03. 𝘐𝘯𝘴𝘶𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢́𝘷𝘦𝘭

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𝘾𝘼𝙋𝙄𝙏𝙐𝙇𝙊 𝗧𝗥𝗘̂𝗦
𝘯𝘢𝘵𝘢𝘴𝘩𝘢 𝘧𝘰𝘳𝘣𝘦𝘴.


Seus olhos fitavam o quadro negro a sua frente. Era um bom dia para morrer. Não, melhor, é um dia perfeito para matar alguém.

A cada miserável segundo, Natasha pensava em formas diferentes para matar o garoto idiota de minutos atrás, e que também havia desistido de comparecer a detenção.

O relógio não mudava nunca, realmente não tinha muita opção. Ficar aqui e esperar o tempo passar era á 𝘂́𝗹𝘁𝗶𝗺𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗹𝗵𝗮.

Isso a remeteu lembranças de 1 mês atrás, quando seu cérebro tentava desligar para que o tempo passasse mais rápido. Ela tentou de todo modo apagá-las, mas era algo impossível de se esquecer, especialmente agora.

"Eu me lembro de estar em um hospital, esperando que minpha mãe reagisse. Lembro do segurança com sua floresta de pelos dentro do nariz. Eu me lembro de luzes acima de mim, o som de bipes que pareciam intermináveis. Eu me lembro de querer chutar quando havia mãos encostando em mim, quando estavam tentando me acalmar na sala de espera. Eu me lembro do quanto meus pulmões pareciam pesados, como se estivessem cheios de água. Eu me lembro de sentir tanto medo que meu pai fosse aparecer na porta e me levar de volta, de volta para sua casa, e receber a notícia que minha havia morrido. Eu me lembro de chorar. Eu me lembro do jorro do meu vômito nos sapatos de uma enfermeira e de a expressão dela nunca se alterar, nem por um segundo, como se aquilo acontecesse com ela o tempo todo."

As janelas eram altas e arqueadas na parede dos fundos, lançavam triângulos de luz solar vespertina no chão, e Natasha conseguia ouvir ruídos do treino de futebol vindos do campo atrás do estacionamento. Aquilo estava a matando.

O relógio da sala de aula se arrastava em direção às três, e ela seguia com uma sensação impotente de injustiça. Ela nem sequer deveria estar ali. Pensou balançando os pés no ar, enquanto se ajeitava na cadeira.

— Senhor Davis - O chamou erguendo o braço. — Isso é patético, eu não fiz nada!

— Guarde suas desculpas para outro professor. Eu não vou acreditar. Todos conhecem as regras sobre relações íntimas em horário escolar, e sem contar a violência! Vocês infringiram essas regras. — Ele lhe lançou um olhar especialmente feio.

— mas.. —

— Agora preste atenção. Você ficará aqui até às quatro da tarde. Quero que faça uma redação de quinhentas palavras sobre como a tecnologia está arruinando os colégios nos Estados Unidos. Se não cumprir as regras leva outra detenção amanhã.

— E enquanto ao garoto? Ele não está aqui! — Cruzou os meus braços o encarando mortalmente. Aquilo estava indo longe demais..

— Ele se chama Johnny Lawrence. Apenas faça seu trabalho! — Sr. Davis sentou atrás de sua mesa e então abriu um livro enquanto se preparava para ignorar a Forbes pela próxima hora.

Por fim ela pegou uma caneta, bateu no bloco amarelo, contemplo a tarefa. Será que o Sr. Davis realmente acredita que a tecnologia está arruinando as escolas? É uma declaração um pouco forte para se fazer por causa de alguns telefones contrabandeados. Talvez seja uma armadilha, e ele esteja esperando que a garota contradiga, em vez de concordar.

•••

Sua cabeça já doía em poucos minutos. É ridículo, pensou, não consiguia se lembrar da última vez que escreveu qualquer coisa a mão. Para piorar, estava usando a mão direita, a mesma que acerteu o imbecil.

Abriu a boca novamente, estava pronta para tentar algo novo, mas, antes que consiga falar, surge o som de pneus guinchando e depois de um carro batendo em algo.

— O que foi isso? — Ela se segurou na mesa, como se alguém tivesse acabado de se chocar com a mesma pelas costas.

De imediato, fitou Sr. Davis como se estivesse pedindo permissão, e, quando ele se levanta da mesa, a ruiva saiu de sua carteira, e se apoiou no peitoril da janela para espiar lá fora. Um carro havia batido em uma bicicleta, e havia um garoto gritando como um idiota, e batendo em outro. Daniel.

Olhou fixamente com seus olhos azuis arregalados, em silêncio até o professor soltar um suspiro exasperado.

— Melhor eu ir. — Ele passou os olhos pela sala inteira até chegar em Natasha. — Fique aqui.

— Não mesmo! — Antes que o velho possa parar a garota, ela já havia corrido até a porta, com sua mochila pendurada em seus ombros. — Até amanhã, então.

Daniel, Daniel. Ele poderia ficar um dia sem se manter em encrenca? A ruiva estava pouco ligando para a detenção, na verdade, foi muito satisfatório abandonar a maldita sala.

Sacrificando os xingamentos do patife Sr. Davis pela velocidade, Natasha correu inúmeros corredores, e chegou onde queria. E quando chegou, seus olhos queimaram. Era o Loiro.

— O que foi Larusso? Não aguenta um soco! Hm? — Berrou o Johnny, lhe acertando um soco no queixo. Um dos inúmeros, pensou Natasha enquanto largava sua bolsa no chão e caminhava em direção ao mesmo.

— Larga ele. — Sua voz soou bastante autoritária, e rude. Mas pior, enfurecida.

— Você.

— É melhor deixá-lo em paz.

— Me perguntei se a veria de novo! — Respondeu pomposamente, soltando Daniel, sem se importar em ser delicado. Logo depois se encostou em um carro cheio de adesivos, e deu seu sorriso de canto.

— Então, ele é seu namorado?

— Ele não é meu namorado! — Gritou de maneira que, até mesmo Daniel, que estava no chão, e Tommy a alguns metros de distância, estremeceram.

— Sorte a dele. Você é péssima!

— O que disse? — A ruiva não se importou em se aproximar. Na verdade, não estava prestando atenção em Daniel, ou se ele estava machucado. Mas sim em Johnny. Ele a irritava como ninguém conseguirá em toda sua vida, e aquilo não iria ficar barato.

— Sabe, você é insuportável. — Ele riu. — E eu consegui tirar essas conclusões em apenas alguns segundos.

— Johnny Lawrence, não é? Quando achar alguém menos "péssima", por que acha que ela iria gostar de você? — Deu um passo a frente, o fitando com raiva. - Pretende conquistar as garotas daqui apenas com um sorriso encantador, e nada mais?

— Acha meu sorriso encantador?

— Acho você muito presunçoso. — Johnny a encarou, cerrando os dentes. Ela estava mesmo o desafiando?

— Natasha.

— Johnny.

Bobby e Daniel gritaram em harmonia. E Natasha se perguntou como Johnny conseguirá ter tantos amigos.

— Seu caráter é tão falho, quanto seu sorriso.

Johnny se desencostou do carro pronto para atacar, mas, antes que pudesse, Bobby o empurrou de volta.

— Chega.

— Tenha um péssimo dia Lawrence. — Por fim, deu o dedo e puxou Daniel pelos braços, não se importando com as provocações que Johnny gritava.

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⏰ Última atualização: Apr 11, 2022 ⏰

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𝐀́ 𝐔𝐋𝐓𝐈𝐌𝐀 𝐄𝐒𝐂𝐎𝐋𝐇𝐀 | 𝐊𝐀𝐑𝐀𝐓𝐄̂ 𝐊𝐈𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora