e desabou de cansaço sem lembrar da tempestade que chegaria.

A sensação era como tocar no cheiro de hortelã em meio a uma chuva de verão, ou beijar o vento imerso em flores da primavera. Em uma milagrosa paz que nunca havia sentido em toda sua vida.

E de reprende, a plenitude foi se afastando e deu espaço ao vazio. Correu como se sua vida dependesse de sentir essa emoção novamente, mas algo lhe prendeu bruscamente.

Ao abrir os olhos, Diana se deparou com Piero a segurando pelo braço e ambos em meio a uma tempestade monumental.

- Você perdeu a noção menina? Como ousa se transformar e sair pela floresta sem nossa permissão?! -exclamou enfurecido e podia ver em seus olhos alterados um ódio jamais visto. - Mas isso não vai se repetir e vou me certificar disso. 

Então começou a exercer dominância sobre a ômega, fazendo a contorcer-se de dor. Diana tentava explicar,mas a cada segundo a dor de mil agulhas de prata se enfiando por todo o seu corpo só aumentava e impossibilita a menina de falar.

A dor física ao ser subjugado é a pior de se sentir para um lupino. E sendo ômega, a humilhação era pior para Diana.

Sentiu algo sendo quebrado dentro de si e sem conseguir mais consciente, desmaiou.

E todo o vazio duplicou.

xxxx

Notas da autora

Espero que gostem da minha história e perdoem se tiver erros

Não há muito que ajudar a salvar e desenvolver eu quero planejar um certo ajuste para colocar como eles serão usados.

beijos❤️

A Ômega amada pelo AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora